Sobre assassinato de Patrícia Acioli, no Rio; três PMs vão a júri popular......
Do UOL, no Rio
- Bruno Gonzalez/Agência O GloboNa época do crime, a magistrada recebeu diversas ameaças em razão de sua atuação no combate a milicianos
A sessão, que terá início às 8h, diz respeito ao segundo julgamento do processo, uma vez que o cabo Sérgio Costa Júnior, réu confesso e beneficiado pela delação premiada, foi condenado a 21 anos de prisão no dia 4 de dezembro do ano passado.
Caso Patrícia Acioli
Foto 1 de 64 - 29.jan.2013- Policiais chegam para acompanhar o julgamento dos três policiais militares acusados de matar a juíza Patrícia Acioli, em agosto de 2011 Helio Motta/Uol
De acordo com o Tribunal de Justiça, o segundo julgamento do caso Patrícia Acioli deve durar três dias. Os outros réus ainda aguardam julgamento de recurso contra sentença de pronúncia, que definirá se deverão ser submetidos ao júri popular ou se responderão pelo crime em uma vara criminal comum.
A sentença de pronúncia não tem a função de resolver o caso, mas determina que os acusados sejam submetidos ao Tribunal do Júri por haver indícios de materialidade e de autoria.
Réu confesso é condenado a 21 anos de prisão
Sérgio Costa Júnior foi condenado 21 anos de prisão, no dia 4 de dezembro, sendo 18 por homicídio triplamente qualificado e três anos por formação de quadrilha armada. Ele teve a pena reduzida por causa da delação premiada, pois o depoimento do cabo foi fundamental para que a Divisão de Homicídios elucidasse o crime.CASO PATRÍCIA ACIOLI EM NÚMEROS
-
11
PMs
Foram denunciados pelo crime, dos quais dez por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha.
-
1
PM
Foi denunciado apenas por homicídio, já que, segundo o MP, ele atuou como informante do grupo, o que não configuraria formação de quadrilha.
-
3
PMs
Serão julgados no dia 29 de janeiro de 2013. São eles: Junior Cezar de Medeiros, Jefferson de Araújo Miranda e Jovanis Falcão Junior.
-
7
PMs
Ainda esperam resultados de recursos.
-
21
tiros
Foram disparados contra a juíza Patrícia Acioli na noite do dia 11 de agosto de 2011.
No processo por homicídio, Júnior foi condenado originalmente a 29 anos de reclusão, com diminuição de dois pela atenuante da confissão (na segunda fase) e redução de um terço pela delação premiada (na terceira fase), somando 18 anos de prisão.
Já em relação ao crime de formação de quadrilha, o cabo da PM foi condenado originalmente a dois anos e seis meses de prisão, com atenuante de confissão de três meses. Em razão do caráter do caráter armado da quadrilha, a pena foi dobrada, perfazendo quatro anos e seis meses. Com a delação premiada, a mesma foi fixada em definitivo em três anos de reclusão.
Durante seu depoimento, ele confirmou que foi um dos executores do crime, juntamente com o tenente Daniel Benitez Lopez. "Eu e Benitez nos aproximamos e efetuamos os disparos", disse. Dos 21 tiros, cerca de 15 foram desferidos pelo réu.
Segundo o juiz, o réu "difundiu o medo de forma assustadora em todos os segmentos da sociedade", uma vez que matou uma mulher que retornava do seu dia de trabalho, possivelmente com "fome, frio, cansada e ansiosa para ver os filhos". No texto da sentença, o magistrado da 3ª Vara Criminal de Niterói disse que o crime "é algo que se coloca no ápice da covardia".
Entenda o caso
De acordo com a investigação da Divisão de Homicídios, dois PMs foram responsáveis pelos 21 disparos que mataram Patrícia Acioli: o cabo Sérgio Costa Júnior e o tenente Daniel Santos Benitez Lopez, que seria o mentor intelectual do crime, a mando do tenente-coronel Cláudio Oliveira.LEIA MAIS
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O assassinato de Patrícia Acioli se deu por volta de 23h55 do dia 11 de agosto do ano passado, quando ela se preparava para estacionar o carro na garagem de casa, situada na rua dos Corais, em Piratininga, na região oceânica de Niterói. Benitez e Costa Júnior utilizaram uma motocicleta para seguir o veículo da vítima.
Algumas horas antes de morrer, a magistrada havia expedido três mandados de prisão contra os dois PMs, réus em um processo sobre a morte de um morador do Morro do Salgueiro, em São Gonçalo.
A juíza era conhecida no município por adotar uma postura combativa contra maus policiais. Segundo a denúncia do MP, o grupo seria responsável por um esquema de corrupção no qual ele e os agentes do GAT recebiam dinheiro de traficantes de drogas das favelas de São Gonçalo.
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