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Quinze dos 21 integrantes da quadrilha, que tinha até um Lamborghini no valor de R$ 1,5 milhão, foram pegos, e os outros 6 encontram-se foragidos
POLÍCIA FEDERAL/DIVULGAÇÃO
Lamborghini zero quilômetro e mais dez automóveis de luxo foram apreendidos
A Polícia Federal desmantelou nesta quinta-feira (3) uma quadrilha liderada por empresários que contrabandeava máquinas caça-níquel. Sete policiais civis e dois PMs são acusados de pertencer ao grupo de 21 acusados que atuavam em Belo Horizonte e no interior, arrecadando milhões de reais por ano.
Destes, 15 foram presos. Os nove policiais dariam apoio e segurança às atividades de jogatina, incluindo o jogo do bicho, fornecendo informações privilegiadas sobre as ações da polícia. A PF suspeita que a quadrilha tenha envolvimento também com tráfico de drogas e prática de homicídios.
A quadrilha é formada, segundo a Polícia Federal, por quatro líderes, dois gerentes, dois subgerentes, um “laranja”, uma contadora, e os policiais que agiriam como informantes. Seis estão foragidos.
Com os 15 presos, os mais de 200 agentes que participaram da Operação Safari III apreenderam mais de dez automóveis de luxo, entre eles um Lamborghini zero quilômetro, avaliado em R$ 1,5 milhão, que estava numa concessionária de veículos, outros dez carros, duas casas de luxo, 140 máquinas caça-níqueis, joias, cheques, computadores e mais de 400 cédulas de R$ 50 falsas.
A Polícia Federal afirmou que novas prisões devem acontecer e todas as pessoas envolvidas responderão por prática de crimes de contrabando, formação de quadrilha, corrupção ativa e passiva, e lavagem de dinheiro. Se forem a julgamento pela Justiça Federal, poderão ser condenadas a penas de mais de 20 anos de prisão. Há indícios de que os criminosos estariam agindo também nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Esta foi a terceira fase da Operação Safári, que começou no dia 22 de outubro deste ano, com o envolvimento de centenas de agentes. Somando os números desta quinta-feira (3), a Polícia Federal já prendeu 39 pessoas, apreendeu mais de 150 máquinas caça-níqueis, além de documentos e cumpriu dezenas de mandados judiciais de buscas e apreensões.
Não foram divulgados nomes dos policiais suspeitos de envolvimento nem dos demais presos sob a alegação de que a publicação poderá prejudicar os trabalhos em andamento. Mas o delegado Eduardo Freitas, responsável pela Delegacia Regional de Repressão Contra o Crime Organizado do DPF, afirmou que o grupo desmantelado era comandado por quatro empresários ligados ao jogo do bicho em Belo Horizonte.
Não há levantamentos sobre o total arrecadado pela quadrilha, mas cada máquina caça-níquel em funcionamento rendia R$ 10 mil por mês. A polícia está investigando denúncias de que esse grupo arrecadava também com o jogo do bicho.
Desde que começaram a trabalhar na madrugada desta quinta-feira (3), os federais cumpriram 33 mandados de busca e apreensão e de prisões, todos expedidos pela Justiça Federal. As 15 pessoas supostamente envolvidas estariam agindo há alguns anos na exploração dos caça-níqueis, que eram importados e chegavam ao Brasil pelo Porto de Santos, no Estado de São Paulo, e tinham como destino final a Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Integrantes com alto padrão de vida
As prisões foram feitas em Belo Horizonte e em Santa Luzia, em uma operação chefiada pelo delegado Cristiano Jomar Costa Campidelli. Para a polícia, o grupo “faturava alto”, porque seus integrantes ostentavam alto padrão de vida e possuíam veículos luxuosos. O automóvel Lamborghini preto, de fabricação italiana, sem placa, foi apreendido em uma agência de automóveis onde esperava comprador.
“Temos que combater o crime e parece que essas pessoas estão envolvidas com o crime”, declarou o coronel César Romero, corregedor da Polícia Militar que participou da entrevista coletiva realizada no DPF.
O oficial disse que os militares suspeitos já foram indiciados no inquérito instaurado pela Polícia Federal e responderão também a um inquérito administrativo, que vai ser instaurado na Corregedoria da corporação. Eles poderão ser expulsos da Polícia Militar.
Já o delegado Geraldo de Moraes Júnior, Corregedor Geral da Polícia Civil, afirmou que os policiais civis também estão sujeitos a um inquérito administrativo, paralelo ao inquérito policial do DPF. Em caso de comprovação de envolvimento deles, todos poderão também ser expulsos da corporação.
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