Mandados foram cumpridos nesta quarta-feira pelo Ministério Público e pela Corregedoria da Polícia Militar
Uma operação conjunta entre o Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e a Corregedoria da Polícia Militar terminou na prisão de oito pessoas envolvidas com uma organização criminosa do ramo de jogos de azar. Entre eles está um major e um sargento da PM. As investigações apontaram que eles passavam informações sigilosas sobre ações de repressão contra o crime e, até mesmo, atuava contra grupos adversários que também trabalhavam no mesmo ramo. O grupo controlava aproximadamente 100 lojas na capital e cidades da região metropolitana. Somente em maio faturou R$ 400 mil.
O crime começou a ser investigado há seis meses depois que a corregedoria da PM procurou o Gaeco para informar sobre a suspeita da participação de policiais no crime. "Receberam denúncia anônima de que um oficial superior estaria agindo em prol de uma organização criminosa do ramo de jogos de azar. Durante os trabalhos descobrimos que o grupo atua em BH e cidades da região metropolitana. Além disso, as ações apontaram para este favorecimento", contou a promotora Cássia Virgínia Teixeira Gontijo, uma das responsáveis pela apuração.Entre junho e agosto, foram realizadas diversas ações para traçar o perfil da organização criminosa. E identificar os líderes, o local de atuação e as pessoas que trabalhavam no esquema. "Inclusive em buscas em um escritório de contabilidade da organização, em Betim, pudemos constatar que somente em maio a arrecadação foi de R$ 480 mil", contou a promotora.
Com as informações coletadas na investigação, o Gaeco montou a operação "Camaleão" desencadeada nesta quarta-feira. Foram cumpridos oito mandados de prisão e 11 mandados de busca e apreensão. Além de BH, as ações aconteceram em Betim e Igarapé. "Na casa de um dos líderes, apreendemos R$ 200 mil e com ele R$ 17 mil. Em um escritório na capital mineira, mais R$ 14mil", disse a promotora.
Participação dos PMs
Entre os presos estão dois policiais militares. Segundo as investigações do Gaeco, eles passavam informações sigilosas a organização e tentavam tirar os 'adversários' do mercado. "Eles buscavam verificar quais as pessoas que agiam e atuavam na região, e desta forma ofereciam vantagens econômicas para avisar se houvesse algum tipo de operação ou para procurar saber quem estava combatendo os jogos de azar na região, para, inclusive, cooptar essas pessoas para o ramo dos jogos de azar", concluiu a promotora.
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