Luiz Carlos Cancellier foi encontrado morto em shopping de Florianópolis. Delegado diz que vai pedir imagens de câmeras de segurança do local.
Por G1 SC
A 1ª Delegacia de Polícia da Capital abriu inquérito na
tarde desta segunda-feira (2) para investigar a morte do reitor afastado da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier de Olivo,
encontrado morto no Beiramar Shopping, em Florianópolis, pela manhã. O delegado
responsável pelo caso, Eduardo Mattos, vai pedir imagens de câmeras de
segurança do local.
Em nota, a assessoria do shopping disse que por volta das
10h30 um homem cometeu suicídio, caindo no vão central. Ele se jogou da escada
do piso L4. A Polícia Militar e o Instituto Médico Legal (IML) confirmaram a
identidade da vítima. O velório ocorre no hall da reitoria da UFSC, no bairro
Trindade, na capital.
"Os familiares estiveram aqui [delegacia] para
registrar o boletim de ocorrência e dar os encaminhamentos no IML", disse
o delegado. Segundo ele, na carteira do reitor foi encontrado um bilhete, que
será analisado em perícia.
O bilhete cujo conteúdo foi divulgado pelo irmão do reitor Cancellier, Júlio Cancellier, e confirmado pela polícia civil dizia "minha morte foi decretada quando fui banido da universidade". A polícia deve divulgar o resultado do inquérito em 20 dias.
Homenagens e sepultamento
Uma sessão solene do Conselho Universitário está marcada para as 11h de terça-feira (3) no auditório Garapuvu, no Centro de Eventos. O sepultamento deve ocorrer às 16h do mesmo dia no cemitério Jardim da Paz, em Florianópolis.
A UFSC suspendeu todas as atividades acadêmicas e administrativas por três dias, em sinal de luto.
Afastamento e investigação
Cancellier, de 59 anos, estava afastado da instituição por
determinação judicial. Ele e outras seis pessoas foram presas no dia 14 de
setembro, na operação Ouvidos Moucos, da Polícia Federal, que investiga desvio
de recursos em cursos de Educação a Distância (EaD) oferecidos pelo programa
Universidade Aberta no Brasil (UAB), na UFSC. O grupo foi liberado no dia
seguinte.
Segundo a PF, Cancellier era suspeito de tentar interferir nas investigações internas feitas pelo corregedor-geral, Rodolfo Hickel do Prado. O corregedor diz ter sido ameaçado pelo reitor e que foi pressionado a fornecer dados da investigação.
Também houve denúncias de uma professora e uma coordenadora do EaD (Educação a Distância) a respeito de tentativas de "abafar" as investigações.
O reitor chegou a declarar que o afastamento do cargo após operação da PF era "um exílio" e que a prisão "foi traumática". Ele negou que tenha tomado alguma medida para obstruir quaisquer denúncias em relação à universidade.
Autorização para entrar na UFSC
Nesse sábado (30), a 1ª Vara Federal de Florianópolis havia
autorizado Cancellier a entrar no Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) do campus
da capital em 5 de outubro, a fim de participar de uma sessão pública.
Eleição para reitor
Cancellier foi escolhido reitor da UFSC em 2015. A gestão começou em 2016, com duração até 2020. Ele era diretor do Centro de Ciências Jurídicas desde 2012 e tinha tinha graduação, mestrado e doutorado em Direito pela UFSC, além de especialização em gestão universitária e direito tributário.
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