Ministério Público abriu inquérito para saber se ele lucrou com vídeos de operações policiais publicados no YouTube; defesa nega monetização; Cunha pediu licença da polícia por dois anos
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Reprodução/Instagram
O Delegado da Polícia Civil de São Paulo Carlos Alberto da Cunha, conhecido apenas como "Delegado Da Cunha", faz sucesso nas redes sociais por causa de sua atuação no YouTube. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o Ministério Público do estado abriu uma investigação contra ele na quinta-feira, 05, para descobrir se ele lucrou com a publicação de vídeos de operações policiais em seu canal na internet.
Caso confirmada a monetização dos vídeos, o delegado pode ser enquadrado na lei de improbidade administrativa por enriquecimento ilícito, já que o uso do cargo e bens materiais da polícia para ganhos e benefício próprio é proibido por lei. A Defesa do delegado nega o lucro com vídeos de operações.
Em julho 2021, Da Cunha foi alvo de um procedimento da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, que o afastou de operações de rua após ele publicar uma foto nas redes sociais na qual aparece sozinho e armado na Cracolândia . Da Cunha foi obrigado a devolver suas armas, distintivo e algemas.
Saiba mais sobre o Delegado da Cunha:
Em seu site pessoal "delegado da Cunha" promove uma seção específica sobre "quem sou eu", na qual ele afirma que é delegado titular da Equipe de Intervenção Estratégica da 8ª Seccional DECAP da Polícia Civil de SP.
Antes de atuar na função, se formou em primeiro lugar no exército e foi o melhor colocado na Academia de Polícia. Atleta de judô com vários títulos de campeonatos, Da Cunha conta ter passado em um teste para o "Projeto Futuro" e que, por causa disso, saiu de Santos, no literoal paulista, onde foi criado por um pai eletricista e uma mãe dona de casa, e foi mora na cidade de São Paulo com outros 30 judocas.
Da Cunha manteve uma trajetória crescente no Exército e no Judô até que passou a ser aconselhado comandante do quartel, que viria a se tornar o primeiro ministro da Defesa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o General Fernando Azevedo e Silva. O comandante teria indicado que ele deixasse o exército e se dedicasse a carreira de atleta. A recomendação foi impulso para ele investir em outro ponto de sua carreira.
Logo, Da Cunha se matriculou na faculdade de direito na Universidade Católica de Santos, já com o objetivo de se tornar delegado. Após passar no concurso, ele seguiu por uma carreira na polícia civil que dura mais de 15 anos. Segundo Da Cunha, ele atuou contra a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e realizou mais de 4 mil prisões, incluindo dezenas de prisões de líderes de facções.
Paralelamente a suas atuações profissionais, Da Cunha possui mais uma atividade, a de YouTuber. Em um canal com seu nome que conta com quase quatro milhões de seguidores, ele mostra o cotidiano de operações da polícia em SP, sua entrada em comunidades, sua ação diante de suspeitos e detidos, as conversas que tem com eles antes de levá-los para a Justiça. Em alguns vídeos, o delegado aparece armado com com fuzis. Os rostos dos suspeitos não aparecem.
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