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sábado, 13 de julho de 2024

Agentes da PRF chegaram a abordar caminhão com drogas ‘escoltado’ por policiais civis alvo da PF

 O RJ1 apurou que a droga veio de MS e que o caminhão que a transportava foi parado pelos então agentes da DRFC na Dutra tão logo entrou no RJ. Depois, uma equipe da PRF interceptou o comboio.

Por Rafael NascimentoLeslie Leitão, Marco Antônio Martins, Daniella Dias, TV Globo e g1 Rio

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Policiais civis são presos por tráfico de drogas

Os 4 policiais civis presos por tráfico de drogas pela Polícia Federal (PF) na Operação Drake, nesta quinta-feira (18), chegaram a ser abordados por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) quando já estavam com a droga.

 

Segundo a PF e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), Alexandre Barbosa da Costa Amazonas, Eduardo Macedo de Carvalho, Juan Felipe Alves da Silva e Renan Macedo Guimarães negociaram, dentro da Cidade da Polícia, a entrega das 16 toneladas de maconha retidas por eles para o Comando Vermelho (CV), a maior facção do tráfico do RJ.

Com o intermédio do advogado Leonardo Sylvestre da Cruz Galvão, ainda de acordo com a força-tarefa, os 4 agentes aceitaram propina para liberar os entorpecentes e o motorista do caminhão. Com o negócio fechado, a carga foi escoltada por veículos da DRFC até Manguinhos, onde traficantes do CV a retiraram.

    Momento em que, segundo a PF e o MPRJ, os 4 agentes da DRFC passam pelo posto da PRF na escolta do caminhão com 16 toneladas de maconha — Foto: Reprodução/TV Globo

    Momento em que, segundo a PF e o MPRJ, os 4 agentes da DRFC passam pelo posto da PRF na escolta do caminhão com 16 toneladas de maconha — Foto: Reprodução/TV Globo

    De MS para a Cidade da Polícia

    RJ1 apurou que a droga veio de Mato Grosso do Sul via São Paulo e entrou no RJ pela Rodovia Presidente Dutra. Tão logo o caminhão cruzou a divisa, segundo a PF e o MPRJ, os 4 agentes da DRFC o interceptaram, mandando o motorista seguir para a Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio, e acompanhando o trajeto.

    No caminho, porém, uma equipe da PRF interceptou o comboio. Aos policiais rodoviários, os homens da DRFC disseram que “a carga já estava apreendida” e que seria levada para a Cidade da Polícia.

    Fotos mostram caminhão e viatura da DRFC passando pelo posto da PRF no início da descida da Serra das Araras e no pedágio de Seropédica.

    Os cinco mandados de prisão foram expedidos pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Resende. Agentes foram atrás dos alvos da operação em endereços na capital fluminense e em Saquarema. Um dos locais é a Cidade da Polícia, onde fica a DRFC, na Zona Norte do Rio.

    Quem são os presos

    1. Alexandre Barbosa da Costa Amazonas, ex-agente da DRFC;
    2. Eduardo Macedo de Carvalho, ex-agente da DRFC;
    3. Juan Felipe Alves da Silva, ex-chefe do setor de investigações da DRFC;
    4. Leonardo Sylvestre da Cruz Galvão, advogado;
    5. Renan Macedo Guimarães, ex-agente da DRFC.

    Os policiais presos não trabalhavam mais para a DRFC desde setembro, quando houve uma troca de comando na especializada, sendo realocados em diferentes unidades.

    PF faz operação para prender policiais civis suspeitos de tráfico de drogas — Foto: Reprodução

    PF faz operação para prender policiais civis suspeitos de tráfico de drogas — Foto: Reprodução

    Flagrante na divisa

    De acordo com a PF e o MPRJ, em 8 de agosto deste ano, duas viaturas da DRFC abordaram na divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro um caminhão — que já vinha sendo monitorado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) — com 16 toneladas de maconha.

    “Após escoltarem o caminhão até a Cidade da Polícia Civil, os policiais civis negociaram, por meio de um advogado, a liberação da carga entorpecente e a soltura do motorista, mediante o pagamento de propina”, afirmou a PF, em nota.

    Ainda segundo a Polícia Federal, no dia 9 de agosto “três viaturas ostensivas da DRFC escoltaram o caminhão até os acessos de Manguinhos. Em seguida, a carga de maconha foi descarregada pelos criminosos”.

    “O nome da operação remete ao pirata e corsário inglês Francis Drake, que saqueava caravelas que transportavam material roubado e se julgava isento de culpa em razão da origem ilícita dos bens”, explicou a PF.

    O que diz a Polícia Civil

    “A Corregedoria-Geral de Polícia Civil apoiou a ação para cumprimento das ordens judiciais e está instaurando Processos Administrativos Disciplinares (PADs).

    A Polícia Civil reforça que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta e atividade ilícita, reiterando seu compromisso de combate ao crime em defesa da sociedade.”

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