RIO DE JANEIRO
Júri condena um dos acusados de matar filho de Carlinhos de Jesus
Miguel Ângelo da Silva Medeiros foi condenado a 16 anos e 4 meses de reclusão. Outro acusado, André Pedrosa dos Santos, foi absolvido.Por G1 Rio
16/03/2017 20h19 Atualizado 16/03/2017 22h02
Os dois acusados julgados desde a quarta-feira são policiais militares. Outro acusado, o ex-policial Marlon Soares, é julgado separadamente. A Defensoria recorreu da sentença de Miguel Angelo. Na sentença, o juiz Gustavo Direito, do 1o Tribunal do Júri, pediu que Miguel perca o cargo de PM.
Carlos Eduardo é filho do coreógrafo Carlinhos de Jesus. Emocionado, Carlinhos abraçou a família após a leitura da sentença. A família de André, que teve a prisão revogada, comemorou.
De acordo com a denúncia, Miguel Ângelo foi o autor dos oito disparos efetuados contra a vítima. Além de Marlon, ainda serão julgados outros quatro acusados de envolvimento no crime: Magno Carmo Pereira, Wellington do Carmo Ferreira e Evandro Silva de Souza.
Carlos Eduardo foi assassinado em 2011, em Realengo. Durante esta quinta-feira, a defensoria defendeu a tese de que o crime foi passional, encomendado por Marlon Soares - Bruna Florêncio, que namorou Dudu por seis anos, contou que no mês do crime - novembro de 2011- ela ficou duas vezes com Marlos. Ela afirmou, porém, que posteriormente voltou com o músico.
O júri havia se reunido para deliberar no fim da tarde. A promotoria afirma que o crime foi motivado por uma briga ocorrida 45 dias antes do assassinato. Na ocasião, o PM Miguel teria flagrado um dos integrantes da banda de Dudu cheirando cocaína no banheiro de uma casa de shows, teria derrubado o saco com a droga ao dar um tapa na mão do rapaz. Segundo a promotoria, quando saiu do banheiro, Miguel foi cercado e espancado e que Dudu o teria impedido de usar a arma que ele tinha puxado na briga.
"Embora Miguel tenha ficado muito machucado, com o nariz qubrado, foi para o hospital com o amigo Marlon Soares (outro acusado) dizendo que tinha caído de moto. A briga que teve com o grupo de Dudu só veio a ser mencionada três meses após o assassinato de Dudu, em depoimento na Divisão de Homicídios, durante investigação do crime", destacou a promotora.
Carlinhos considera pena branda
Depois do julgamento, Carlinhos de Jesus disse que achou que a pena aplicada aos PMs foi branda. Ele disse que estava ansioso pelo resultado e não concordou com a absolvição de André. "Acho que foi injusto e o MP vai recorrer. A pena para o Miguel foi branda em relação à sequela que ele deixou para a família, para o meu neto". Segundo ele, o PM absolvido estava na cena do crime. Carlinhos disse também que a sentença desta quinta é só o início da batalha e lhe dá ânimo para seguir em frente para acompanhar os outros julgamentos.
Ainda sobre a pena aplicada ao PM ele lembrou alguns casos como o do goleiro Bruno e de Daniela Perez. "As leis precisam ser melhor trabalhadas para que as pessoas sejam realmente condenadas". O coreógrafo também lembrou dispositivos de progressão de regime. "Bom comportamento? Como pode pode isso? Eles têm um dia de péssimo comportamento e destroem uma família. As leis tem que ser melhor elaboravas e cumpridas".
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