GOIÁS
Policial detido por atirar em criança no trânsito é transferido para Goiânia
Ele deixou DP de Águas Lindas para ter segurança preservada, diz delegado. Disparo aconteceu após 'fechada' na BR-070; garoto de 6 anos está internado.
Paula Resende, em Do G1 GO
O policial civil Silvio Moreira Rosa, de 53 anos, que atirou contra uma criança na BR-070, foi transferido de onde estava preso, no 1º Distrito Policial de Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, para a Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), em Goiânia. Segundo a Polícia Civil, a mudança ocorreu para preservar a segurança do preso, já que o local em que estava não tinha capacidade para abrigá-lo.
O menino, de 6 anos, foi baleado quando estava no carro com os pais, na BR-070, em Cocalzinho de Goiásx, que também fica no Entorno do DF. Ele foi socorrido e levado para o Hospital de Base do Distrito Federal. Segundo a assessoria de imprensa da unidade de saúde, o garoto foi transferido na noite de sexta-feira para um hospital particular, mas não informou qual a unidade. Até então, o quadro dele era grave, mas estável.
Inicialmente, Rosa, que é agente de custódia da Polícia Civil do DF, fugiu do local do crime. O policial foi encontrado em uma estrada de terra na zona rural. Junto com ele, estavam a namorada dele - que está grávida - e mais duas adolescentes, uma irmã e uma prima da mulher.
Ao ser detido, Silvio alegou aos policiais militares que disparou por acreditar que seria vítima de um assalto. Responsável por registrar o caso, o delegado Danilo Victor Nunes de Souza classificou como "absurda" a versão do policial. Ele explicou que o disparo ocorreu após uma "fechada" entre os carros na rodovia.
"Essa questão do assalto é absurda. Ele perseguiu o pai da vítima e emparelhou o veículo antes do tiro. Quem está sendo assaltado não vai atrás do ladrão", disse o delegado ao G1.
De acordo com Souza, apesar de ter falado com policiais informalmente, Rosa reservou-se ao direito de ficar em silêncio durante seu depoimento na delegacia. As demais ocupantes do carro foram ouvidas na condição de testemunhas e liberadas em seguida.
Segundo o delegado regional de Águas Lindas de Goiás, Fernando Augusto Lima Gama, como o caso aconteceu em Cocalzinho de Goiás, Rosa deveria ficar preso na cidade. Porém, o município não tem presídio. Assim, geralmente, os detidos vão para a cadeia de Corumbá de Goiás, mas isso só pode ser determinado pelo Judiciário.
Enquanto o local em que Rosa ficará detido não é definido, ele deve ficar na DIH para que a segurança dele seja preservada. "As vagas em Corumbá de Goiás estão todas ocupadas. Vamos esperar o juiz definir na segunda-feira onde ele ficará. Na delegacia de Águas Lindas não tinha como ele ficar porque ali estão presas diversas pessoas e não tinha como garantir a segurança dele lá", explicou Gama ao G1.
Mais tiros
O menino foi ferido com um disparo nas costas, que perfurou a lataria do carro e o banco, além da cadeirinha, antes de atingi-lo. O delegado afirmou que testemunhas ouviram pelo menos mais dois tiros, que não acertaram a família ou o veículo.
O menino foi ferido com um disparo nas costas, que perfurou a lataria do carro e o banco, além da cadeirinha, antes de atingi-lo. O delegado afirmou que testemunhas ouviram pelo menos mais dois tiros, que não acertaram a família ou o veículo.
"A investigação caminha para a tese de tentativa de homicídio dolosa. E nesse caso, como foi mais de um tiro, estende-se também aos pais do menino, mesmo que não tenha atingido-os. Se condenado, pode pegar até 30 anos de prisão", destacou.
A família da vítima, que mora em Valparaíso de Goiás, o levou até uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) após o menino ser atingido.
Ele recebeu os primeiro socorros no Hospital Municipal Bom Jesus. Depois, foi encaminhado de helicóptero para o Hospital de Base do DF, de onde foi transferido para uma unidade de saúde ainda desconhecida.
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