Vida e Cidadania
Sexta-feira, 26/11/2010Divulgação
Policiais do Gaeco chegam para fazer o flagrante e prender os investigadores Eles teriam pedido R$ 20 mil para livrar um empresário que não havia apresentado notas fiscais de seus produtos
Publicado em 06/08/2010 | Diego Ribeiro - Fale conosco
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Uma semana após a prisão em flagrante de quatro policiais da Delegacia de Estelionato e Desvio de Carga (DEDC) de Curitiba, detalhes da história vieram à tona. No último dia 30, quatro investigadores da Polícia Civil foram flagrados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) supostamente tentando receber R$ 20 mil de proprietários de uma empresa remoldadora de pneus. Um delegado está sendo investigado por suspeita de participação no esquema.
Dois dos investigadores suspeitos, Claudio Harmuch e Edson Pedro Fabri, são diretores do Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol). Os outros dois envolvidos são Rohanito Navarro de Góes e Valdir Machado.
Os quatro foram presos pelo Gaeco no estabelecimento do denunciante no Bairro Alto, na sexta-feira passada. Teria sido a segunda vez que dois deles foram até o local. Harmuch e Fabri estiveram lá no dia 27, de acordo com um dos sócios do estabelecimento.
A dupla teria abordado um cliente da empresa que levava 170 pneus sem nota fiscal. Depois de descobrir a falta de registro de compra, os policiais foram até a empresa onde pediram para ver as notas. O denunciante disse que não havia notas porque a empresa realizou uma fusão recente com outra firma, mas que conversaria com o contador e apresentaria os documentos. O Gaeco recebeu as notas naquela semana após a denúncia de extorsão.
Os policiais insistiram e levaram o empresário para a DEDC, onde teria sido interrogado por um delegado. Segundo um dos empresários, o policial teria feito perguntas de forma bastante ríspida. “Ele disse que eu era palhaço, um picareta, que não tinha a documentação”, conta. Em seguida, um dos advogados do empresário chegou na delegacia e teria perguntado para o delegado se não havia alguma forma de resolver o assunto.
O denunciante afirma que continuou explicando que estava investindo na empresa. Foi quando o policial teria pedido para “investir na delegacia”. “Ele disse que queria 20% do que tinha no estoque”, relata. O acerto seria feito nos dias seguintes. A vítima saiu da delegacia e voltou para a empresa, com o pedido do delegado para que o empresário não mexesse no estoque.
No dia seguinte, com outro advogado, agora um criminalista, contratado para o caso, a vítima soube que 20% era um código para R$ 20 mil entre os policiais. A informação teria sido conseguida pelo advogado em um contato feito com o delegado.
No dia 30 de julho, os quatro policiais foram até o estabelecimento. Ao chegar na empresa, perguntaram sobre o dinheiro e viram que parte do estoque teria sido vendido. De acordo com o empresário, eles ficaram irritados com a venda. A vítima teria dito aos policiais que seu sócio estava buscando o dinheiro para entregar a eles. Ao ligar para o sócio, ele contou que já havia acionado o Gaeco. Minutos depois, houve o flagrante.
Defesa
O escritório dos advogados Milton Miró Vernalha Filho e Naoto Yamasaki, contratado do Sinclapol, faz a defesa dos investigadores. Segundo Vernalha e Yamasaki, a prisão em flagrante dos investigadores é ilegal em razão da falta do testemunho dos advogados da vítima. Os defensores é que teriam recebido o pedido de propina dos policiais. Portanto, seriam testemunhas chave do caso e não foram ouvidos pelo Gaeco.
De acordo com os advogados, o delegado-chefe da DEDC, Paulo Roberto da Silveira, solicitou verbalmente para que os investigadores fossem até a empresa porque havia uma denúncia de roubo de carga. A defesa apresentou, inclusive, o dossiê de investigação n.º 33/2010 e uma certidão, que relata o pedido verbal do delegado.
A Corregedoria da Polícia Civil informou que abriu um inquérito para investigar o caso e que tem até domingo para concluir a apuração. A reportagem procurou o delegado Silveira, mas não conseguiu encontrá-lo. Ele teria prestado depoimento informalmente ao Gaeco.
Dois dos investigadores suspeitos, Claudio Harmuch e Edson Pedro Fabri, são diretores do Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol). Os outros dois envolvidos são Rohanito Navarro de Góes e Valdir Machado.
Os quatro foram presos pelo Gaeco no estabelecimento do denunciante no Bairro Alto, na sexta-feira passada. Teria sido a segunda vez que dois deles foram até o local. Harmuch e Fabri estiveram lá no dia 27, de acordo com um dos sócios do estabelecimento.
A dupla teria abordado um cliente da empresa que levava 170 pneus sem nota fiscal. Depois de descobrir a falta de registro de compra, os policiais foram até a empresa onde pediram para ver as notas. O denunciante disse que não havia notas porque a empresa realizou uma fusão recente com outra firma, mas que conversaria com o contador e apresentaria os documentos. O Gaeco recebeu as notas naquela semana após a denúncia de extorsão.
Os policiais insistiram e levaram o empresário para a DEDC, onde teria sido interrogado por um delegado. Segundo um dos empresários, o policial teria feito perguntas de forma bastante ríspida. “Ele disse que eu era palhaço, um picareta, que não tinha a documentação”, conta. Em seguida, um dos advogados do empresário chegou na delegacia e teria perguntado para o delegado se não havia alguma forma de resolver o assunto.
O denunciante afirma que continuou explicando que estava investindo na empresa. Foi quando o policial teria pedido para “investir na delegacia”. “Ele disse que queria 20% do que tinha no estoque”, relata. O acerto seria feito nos dias seguintes. A vítima saiu da delegacia e voltou para a empresa, com o pedido do delegado para que o empresário não mexesse no estoque.
No dia seguinte, com outro advogado, agora um criminalista, contratado para o caso, a vítima soube que 20% era um código para R$ 20 mil entre os policiais. A informação teria sido conseguida pelo advogado em um contato feito com o delegado.
No dia 30 de julho, os quatro policiais foram até o estabelecimento. Ao chegar na empresa, perguntaram sobre o dinheiro e viram que parte do estoque teria sido vendido. De acordo com o empresário, eles ficaram irritados com a venda. A vítima teria dito aos policiais que seu sócio estava buscando o dinheiro para entregar a eles. Ao ligar para o sócio, ele contou que já havia acionado o Gaeco. Minutos depois, houve o flagrante.
Defesa
O escritório dos advogados Milton Miró Vernalha Filho e Naoto Yamasaki, contratado do Sinclapol, faz a defesa dos investigadores. Segundo Vernalha e Yamasaki, a prisão em flagrante dos investigadores é ilegal em razão da falta do testemunho dos advogados da vítima. Os defensores é que teriam recebido o pedido de propina dos policiais. Portanto, seriam testemunhas chave do caso e não foram ouvidos pelo Gaeco.
De acordo com os advogados, o delegado-chefe da DEDC, Paulo Roberto da Silveira, solicitou verbalmente para que os investigadores fossem até a empresa porque havia uma denúncia de roubo de carga. A defesa apresentou, inclusive, o dossiê de investigação n.º 33/2010 e uma certidão, que relata o pedido verbal do delegado.
A Corregedoria da Polícia Civil informou que abriu um inquérito para investigar o caso e que tem até domingo para concluir a apuração. A reportagem procurou o delegado Silveira, mas não conseguiu encontrá-lo. Ele teria prestado depoimento informalmente ao Gaeco.
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