Veríssimo Amaral
O jovem Rafael Demétrio, que afirmou ter sido torturado por policiais em Barra de São Francisco, será ouvido nesta terça-feira, 03 de janeiro de 2012, pela Comissão de Direitos Humanos, no Tribunal de Justiça do Espírito Santo.
Rafael foi preso na madrugada da última quarta-feira, 28 de dezembro de 2011, quando estava com o som do carro ligado, em frente ao Shop Mais, na Rua Mineira em Barra de São Francisco.
O jovem acusou os policiais de tortura e espancamento. Um documento, contendo fotos e a versão do jovem sobre os fatos, foi encaminhado para a ouvidoria da Polícia Militar, Secretaria Estadual de Justiça, Secretaria de Segurança Pública, Comissão de Direitos Humanos, Ministério Público Estadual e para uma Comissão Anti-Tortura no estado.
O caso teve grande repercussão na cidade e ainda divide opiniões. Em conversa com o SiteBarra, o pai de Rafael, o advogado Paulo Roberto Araújo (Paulo Poggito), disse que todos os exames necessários estão sendo feitos e que ele irá se manifestar publicamente somente após o resultado do laudo. “Eu não discuto a prisão. O que eu não concordo e não posso de maneira nenhuma aceitar é a tortura”, disse Paulo Poggito ao SiteBarra.
Na versão de Rafael, ele nega que o som do carro estava tão alto, pois o mesmo não tem proporções para isso, sendo o som pequeno e comum, original do carro. O jovem afirma também em sua defesa, que a abordagem dos policiais foi truculenta. Quanto a apreensão do veículo, Rafael afirmou que deveria ser chamado um guincho e que os policiais não poderiam dirigir seu carro.
Rafael afirma em seu depoimento que disse aos policiais que ele tem curso superior e que na cidade não havia cela especial para prendê-lo. Segundo o depoimento de Rafael, um dos policiais disse que, já que ele sabe tanto de direto, que fosse dizer tais direitos em Colatina. O jovem afirma que houve certa reação por parte dele, para que não fosse algemado.
Em seu depoimento à polícia, Rafael afirmou também que foi torturado pelos policiais e que sentado em uma cadeira, ele foi agredido com tapas, chutes e porrada no olho. Disse também no depoimento, que ele foi jogado ao chão e chutado pelos dois policiais.
VERSÃO DA POLÍCIA
Segundo o boletim de ocorrência, Rafael Demétrio teria agredido um dos policiais, o SD PM Cassundé, no momento da apreensão do seu veículo. Rafael foi preso e encaminhado a Delegacia de Colatina, onde foi ouvido e liberado na manhã do mesmo dia. O veículo foi apreendido e guinchado até o pátio da Barrauto, em Barra de São Francisco.
O policial Cassundé disse que chegando ao Batalhão de Polícia, Rafael disse que estava arrependido e pedia perdão ao policial. Cassundé disse que, o que havia ocorrido estava perdoado, porém a honra dos militares não poderia jamais ser denegrida e que ele era um pai de família e estava trabalhando para manter seus familiares e iria representar contra Rafael, e que ele como advogado deveria dar exemplo e jamais poderia ter agido daquela forma.
Os policiais também negam o espancamento, disseram que foi necessário o uso da força apenas no momento que Rafael foi detido, pois o mesmo resistiu a prisão.
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