Gustavo Henrique Soares, de 17 anos, estava na carona de moto. Investigação rejeitou tese de que sargento Edimilson Dias Ferreira teria agido em legítima defesa.
Imagem feita por moradores mostram um Policial Militar passando, de moto, na rua onde estava o corpo de adolescente morto em abordagem no DF — Foto: Reprodução
Por Wellington Valadão, TV Globo
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) acatou uma denúncia do Ministério Público e decidiu que o sargento Edimilson Dias Ferreira Júnior irá a júri popular. O policial militar é acusado de homicídio doloso (quando há intenção de matar), por ter baleado um adolescente durante abordagem em janeiro do ano passado (relembre mais abaixo), em Samambaia.
O adolescente estava na carona de uma motocicleta que, segundo a PMDF, tentou furar um bloqueio policial. Conforme os militares, o jovem "fez menção de sacar uma arma da cintura", no entanto, a família da vítima e o motociclista dizem que Gustavo não estava armado.
Segundo o MP, a defesa do militar entrou com recurso, que ainda está em análise. A reportagem não conseguiu contato com a defesa do policial. Já Polícia Militar do Distrito Federal informou que adotou todos os procedimentos necessários para a elucidação dos fatos e agora o processo encontra-se com o Poder Judiciário.
O inquérito para investigar o caso foi instaurado pela
Polícia Civil em fevereiro de 2022. Em julho do mesmo ano, a investigação
rejeitou a tese do sargento que alegou ter atirado em Gustavo Henrique Soares
Gomes, na época com 17 anos, em legítima defesa.
Na decisão, o juiz Fabrício Castagna Lunardi, do Tribunal do
Júri de Samambaia, afirmou que "considerando as provas colacionadas aos
autos, reputo existirem indícios suficientes de autoria em desfavor do réu, que
não há provas contundentes acerca da inocência".
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Gustavo Henrique Soares Gomes, morto aos 17 anos após ser baleado por PM no DF, em imagem de arquivo — Foto: TV Globo/Reproduçã
Gustavo morreu em frente a uma casa, na QR 609. Moradores gravaram imagens (veja vídeo abaixo) que mostram um Policial Militar passando, de moto, na rua onde estava o corpo do adolescente.
Segundo a família, Gustavo foi morto com um tiro nas costas. Já a PM disse que o tiro foi "no peito".
Na época, os policiais entregaram um simulacro de arma de fogo na delegacia e disseram que o objeto estava com o adolescente. No entanto, a perícia mostrou que o simulacro não tinha as digitais de Gustavo.
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