'A polícia veio atirando. Quando eu fui pegar ele, ele já caiu', diz Patrícia.
Família tenta liberar corpo para velório e enterro ainda neste domingo (3).
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A mãe de Matheus Santos Moraes, de 5 anos, morto durante uma ação da PM na comunidade da Lagoa, em Magé, diz que estava do lado do filho quando ele foi atingido e que não havia confronto no local. Emocionada, ela esperava, por volta das 10h50, pela liberação do corpo no Instituto Médico Legal de Caxias (IML). A intenção da família é fazer o velório e o enterro de Matheus ainda neste domingo (3).
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"A polícia veio atirando. Quando eu fui pegar ele, ele já caiu. Eu sai, e disseram que esses policiais foram pegar as cápsulas de bala", disse Patricia Moraes, emocionada, ao G1. "Como eu sou de família pobre e humilde, vai ficar por isso mesmo e meu filho não vai voltar",disse a empregada doméstica.
Segundo a tia de Matheus, a criança foi baleada enquanto brincava na rua, por volta das 16h30. Ele estava jogando bolinha de gude quando os policiais chegaram ao local. De acordo com a família, não teve confronto e os PMs teriam entrado na na comunidade da Lagoa atirando.
Milene Alves, tia de Matheus, estava inconformada com a morte da criança. "Ele estava jogando bola de gude na porta de casa. Quando o pai dele deu por si, ele estava morto. Ele não viveu nada. A gente está abandonado", disse ela, revoltada. "Os policiais chegaram atirando. Não havia confronto", disse Leila Alves, também tia de Matheus. "Os traficantes saíram de onde estavam, fugiram. Não houve confronto", garantiu ela.
De acordo com informações do comando do 34º BPM (Magé), policiais realizavam patrulhamento na tarde de sábado na Rua dos Operários, bairro Mundo Novo, Magé, quando se depararam com criminosos vendendo drogas e iniciaram um confronto. O comandante do batalhão tenente coronel Andrea Ferreira, disse que irá apurar devidamente as circunstâncias do fato. O policiamento segue reforçado na região.
A Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que investiga o caso, diz que os policiais militares envolvidos na troca de tiros foram ouvidos e suas armas apreendidas. Diligências estão sendo realizadas para identificar a origem do disparo.
Outras crianças vítimas da violência
No domingo de Páscoa (27), o menino Ryan Gabriel, de 4 anos, morreu após ser baleado na porta da casa do avô. A morte da criança provocou um protesto e manifestantes fecharam o trânsito na Avenida Ministro Edgar Romero, causando tumulto em Madureira, no Subúrbio do Rio na segunda (28). O protesto começou por volta de 13h e a interdição total durou até cerca de 16h30. Ao menos dois ônibus — um deles do BRT — e uma estação do sistema de transporte foram incendiados.
No domingo de Páscoa (27), o menino Ryan Gabriel, de 4 anos, morreu após ser baleado na porta da casa do avô. A morte da criança provocou um protesto e manifestantes fecharam o trânsito na Avenida Ministro Edgar Romero, causando tumulto em Madureira, no Subúrbio do Rio na segunda (28). O protesto começou por volta de 13h e a interdição total durou até cerca de 16h30. Ao menos dois ônibus — um deles do BRT — e uma estação do sistema de transporte foram incendiados.
No dia 10, a menina Ana Beatriz Duarte e Sá, de 5 anos, morreu após ser atingida na cabeça por uma bala perdida em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio. A menina foi ferida quando brincava com outras crianças, durante uma festa na casa de um tio, no bairro Santa Catarina.
Cenário de destruição após protesto
Moradores de Magé se depararam com um cenário de destruição no Centro da cidade na manhã deste domingo. Na noite deste sábado (2), manifestantes atearam fogo em pelo menos 12 ônibus para protestar contra a morte do menino Matheus.
Moradores de Magé se depararam com um cenário de destruição no Centro da cidade na manhã deste domingo. Na noite deste sábado (2), manifestantes atearam fogo em pelo menos 12 ônibus para protestar contra a morte do menino Matheus.
Na manhã deste domingo, alguns bairros continuavam sem luz, pois o fogo chegou a atingir a rede elétrica. O problema afetou até a delegacia da cidade, mas, por volta das 10h30, segundo a Ampla, a luz já tinha sido reestabelecida.
Lojas da região também foram depredadas e apenas os ônibus de outros municípios estavam chegando até a entrada da cidade. Na região da rodoviária, nenhum ônibus circulava neste mesmo horário.
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Pelo menos dez ônibus queimados continuavam próximos à rodoviária nesta manhã. O cobrador da linha Andorinha-Caxias contou sobre o desespero de estar em um dos ônibus incendiados. "Quando vi que estavam quebrando todas as janelas, a única alternativa foi pular pela janela, pra salvar a minha vida. Já estavam incendiando, a porta de trás estava fechada", afirmou ele.
Moradores da região também estão assustados com o caso."Moro aqui há 50 anos e nunca vi isso", disse Sergio Moreira, de 70 anos. Uma mulher também teria sido atingida por uma bala perdida, mas ainda não há informações sobre a sua identidade ou seu estado de saúde.
Imagens enviadas por testemunhas mostram ônibus pegando fogo. Onze foram incendiados na rodoviária de Magé, no Centro do município, e um na comunidade do Barbudo, segundo os Bombeiros.
O Corpo de Bombeiros de Magé foi chamado para combater as chamas nos veículos, mas teve de deixar o local por questões de segurança.
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