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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Julgamento do caso Patrícia Acioli

"É covardia o que estão fazendo com meu marido", diz mulher de acusado por morte de juíza no Rio

Hanrrikson de Andrade e Julia Affonso
Do UOL, no Rio

Pouco antes do início do segundo dia do julgamento do caso Patrícia Acioli, nesta quarta-feira (30), a mulher de um dos três PMs que vão a júri popular nesta segunda audiência, Elaine Queiroz de Medeiros, 35, afirmou que Junior Cezar de Medeiros não sabia de nenhum plano para assassinar a magistrada, crime que ocorreu em agosto de 2011.
"É uma covardia o que estão fazendo com meu marido. O réu confesso [Sérgio Costa Júnior, cabo julgado e condenado a 21 anos] disse que o Júnior não fez nada. Quero justiça para a família da juíza e paz para a minha", disse Elaine, casada com o soldado da PM há três anos.

Caso Patrícia Acioli

Foto 1 de 90 - 29.jan.2013 - O ex-comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, depõe no julgamento dos três policiais acusados de matar a juíza Patrícia Acioli, em agosto de 2011, no Rio de Janeiro. A previsão é que o julgamento dos cabos Jeferson de Araújo e Jovanis Falcão e do soldado Júnior César de Medeiros dure três dias. Ao todo, 19 testemunhas são esperadas para depor, sendo oito de acusação Zulmair Rocha/UOL
Para o advogado do réu, Valmar de Jesus, Medeiros seria vítima de "vingança". "O Ricardo [policial que chefiava o núcleo de homicídios da 72ª DP e investigava autos de resistência forjados] estava ameaçado de morte," afirmou Medeiros.
"Pelo depoimento que ele prestou, é fácil observar que ele está revoltado com toda essa situação", disse o advogado, referindo-se a dois processos nos quais Medeiros é investigado. "Ele não era um cara isento para comandar essas investigações."
"Nunca houve um processo criminal contra ele. Depois da morte da juíza apareceram dois, só para fazer peso no processo, afirmou Juliana Conceição de Medeiros, irmã do soldado. "Júnior é uma pessoa honesta, de família."

CASO PATRÍCIA ACIOLI EM NÚMEROS

  • 11

    PMs
    Foram denunciados pelo crime, dos quais dez por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha.
  • 1

    PM
    Foi denunciado apenas por homicídio, já que, segundo o MP, ele atuou como informante do grupo, o que não configuraria formação de quadrilha.
  • 3

    PMs
    Serão julgados no dia 29 de janeiro de 2013. São eles: Junior Cezar de Medeiros, Jefferson de Araújo Miranda e Jovanis Falcão Junior.
  • 7

    PMs
    Ainda esperam resultados de recursos.
  • 21

    tiros
    Foram disparados contra a juíza Patrícia Acioli na noite do dia 11 de agosto de 2011.

Entenda o caso

De acordo com a investigação da Divisão de Homicídios, dois PMs foram responsáveis pelos 21 disparos que mataram Patrícia Acioli: o cabo Sérgio Costa Júnior e o tenente Daniel Santos Benitez Lopez, que seria o mentor intelectual do crime, a mando do tenente-coronel Cláudio Oliveira.
Outros oito policiais militares teriam realizado funções operacionais no planejamento do assassinato e responderão por formação de quadrilha e homicídio. Apenas Handerson Lents Henriques da Silva, que seria o suposto informante do grupo, não foi denunciado por formação de quadrilha.
O assassinato de Patrícia Acioli se deu por volta de 23h55 do dia 11 de agosto de 2011, quando ela se preparava para estacionar o carro na garagem de casa, situada na rua dos Corais, em Piratininga, na região oceânica de Niterói. Benitez e Costa Júnior utilizaram uma motocicleta para seguir o veículo da vítima.
Algumas horas antes de morrer, a magistrada havia expedido três mandados de prisão contra os dois PMs, réus em um processo sobre a morte de um morador do Morro do Salgueiro, em São Gonçalo.
A juíza era conhecida no município por adotar uma postura combativa contra maus policiais. Segundo a denúncia do MP, o grupo seria responsável por um esquema de corrupção no qual ele e os agentes do GAT recebiam dinheiro de traficantes de drogas das favelas de São Gonçalo.
Assuntos: Julgamento do caso Patrícia Acioli



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