Policial militar e dois da Civil foram presos nessa quinta-feira...
Em continuidade ao cumprimento da ordem expressa do governador Antônio Anastasia, de que a Polícia Civil do Estado desmantele uma organização criminosa que, conforme rumores mencionados pelo governador, atua no Vale do Aço há pelo menos 20 anos, três policiais foram presos nessa quinta feira (25): o policial militar Victor Emanuel Miranda de Andrade e os investigadores Jimmy Casseano e Ronaldo de Oliveira, os dois últimos lotados na Delegacia Adjunta de Repressão a Furtos e Roubos de Ipatinga.
Cabo Victor foi preso em Lavras, no Sul de Minas Gerais. Ele é apontado como autor de vários homicídios na região, dentre eles o da própria esposa, a atendente do Century Park Hotel, no bairro Ferroviários, Francislaine Simões de Oliveira Andrade, 24 anos, morta na recepção do hotel, no dia 11 de março de 2007.
Sobre o policial militar Victor Emanuel, ainda pesam outros seis assassinatos ocorridos em Ipatinga. Uma das vítimas destes homicídios atribuídos a ele foi o comerciante Ricardo de Souza Garito, 35, que morreu em 22 de abril de 2007, no bairro Canaãzinho, alvejado por três tiros na cabeça e um no pescoço disparados por um motociclista. Na época, a Promotoria Pública denunciou Victor e outro policial militar como responsáveis por essa morte.
Cleidson Mendes do Nascimento, conhecido como “Cabeça”, de 26 anos, era testemunha no caso que apurava a morte do comerciante. Ele foi assassinado também a tiros na noite de sexta-feira, 16 de setembro de 2011, na rua Caldeus, no bairro Canaãzinho. A mãe do rapaz, a pastora evangélica Eva Mendes do Nascimento, declarou na época que seu filho passou a ser perseguido por policiais desde o dia que resolveu testemunhar no caso. Ela chegou a afirmar que alguns policiais teriam colocado drogas em sua casa para incriminar Cleidson.
Quanto aos investigadores Jimmy Casseano e Ronaldo de Oliveira, uma nota enviada a imprensa afirma que eles são suspeitos de envolvimento em crimes de homicídio em Ipatinga e cidades adjacentes. Tal como os outros policiais civis presos anteriormente, eles também foram levados para a Casa de Custódia da Polícia Civil em Belo Horizonte, para cumprir prisão temporária.
As prisões dessa quinta-feira foram feitas por homens do DIHPP – Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa, atentos aos casos da região desde a morte do jornalista Rodrigo Neto, morto a tiros em 8 de março deste ano. O jornalista participava de um programa radiofônico onde denunciava a participação de policias em vários crimes no Vale do Aço. Com as investigações acerca de sua morte ainda em andamento, um colega dele, que também atuava como repórter policial foi igualmente assassinado com tiros na cabeça, no último dia 14. A investigação da morte de Walgney Assis de Carvalho, 43 anos, também está em curso.
Insegurança na cidade
As duas mortes desencadearam um clima de tensão na região com repercussão até mesmo internacional. A atuação da Polícia Federal já é defendida por algumas pessoas.
O próprio governador Anastasia, que visitou Ipatinga nesta quinta-feira, indagado sobre a possibilidade das apurações serem assumidas pela Polícia Federal, não descartou essa hipótese.
A assessoria confirmou no início da noite que Anastasia se reuniu com familiares dos jornalistas mortos durante sua visita a cidade. Após o encontro, o governador, em entrevista coletiva, disse estar acompanhando os casos diariamente. Informou ter lido o dossiê encaminhado pelo Comitê Rodrigo Neto e disse estar a par dos problemas ocorridos no Vale do Aço há mais de 20 anos. De acordo com ele, “o problema é sério e tem que ser resolvido definitivamente”.
Antônio Anastasia reiterou que já determinou ao secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, ao chefe da Polícia Civil, Cylton Brandão da Matta, e ao comandante geral da Polícia Militar, Márcio Sant’ana, todo o empenho para a apuração dos dois casos de maneira a ir na mais profunda raiz do problema e punir os responsáveis.
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