Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

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terça-feira, 23 de julho de 2013

Polícia agiu de forma muito violenta

Para 57% dos ouvidos pelo Ibope, polícia agiu de forma muito violenta

Grande maioria dos manifestantes, 66%, disse que depredações de bens públicos e privados nunca são justificadas.

Durante as manifestações dos últimos dias, as equipes do Fantástico acompanharam de perto o vandalismo e a ação da polícia em vários estados.  Depoimentos e imagens inéditas mostram esses dois lados dos protestos e o resultado da pesquisa do Ibope sobre o assunto.
Nas manifestações pelo Brasil, o Fantástico perguntou: o que você acha do vandalismo que aconteceu em alguns protestos?
“Essas pessoas que fazem vandalismo, que fazem violência, não nos representam”, diz a manifestante Perla Sampaio.

“Vandalismo não colabora em nada e, pior, tira o foco da manifestação”, comenta o manifestante Daniel Scopel.

País afora, dezenas de manifestações pacíficas. Mas também destruição.

Rio de janeiro, quinta-feira passada (20). Um vândalo usou até uma machadinha.

“Eram vândalos de oportunidade e vândalos que já buscaram as manifestações pacíficas com intuito de realizar ações de vandalismo, ações criminosas, de saques. Nós tínhamos vândalos certamente arregimentados pelo tráfico de drogas local”, analisa o comentarista de segurança Rodrigo Pimentel.

São Paulo, terça passada (18). Nossas equipes filmaram manifestantes, que não queriam violência, tentando impedir que baderneiros invadissem a Prefeitura. Mas o quebra-quebra seguia.

As imagens - obtidas pelo Fantástico - mostram quando os guardas metropolitanos se protegem dentro do prédio.  Do lado de fora, a bandeira paulista é queimada. As bandeiras do Brasil e da cidade de São Paulo escapam.

Confira os resultados da pesquisa do Ibope em oito capitais. Agora, sobre o vandalismo.

A grande maioria dos manifestantes, 66%, disse que depredações de bens públicos e privados nunca são justificadas; 28% responderam que essas ações são justificadas somente em certas circunstâncias. E apenas 5% consideram que depredações são sempre justificadas; 1% não soube responder.

Vale lembrar que as perguntas foram feitas durante as manifestações de quinta-feira, e a pesquisa pode ter incluído participantes que fizeram ou tinham intenção de promover vandalismo.

“Os atos de vandalismo, apesar de terem dado muito prejuízo, foram isolados. Porque se a maioria fosse a favor, teria sido um cenário de guerra total, algo absolutamente incontrolável”, disse o psiquiatra forense do Hospital das Clínicas/SP, Daniel Martins de Barros.

E o que os manifestantes acham da atuação da polícia?

“A polícia tá aqui pra manter a ordem, pra fazer com que as coisas corram bem”, disse a manifestante de São Paulo Carolina Bergamo. 
“Eu acho que a polícia tem agido violentamente, sim, contra os manifestantes”, disse o manifestante de Belo Horizonte Pedro Faria.

Estas são imagens exclusivas. Na capital paulista, dez dias atrás, a repórter da Folha de S. Paulo Giuliana Vallone levou um tiro de bala de borracha, disparado pela PM. Foi atingida no olho.

Uma manicure - que voltava do trabalho – explicou: “Na hora que eles apontaram na nossa direção, ela me puxou para dentro desse estacionamento, sendo que ela mesma não deu tempo de ela entrar”, disse Valdenice.
Quinta-feira passada, no Rio, nossas equipes registram outra situação em que a PM acabou atingindo quem não fazia baderna.

Mais uma bomba e a policia não deixa de agir, mesmo com as pessoas não oferecendo nenhuma resistência. Manifestantes tentaram se proteger numa lanchonete.

A estudante Carina Pazoto estava lá: “A polícia mirando na gente, como se a gente fosse, sei lá,  bandido. A gente não estava fazendo nada de errado”.
Cinquenta e sete por cento dos entrevistados pelo Ibope, no Rio e em mais sete capitais, disseram que a polícia agiu de forma muito violenta; 24% afirmam que foi violenta, mas sem exageros; 15%, que a polícia agiu sem violência; e 4% não souberam ou não quiseram responder.

Os governos do Rio e de São Paulo investigam possíveis excessos policiais.

“Importantíssimo frisar que democracia precisa de polícia. E polícia forte, mas polícia forte não é polícia violenta. Polícia violenta perde a legitimidade e faz com que, muitas vezes, você até dá mais combustível pras manifestações”, avalia Renato Sérgio de Lima do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Na quinta-feira, um PM do Rio foi ferido na cabeça por manifestantes.

“Eu fiquei desacordado. Ainda bem que os companheiros estavam lá”, conta o sargento Nilmar Avelino.

Ele falou à repórter Guacira Merlin.
Fantástico: Você não tem mágoa de quem te fez levar esses dez pontos na cabeça?
Nilmar: Por que teria? De repente, ele não sabe nem o que fez. Sempre vai haver os mais exaltados. Mas acho que as pessoas ali estão reivindicando é um país melhor. Quem não sonha? Eu sonho com um país melhor.
Fantástico

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