Vinte e oito guardas municipais de Valinhos têm que entregar suas armas nesta semana para o comando da Guarda Civil Municipal (GCM) depois de terem sido reprovados em uma prova de requalificação de tiro. Desse total, 23 guardas foram considerados inaptos em prova prática, em um estande fixo, por não conseguirem acertar 60% dos disparos nos alvos. Outros cinco agentes foram reprovados porque não fizeram o exame.
As provas foram realizadas em fevereiro na Academia da Guarda Municipal de Campinas em caráter obrigatório. A requalificação foi dividida em quatro disciplinas: meio ambiente (nove dias de aulas); técnicas operacionais (seis dias); armamento, munição e tiro (nove dias); primeiros socorros (dez dias).
O objetivo, segundo convênio firmado entre as duas prefeituras, era “atualizar os profissionais que atuam na Guarda Municipal de Valinhos, habilitando-os técnica e profissionalmente para o exercício das funções previstas em suas atividades profissionais, mediante abordagem, em todas as aulas e treinamentos, dos eixos legal, técnico e ético”.
A reprovação também suspende o direito ao porte de armas particulares dos agentes. Além de entregar as armas, os que foram reprovados nos exames de tiro vão deixar de fazer trabalho de segurança nas ruas de Valinhos. Eles serão conduzidos pelo comando da corporação para atividades administrativas dentro da Secretaria de Defesa do Cidadão, além de vigilância desarmada em escolas, apoio a ações de trânsito também em escolas e instruções dentro da própria GCM.
“Considero esse índice de reprovação expressivo. Temos que analisar o que aconteceu para podermos determinar os motivos desse grande número de guardas inaptos para o tiro. Há uma necessidade de reorganização da corporação e um desses fatores que precisam ser verificados é o preparo dos agentes para um atendimento de qualidade à população”, disse a vice-prefeita Laís Helena, que é a secretária de Defesa do Cidadão de Valinhos.
Os guardas reprovados terão a chance de reverter o quadro em um novo exame prático. As novas provas estão marcadas para os dias 10 e 17 de abril, na Academia da Guarda Municipal de Campinas. Já os outros cinco guardas reprovados por não realizarem o exame só poderão tentar outra vez em 2019.
Antes de atirar, os guardas de Valinhos foram submetidos a uma série de aulas com vídeos, exercícios e discussões sobre o assunto.
Para serem considerados aptos, os guardas que fizeram as provas precisavam obter 60% de precisão em tiros disparados dentro do estande. Um dos alvos era uma figura que representa o corpo humano e estava fixa a uma distância de 7 metros. Além disso, os candidatos deviam obter a mesma pontuação em tiros contra um alvo colorido, também fixo e distante 7 metros da bancada.
As provas foram realizadas usando as mesmas armas que os guardas manuseiam no dia a dia em Valinhos: pistola 380 e revólver calibre 38. “Precisamos cobrar mais treinamento desses agentes no futuro para evitar problemas assim. Saber usar uma arma é um requisito básico para quem exerce função na área de segurança pública”, disse Laís Helena.
Segundo a vice-prefeita, que assumiu a secretaria em janeiro passado, a corporação passa por algumas mudanças, especialmente no que se refere às questões de hierarquia/comando, descrição de funções dos agentes e convivência dentro da própria Guarda. “Temos avançado nesse sentido e acredito que esse tipo de gestão mais aberta ao diálogo possa trazer frutos em breve, inclusive com melhores resultados em provas de tiro e requalificação”, disse.
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