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O que querem os militares em greve do Espírito Santo
Ana Carla BermúdezDo UOL, em São Paulo*
O estopim para o movimento das mulheres que bloqueiam os portões de entrada do quartel da PM em Vitória, segundo o cabo Thiago Bicalho, do 7º Batalhão da Polícia Militar do Espírito Santo e diretor Social e de Relações Públicas da ACS (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar), foi o "descaso do governo com a Polícia Militar".
Desde sábado (4), grupos formados por familiares dos militares impedem a saída dos carros de polícia dos batalhões da corporação. O protesto resultou em caos na segurança pública, com 200 roubos de veículo em um dia (a média do Estado é de 20 casos diários) e 75 mortes registradas nos últimos dias --a estimativa é da associação de policiais, e o governo não confirma nem desmente os números.
Desde sábado (4), grupos formados por familiares dos militares impedem a saída dos carros de polícia dos batalhões da corporação. O protesto resultou em caos na segurança pública, com 200 roubos de veículo em um dia (a média do Estado é de 20 casos diários) e 75 mortes registradas nos últimos dias --a estimativa é da associação de policiais, e o governo não confirma nem desmente os números.
Entre os descontentamentos dos familiares dos PMs, está a falta de efetivo dos militares em todo o Estado, que hoje é menor do que o previsto. "Existem, hoje, menos de 10 mil PMs. A previsão é de 10.700, mas a gente sabe que por causa de aposentadorias e suspensão de concurso para reposição tem menos", explica Bicalho.
De acordo com ele, o último concurso feito para a PM do Estado aconteceu em 2014.
O cabo ainda diz que o salário-base de um PM no Espírito Santo é de R$ 2.643 --"o pior do Brasil", segundo ele. Bicalho ressalta que os PMs não recebem nenhum tipo de benefício, como vale-alimentação.
Entre as reivindicações que seriam apresentadas pelos familiares em nome dos policiais, estaria um reajuste de 43%, acumulado referente aos sete anos em que não há aumento, e um auxílio-alimentação de R$ 176.
O cabo ainda diz que o salário-base de um PM no Espírito Santo é de R$ 2.643 --"o pior do Brasil", segundo ele. Bicalho ressalta que os PMs não recebem nenhum tipo de benefício, como vale-alimentação.
Entre as reivindicações que seriam apresentadas pelos familiares em nome dos policiais, estaria um reajuste de 43%, acumulado referente aos sete anos em que não há aumento, e um auxílio-alimentação de R$ 176.
Bicalho conta que alguns funcionários chegaram a entrar na Justiça para receber o auxílio-alimentação, mas que o Judiciário suspendeu esse pagamento alegando que o Estado não teria recursos. "Nós não temos gratificações desde 2008", ressalta.
Procurada pelo UOL, a SESP (Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social) contestou as informações passadas pela associação. Segundo a pasta, o governo do Espírito Santo concedeu um reajuste de 38,85% nos últimos 7 anos a todos os militares e a folha de pagamento da corporação teve um acréscimo de 46% nos últimos 5 anos.
Ainda de acordo com a SESP, a remuneração inicial dos militares da categoria de soldado a subtenente é de R$ 2.646,12, podendo chegar a R$7.108,48. No caso da categoria de aspirante a coronel, o salário inicial é de R$5.545,78, chegando a até R$18.197,24.
O cabo Bicalho destaca que o movimento das mulheres de PMs não tem nenhuma relação com a associação. "O movimento é delas. A gente não consegue ter nenhum tipo de controle sobre isso", afirma.
"É como se fosse um barril de pólvora. O barril já estava cheio de pólvora e as mulheres acenderam o pavio".
Para o sargento Renato Martins, presidente da associação, o governo alega a crise financeira para não atender às demandas. "Mas nem todas as pautas envolvem dinheiro, como o pedido pela regulamentação da carga horária", afirma.
Segundo ele, essa regulamentação delimitaria uma jornada de trabalho para os policiais, o que hoje não acontece: atualmente, há uma escala de trabalho com os dias em que deverão atuar, mas não um número de horas definido para a atuação.
Para o sargento Renato Martins, presidente da associação, o governo alega a crise financeira para não atender às demandas. "Mas nem todas as pautas envolvem dinheiro, como o pedido pela regulamentação da carga horária", afirma.
Segundo ele, essa regulamentação delimitaria uma jornada de trabalho para os policiais, o que hoje não acontece: atualmente, há uma escala de trabalho com os dias em que deverão atuar, mas não um número de horas definido para a atuação.
*Colaborou Nathan Lopes
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