Policial matou e esquartejou PM em disputa por veículo, diz delegado
O militar reformado preso na noite de sexta-feira (19), suspeito de matar e esquartejar o colega de farda, Robson Machado, de 43 anos, em São Luís de Montes Belos, a 153 quilômetros de Goiânia, disse à policia que a morte ocorreu após uma briga entre os dois e que “apenas tentou se defender”. De acordo com o delegado Vicente Stábile, responsável pelo caso, a motivação da desavença seria a venda de um veículo.
“O militar contou que comprou um carro do Robson e repassou para um terceiro. No entanto, a vítima se arrependeu da negociação e queria o veículo de volta. Porém, o novo comprador pediu um valor alto para fazer a devolução”, explicou o delegado ao G1. A partir daí, os policiais começaram a se desentender. “Como o carro ficou com muitas prestações atrasadas, Robson procurou o suspeito para tirar satisfações e a conversa acabou em luta corporal”, afirmou.
Apesar de alegar legítima defesa, Stábile disse não acreditar que o militar suspeito tenha agido sozinho. “Nenhuma linha de investigação está descartada, até buscamos saber se alguém o ajudou a cometer o crime. A única certeza que temos é que ele é o autor da atrocidade”, disse o delegado.
O corpo do policial, que estava desaparecido há 28 dias, foi encontrado enterrado na chácara do suspeito. Pedreiros que trabalhavam na construção de uma varanda no sítio do suspeito encontraram partes do corpo esquartejado quando furaram um buraco. O restante foi localizado pela polícia, com a ajuda de cães farejadores, em uma área rural, a três quilômetros do local.
As partes do corpo estão no Instituto Médico Legal (IML) de Iporá, cidade próxima a São Luís. Os restos mortais devem ser encaminhados ao IML de Goiânia para uma perícia detalhada.
Preso, o suspeito foi transferido para o Presídio Militar, em Goiânia.
Amigos
Robson também era policial militar reformado e atuava como advogado. Ao G1, um tio dele, o funcionário público Sebastião Machado Borges, 61 anos, disse que o suspeito era o melhor amigo da vítima. “O meu sobrinho era advogado e chegou a ganhar algumas causas para esse cidadão”, relatou.
A família espera por justiça. “A gente quer saber porque ele fez isso e se tem mais alguém envolvido”, diz o tio.
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