Polícia investiga ação. Imagens mostram carro da família sendo parado numa blitz; menina morreu, pai foi baleado na cabeça e mãe no braço.
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A polícia do Piauí está investigando uma abordagem desastrosa de um cabo e de um soldado da PM, no dia 25 de dezembro, em Teresina. A ação deixou uma criança morta e dois feridos. Todos, de uma mesma família.
O vídeo gravado por uma câmera de segurança foi divulgado pela polícia. As imagens mostram o momento em que o carro da família é parado numa abordagem policial. Nele estavam um casal e três filhos. Pouco segundo depois, com todos ainda dentro do carro, é possível ver um policial atirando.
A mãe carregando um bebê de oito meses é a primeira a sair, depois é a vez de uma das filhas do casal. Nos minutos seguintes, as duas percebem que Emilly não sai do carro. A menina de 9 anos foi atingida por dois tiros nas costas. A irmã se desespera.
Emilly foi retirada do carro já desacordada por policiais que chegaram depois. Ela foi levada para um hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
O pai, que é músico, está com uma bala alojada na cabeça e perdeu a audição do ouvido esquerdo.
“Quando percebemos que eles realmente estavam atrás da gente direto, perseguindo a gente, eu dei parada. Parei e fomos recebidos com tiro”, conta Evandro Costa.
Daiane, a mãe, levou um tiro no braço. Ela contou que por muito pouco a bala não atingiu a cabeça da filha mais nova.
Daiane, a mãe, levou um tiro no braço. Ela contou que por muito pouco a bala não atingiu a cabeça da filha mais nova.
Dois policiais militares participaram da ação. O cabo Francisco Venício Alves, que entrou na corporação em 1995, e o soldado Aldo Luís Barbosa Dornel, está desde 2010 no policiamento das ruas.
Ele é suspeito de ser o autor dos tiros que atingiram a família. Este mesmo soldado foi reprovado no teste psicotécnico e só conseguiu entrar na Polícia Militar por causa de uma liminar da Justiça. Ele também responde a um processo na Justiça por lesão corporal grave numa outra abordagem policial, em 2016.
Os dois policiais militares foram presos em flagrante. O delegado que investiga o caso disse que vai concluir o inquérito na sexta-feira (5) e enviar à Justiça. Os envolvidos devem responder pelos crimes de homicídio doloso, que é aquele em que o acusado teve a intenção de matar, tentativa de homicídio e ainda fraude processual.
Os dois policiais militares foram presos em flagrante. O delegado que investiga o caso disse que vai concluir o inquérito na sexta-feira (5) e enviar à Justiça. Os envolvidos devem responder pelos crimes de homicídio doloso, que é aquele em que o acusado teve a intenção de matar, tentativa de homicídio e ainda fraude processual.
“Após a investida, os disparos, eles arrecadaram os estojos dos projéteis deflagrados e também colocaram uma viatura para que o perito fosse induzido ao erro, no sentido de que mostrasse que aquele carro foi perseguido e repeliu uma injusta agressão contra eles, para caracterizar uma legítima defesa. O que não aconteceu”, conta Francisco Costa, coordenador da Delegacia de Homicídios.
Em setembro de 2016, a Justiça cassou a liminar que o soldado Aldo Luís Barbosa conseguiu para trabalhar. Mas Polícia Militar afirma que só foi notificada dessa decisão no dia 27 de dezembro, dois dias depois da abordagem que terminou com a morte da menina Emilly.
Outros 35 policiais militares do Piauí também estão trabalhando com liminares na Justiça.
A procuradoria-Geral do estado declarou que está recorrendo em todos esses casos.
A procuradoria-Geral do estado declarou que está recorrendo em todos esses casos.
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