Agiram como ‘grupo de extermínio’...
- Julgamento é realizado desde segunda em Nova Iguaçu e a sentença deve sair nesta quinta
— É muito evidente: para combater o crime, tem que ser dentro da lei. E não foi assim que aconteceu. E todos agiram. Todos participaram. Atirar não é só puxar o gatilho. Não pode compactuar. Quando compactua, está fazendo a mesma coisa —disse o promotor, referindo-se ao fato de que dois policiais são acusados da morte e os outros dois, de terem acobertado os colegas de farda.
— A atividade deles (policiais) naquele momento foi típica de um grupo de extermínio. Porque eles foram lá para matar, e não para prender — completou.
Sergio Ricardo pontuou provas materiais da autoria do crime por parte dos policiais e, também, equívocos dos PMs que reforçam a certeza de que foram os responsáveis pelos disparos que mataram Juan e Igor Souza Afonso. Entre os erros está o fato de eles terem entregado, na delegacia, um fuzil que não havia sido usado durante o suposto confronto na comunidade Danon, em Nova Iguaçu:
— É muita coisa junta. Não posso fechar os olhos para isso. Nós, a sociedade, temos que dar uma resposta. Não podemos admitir que a polícia aja dessa forma.
Quem também falou foi a defensora Isabela Menezes. Durante todo o tempo os réus estavam na sala. São eles: os sargentos Isaías Souza do Carmo e Ubirani Soares, e os cabos Edilberto Barros do Nascimento e Rubens da Silva. Os PMs estão presos, desde junho de 2011, no Batalhão Especial Prisional (BEP).
O julgamento começou com o depoimento de Wanderson dos Santos Assis, atingido por três tiros na operação do 20º BPM (Mesquita). Ao júri, ele afirmou ter visto quando Juan foi atingido, mas disse que não era possível saber de onde vieram os disparos.
— Assim que a gente passou da escada [de um beco] começaram vários disparos. Vi o Juan voando na parede e entrei em desespero. Quando me virei, já senti a perna dormente, já tinha sido atingido nas costas. Me joguei no chão e assim que me joguei pararam de atirar. Fui me arrastando e depois consegui me levantar mancando e ir andando até um pouco embaixo. Era muita dor — afirmou.
Os policiais também são acusados de matar Igor Souza Afonso, suposto traficante da região. Eles respondem por dois homicídios duplamente qualificados e duas tentativas de homicídio duplamente qualificado, com os agravantes de que uma das vítimas era menor de idade e que teria havido abuso de poder por parte dos agentes públicos. Segundo o Ministério Público, se condenados, os policiais podem pegar até 60 anos de prisão.
O crime
Juan desapareceu no dia 20 de junho 2011, logo após um confronto entre policiais militares do 20º BPM (Mesquita) e traficantes da Favela Danon, onde o menino morava com sua família. O corpo do garoto, de 11 anos, apareceu dez dias depois, às margens do Rio Botas, em Belford Roxo, também na Baixada.
Na operação policial, o irmão de Juan, Weslley, e Wanderson foram baleados. Tanto o jovem quando a família do menino, deixaram a Favela Danon, com medo de represálias. A maioria está no Programa Estadual de Proteção a Vítimas e Testemunhas (Provita).
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