INTERCEPT DENUNCIA
Caso aconteceu em 2019 e veio à tona através de site nacional
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Uma reportagem do site Intercept Brasil viralizou na segunda-feira em todo o Brasil. Ela mostra o vídeo da abordagem de um policial Militar durante uma prisão em flagrante em Itajaí. O vídeo foi feito pela própria câmera acoplada a farda do soldado Adair de Oliveira e mostra a dona de uma padaria sendo estrangulada por 38 segundos.
A reportagem é assinada pelos jornalistas Shirlei Alves e Hyury Potter. O caso ocorreu em 3 de dezembro de 2019. Segundo o Intercept, a comerciante Beatriz de Moura Silva de Oliveira acabou acredita ao chegar na sua padaria durante a prisão de um suspeito.
Os PMs estavam no local com Jadson José da Silva, preso em flagrante com cinco petecas de cocaína. Os policiais Adair e Khaique Ferreira da Silva mantinham o acusado deitado no chão e algemado na porta da padaria.
A comerciante argumentou com os policiais que eles estavam atrapalhando o acesso de clientes ao estabelecimento. O soldado Adair aumentou o tom de voz e começou a questionar “se a comerciante achava o trabalho da PM ruim”. “Eu não estou achando que está ruim. Não coloque palavras na minha boca”, rebate a mulher no vídeo.
A discussão inicia e o soldado Khaique prende o marido de Beatriz, Antonio Cesar de Oliveira. O comerciante foi imobilizado e levado para fora da padaria. Beatriz alega que eles não tinham uma ordem judicial para fazer isso.
A mulher argumentou “que a família era trabalhadora”, abriu os braços e foi empurrada pelo policial Adair. Ele empurrou com a mão no pescoço da mulher e Beatriz afastou a mão do policial. As imagens mostram a comerciante sendo segurada pelos cabelos e com o rosto no chão.
Segundo o Intercept, nos depoimentos administrativos os policiais alegaram que a comerciante “tentou pegar a arma do policial”. Uma funcionária da padaria, grávida na época, disse que se aproximou para pedir calma ao policial, mas ganhou um jato de spray de pimenta no rosto.
O PM começou a estrangular Beatriz. “Põe o braço para trás, eu vou te apagar”, gritou Adair. As imagens mostram a mulher com o rosto roxo, inchado e espumando pela boca. O estrangulamento durou 38 segundos. A filha menor de Beatriz, de 13 anos, pedia calma ao policial.
Beatriz também levou um jato de spray de pimenta no rosto. O PM colocou a comerciante de bruços e a algemou.
Na delegacia, os policiais acusaram a mulher de tráfico de drogas e associação ao tráfico, além de desacato, desobediência e resistência à prisão. Beatriz teve que pagar R$ 998 de fiança para não ser levada à cadeia pública. Já o marido Antônio foi acusado de tráfico de drogas.
Segundo o Intercept, na ocorrência não há registro de provas que comprovem a suposta ligação do casal com o tráfico de drogas. Os jornalistas do Intercept informaram que os depoimentos do policial na corregedoria trazem versões diferentes para o que foi registrado nas imagens.
O processo agora corre na justiça comum. A família pede indenização ao estado de Santa Catarina por danos morais no valor de R$ 35 mil. Os policiais continuam atuando em Itajaí. O comando da PM não quis comentar a denúncia.
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