As policiais perderam o alojamento para que duas aspirantes ocupassem as dependências sem terem de dividir o espaço com as praças
atualizado 07/08/2021 11:40
Um grupo formado por oito policiais militares mulheres foi despejado do alojamento feminino que ocupava nas dependências do 6º Batalhão de Polícia Militar (BPM) do Distrito Federal, responsável pelo policiamento na região da Esplanada dos Ministérios. Além de perderem o local de descanso, as praças foram obrigadas a usar apenas um banheiro coletivo no corredor do quartel e tiveram os armários jogados em uma pequena sala. A decisão teria partido do comando da unidade, uma major.
De acordo com as informações e imagens recebidas pelo Metrópoles, as policiais perderam o alojamento para que duas aspirantes ocupassem as dependências sem terem de dividir o ambiente com as praças. “Até uma moça da limpeza, que usava um dos armários, perdeu o espaço que tinha para guardar objetos pessoais”, disse uma fonte ouvida pela reportagem.
Sentindo-se constrangidas e humilhadas, as militares pegaram, por conta própria, uma placa de banheiro feminino e pregaram com fita adesiva na porta do sanitário coletivo (foto principal) para evitar que homens usassem o local. “A situação era vexatória e muitas das policiais passaram a ter preferência até em usar banheiros fora do quartel”, disse.
Armários reduzidos
Um número reduzido de armários, antes ocupados pelas policiais, foi arrancado do alojamento e depositado em uma sala pequena usada para abrigar o servidor que atende à rede de computadores do quartel. O pequeno espaço passou a ser usado por todas as oito policiais. “Sem falar que não existe mais qualquer lugar em que se possa ter algum descanso, pois o beliche que fica no alojamento foi proibido de ser usado pelas praças”, explicou a fonte.
Policiais lotados no batalhão afirmam que a perseguição teve início após a troca de comando na repartição, para que as oficiais fossem beneficiadas em detrimento das praças. Segundo as militares, as mudanças não têm ligação com as obras estruturais que tiveram início na unidade.
Segundo a Caserna, associação dos militares da PMDF, algumas autoridades tentam se firmar por meio do abuso e do desrespeito, esquecendo-se de que aquilo que legitima o exercício da autoridade é o respeito aos limites legais das suas atribuições. “No caso específico, o comando da unidade segrega policiais femininas que ostentam a condição de praça em detrimento das que ostentam a condição de oficial”, disse a nota da Caserna.
O outro lado
Procurado para falar sobre as denúncias, o comando da PMDF informou que as instalações da unidade estão em reforma. “A obra é para proporcionar maior conforto a todos os policiais militares. Em razão disso, foi necessário serem feitas mudanças de alojamentos. As policiais femininas continuam a utilizar banheiros exclusivos. A PMDF sempre visa proteger a integridade física, moral e psicológica de homens e mulheres policiais militares”, ressalta a nota.
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