Polícia | 25/03/2009 | 22h00min
Ação contra esquema de jogos de azar deteve 21 pessoas no total em Santa Catarina
Lilian Simioni e Felipe PereiraCom a prisão do investigador da Polícia Civil Zenetilde dos Santos, subiu para 11 o número de policiais detidos na Operação Arrastão da Polícia Federal por suspeita de integrar um esquema de jogos de azar. No total, 21 pessoas foram presas nesta quarta-feira.
Entre os detidos estão sete policiais militares, dois investigadores da Polícia Civil, o delegado regional de Brusque, Ademir Braz de Souza, e o delegado de Tijucas, Wilson Carvalho.
A investigação apurou que a quadrilha atuava em Tijucas, São João Batista e Canelinha, na Grande Florianópolis; Itapema, no Litoral Norte; e Brusque, no Vale do Itajaí. São 18 prisões preventivas, uma temporária e duas em flagrante por porte ilegal de arma.
A PF começou a investigação há 11 meses, com a suspeita de contrabando de peças de caça-níqueis pelos portos catarinenses. Após dois meses de trabalho, os agentes federais descobriram, por meio das interceptações telefônicas, que o suposto líder do esquema, Aleander Müller, pagava policiais militares e civis para manter casas de bingo em funcionamento.
O Ministério Público Estadual (MPE) foi chamado para participar das investigações. Nesta quarta-feira, a partir das 6h, foram cumpridos 19 mandados de prisão, 46 de busca e apreensão e 12 de sequestro de bens, entre veículos, imóveis e valores em contas bancárias.
O delegado da PF Cesar Souza revelou que o líder da quadrilha fabricava os caça-níqueis em Brusque e distribuía na própria cidade, além de Tijucas, Canelinha e São João Batista. As duas primeiras cidades eram as de maior atuação. Entre Aleandre e proprietários de estabelecimentos onde funcionavam as máquinas, havia um grupo de intermediadores.
A função dos policiais era fornecer informações privilegiadas sobre operações de repressão ao jogo ilegal, não combater o crime e fechar casas de jogos concorrentes.
O delegado falou que a ousadia chegou a um ponto em que placas das máquinas apreendidas eram retiradas e entregues ao grupo. Para não levantar suspeita, equipamentos velhos eram colocados no lugar. O grupo chegou a simular operações policiais com a montagem de salas de jogos "fantasma", com máquinas obsoletas.
O delegado disse que os pagamentos aos policiais eram feitos em dinheiro todo o mês. Os valores eram considerados baixos, de R$ 500 a R$1 mil. Por enquanto, conforme o delegado, não há uma contabilidade do gasto mensal da quadrilha em propinas.
Somente na casa de Aleander Müller, considerado o líder do bando, em Brusque, a PF encontrou R$ 2 milhões escondidos e apreendeu uma BMW e um Porsche. No total, 12 carros e duas motos foram apreendidas.
Grupo arrecadaria cerca de R$ 1 milhão ao dia
Para o promotor Sidney Dalabrida, a corrupção é o grande motivador para a continuidade do crime no Estado.
— Sem dúvida as quadrilhas de jogos de azar têm subsistência à custa da corrupção de servidores públicos.
Com mais de cem máquinas e faturando aproximadamente R$ 1 mil por dia em cada uma, Souza afirmou que, em uma avaliação preliminar, a quadrilha movimentava mais de R$ 1 milhão por mês. Não estão descartadas novas prisões. Ele afirmou que o inquérito deve ser concluído em 10 dias.
Os envolvidos poderão responder por formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional e exploração de jogo de azar. As penas mais longas variam de dois a 12 anos de detenção.
Os policiais militares presos na Operação Arrastão devem ser transferidos para a carceragem do 4º Batalhão da Polícia Militar, em Florianópolis. Uma mulher que teve prisão temporária decretada foi transferida para o Presídio Feminino da Capital.
Entre os detidos estão sete policiais militares, dois investigadores da Polícia Civil, o delegado regional de Brusque, Ademir Braz de Souza, e o delegado de Tijucas, Wilson Carvalho.
A investigação apurou que a quadrilha atuava em Tijucas, São João Batista e Canelinha, na Grande Florianópolis; Itapema, no Litoral Norte; e Brusque, no Vale do Itajaí. São 18 prisões preventivas, uma temporária e duas em flagrante por porte ilegal de arma.
A PF começou a investigação há 11 meses, com a suspeita de contrabando de peças de caça-níqueis pelos portos catarinenses. Após dois meses de trabalho, os agentes federais descobriram, por meio das interceptações telefônicas, que o suposto líder do esquema, Aleander Müller, pagava policiais militares e civis para manter casas de bingo em funcionamento.
O Ministério Público Estadual (MPE) foi chamado para participar das investigações. Nesta quarta-feira, a partir das 6h, foram cumpridos 19 mandados de prisão, 46 de busca e apreensão e 12 de sequestro de bens, entre veículos, imóveis e valores em contas bancárias.
O delegado da PF Cesar Souza revelou que o líder da quadrilha fabricava os caça-níqueis em Brusque e distribuía na própria cidade, além de Tijucas, Canelinha e São João Batista. As duas primeiras cidades eram as de maior atuação. Entre Aleandre e proprietários de estabelecimentos onde funcionavam as máquinas, havia um grupo de intermediadores.
A função dos policiais era fornecer informações privilegiadas sobre operações de repressão ao jogo ilegal, não combater o crime e fechar casas de jogos concorrentes.
O delegado falou que a ousadia chegou a um ponto em que placas das máquinas apreendidas eram retiradas e entregues ao grupo. Para não levantar suspeita, equipamentos velhos eram colocados no lugar. O grupo chegou a simular operações policiais com a montagem de salas de jogos "fantasma", com máquinas obsoletas.
O delegado disse que os pagamentos aos policiais eram feitos em dinheiro todo o mês. Os valores eram considerados baixos, de R$ 500 a R$1 mil. Por enquanto, conforme o delegado, não há uma contabilidade do gasto mensal da quadrilha em propinas.
Somente na casa de Aleander Müller, considerado o líder do bando, em Brusque, a PF encontrou R$ 2 milhões escondidos e apreendeu uma BMW e um Porsche. No total, 12 carros e duas motos foram apreendidas.
Grupo arrecadaria cerca de R$ 1 milhão ao dia
Para o promotor Sidney Dalabrida, a corrupção é o grande motivador para a continuidade do crime no Estado.
— Sem dúvida as quadrilhas de jogos de azar têm subsistência à custa da corrupção de servidores públicos.
Com mais de cem máquinas e faturando aproximadamente R$ 1 mil por dia em cada uma, Souza afirmou que, em uma avaliação preliminar, a quadrilha movimentava mais de R$ 1 milhão por mês. Não estão descartadas novas prisões. Ele afirmou que o inquérito deve ser concluído em 10 dias.
Os envolvidos poderão responder por formação de quadrilha, corrupção ativa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional e exploração de jogo de azar. As penas mais longas variam de dois a 12 anos de detenção.
Os policiais militares presos na Operação Arrastão devem ser transferidos para a carceragem do 4º Batalhão da Polícia Militar, em Florianópolis. Uma mulher que teve prisão temporária decretada foi transferida para o Presídio Feminino da Capital.
Saiba mais | ||||
A defesa dos suspeitos | ||||
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Brusque — Aleander Müller, suposto chefe da quadrilha — Alan Müller, irmão de Aleander — Maicon Cunha A advogada Regiane Moresco, representante dos irmãos Aleander e Alan Müller e de Maicon Cunha não comentou o caso ontem à tarde porque não tinha acesso ao conteúdo do inquérito. Ela declarou que iria a sede da superintendência da Polícia Federal para tomar conhecimento da operação e das acusações — Ademir Braz de Sousa, delegado regional de Brusque — Roberto José Lídio, policial civil — Everaldo Venske, policial militar Os três negaram o suposto envolvimento no esquema de jogo ilegal, de acordo com o advogado Ricardo José de Souza — Vilmar Antônio Pozzan De acordo com o advogado Luis Carlos Schlindwein, apenas depois de conversar com o cliente e analisar os documentos apurados pela investigação será possível definir que medidas jurídicas tomar — Hélio de Andrade Rodrigues O advogado Rafael Maia citou a presunção da inocência e declarou que vai se manifestar com mais detalhes após estudar os autos do inquérito — Alexandro Fernandes, policial militar — Nauro Galassini — Fabiano Ruaro Advogados desses suspeitos não foram localizados Tijucas — Marcelo Moacir Pedro, policial militar — Giovani Marchi, policial militar — Edson Martins, policial militar A advogada Alessandra Borba afirmou que não pôde examinar as acusações contra os policiais militares. Ela vai acompanhar os depoimentos e estudar o caso antes de tomar medidas jurídicas — Lindomar Nunes da Rosa, policial militar Hélio Brasil, advogado de defesa, afirmou que vai estudar o caso para decidir quais medidas adotar — Zenetilde dos Santos, investigador da Polícia Civil — Wilson Carvalho, delegado em Tijucas (preso em Itapema) O advogado Marcos José Catani alegou que não teve acesso ao inquérito policial e somente depois de conhecer o conteúdo das investigações poderá decidir a estratégia de defesa que vai adotar — Rafael Mendes de Melo — Edicarlos Martins — Neroci Antunes Rodrigues, policial militar Advogados desses suspeitos não foram localizados | ||||
Obs: todas as prisões são preventivas (autorizadas pela Justiça quando há indícios de culpa), exceto a de Wilson Carvalho e Zenetilde dos Santos (em flagrante, porque tinham arma sem registro em casa). O 21º nome, de uma mulher de Brusque, foi tirado da lista porque a prisão é temporária (para investigação). | ||||
Fonte: Polícia Federal | http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.jsp?uf=2&local=18§ion=Geral&newsID=a2453383.xml |
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