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quarta-feira, 3 de março de 2021

Área de UPP era território comandado pelo tráfico

 domingo, 25 de setembro de 2011

Área de UPP era território comandado pelo tráfico

Escuta mostra que bando mudava até escala de PMs na Coroa, Fallet e Fogueteiro


POR JOÃO ANTÔNIO BARROS



Rio - A zona franca das drogas. Investigações da Polícia Militar que flagraram o mensalão do tráfico pago a policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Coroa, Fallet e Fogueteiro revelam que o crime organizado comandava o patrulhamento nos morros de Santa Teresa, como O DIA publicou com exclusividade no dia 11. Por quatro meses, traficantes delimitaram locais por onde policiais deveriam circular, alteraram escala de trabalho dos agentes e exigiram a transferência de quem desobedecia suas regras.
Os criminosos criaram até áreas de exclusões de PMs, onde não haveria patrulhas de quinta-feira até domingo, e o dia certo para o pagamento das propinas: segunda-feira, no começo da noite. As quantias variavam entre R$ 100 e R$ 500 — por mês, o tráfico desembolsava R$ 53 mil para as propinas.

As ordens do tráfico de drogas eram repassadas por um homem identificado no Inquérito Policial Militar apenas como Alan. É ele quem aparece falando com o sargento Rinaldo do Desterro Santos nas conversas telefônicas interceptadas pela PM e entregues à Auditoria de Justiça Militar.

Em alguns trechos, o suposto traficante reclama ao militar da presença de dois policiais que atrapalham a venda de drogas. Rinaldo liga para o tenente Rafael Medeiros, subcomandante da UPP, e avisa sobre o inconveniente. Os dois soldados são transferidos de escala.

Em outra gravação, o suposto traficante liga para o sargento e cobra explicações: mesmo acertados com o comando, há invasão de PMs nas áreas do crime e atirando contra bandidos. E avisa: vai revidar se não trocar os policiais. A dupla não aborreceu mais.

Quem também é transferido por interferência do traficante é um sargento, responsável pelo policiamento no Morro da Coroa. Suas ações, reclama o bandido, estão ‘atrapalhando o movimento’. Na hora o tenente Medeiros transferiu o militar das ruas para o serviço interno da UPP.
Caixinha a mais para sargento dispensar soldados

Além de faturar com a caixinha do tráfico, o IPM mostra que o sargento Rinaldo Santos faturava mais para liberar os soldados do trabalho. Foram 17 conversas gravadas em que o militar cobra R$ 100 para livrar o policial da escala de serviço.
Ele também usou de suas amizades com o tráfico para livrar dois policiais, que de folga foram à boca de fumo tentar ‘a sorte grande’. Dominados, viraram reféns dos traficantes. Foi então que um deles ligou para o militar e relatou a ação dos PMs. O sargento negociou e conseguiu a liberação dos colegas.

Pelo que os investigadores detectaram nas gravações, o esquema de corrupção funcionaria muito bem em dois dos quatro plantões. Detectaram, também, que alguns PMs se recusaram a receber as propinas do tráfico.
Após a denúncia de O DIA, 30 PMs suspeitos foram afastados e três estão presos. O comando da UPP local foi substituído.
Policiais registraram movimentação suspeita de soldado em seu dia de folga

A arrecadação e distribuição das propinas do tráfico foram acompanhadas de perto por quem investigou a corrupção na UPP da Coroa, Fallet e Fogueteiro. Com filmadoras e máquinas fotográficas, os policiais conseguiram registrar o soldado Alexandre Pinela dos Santos, de folga, entrando e saindo da comunidade. Na sequência, ele se encontra com o sargento Rinaldo Santos e, logo depois, os dois são presos com R$ 13,4 mil.

Segundo o relatório do IPM, sempre que saíam do morro, os PMs se reuniam perto do Batalhão de Choque, no Centro, onde supostamente era distribuída a propina. Um a um os agentes envolvidos no esquema apareciam e pegavam a ‘mesada’ com os dois policiais. No dia 6 de setembro, eles foram presos justamente neste ponto.

Os agentes também filmaram o sargento entrando no apartamento do tenente Medeiros, em Copacabana. Os dois, por telefone, combinam o encontro e falam sobre a entrega do ‘convite’. Para os investigadores, este seria o código para dinheiro (junto com ‘ingresso’).

Em outra conversa do sargento interceptada, ele fala com o capitão Elton Costa Gomes, então comandante da UPP. O oficial combina e fala que vai passar no bingo para pegar o ‘negócio’. Os agentes que cuidaram do IPM não conseguiram identificar o que seria o bingo.

Comentário:
Estava vendo na TV o filme Velozes e Furiosos feito aqui no Brasil para ser mais exato no Rio de Janeiro e observei que era citado a violência a corrupção da instituição da Policia Militar do RJ, pensei, isto é um absurdo! Os americanos vem de um Pais que tem a tradição de entrar em outros países e lá dominam e se apropiam das riquesas e vem aqui para fazer gravações no Rio e falar mal de nossos problemas e aí eu leio esta matéria no jornal O DIA.
 Sabe, eles continuam sem ter o direito de nos ridicularizar, mais no fundo me faz pensar que a ficção esta cada vez mais perto da realidade.
É meu amigo, neste Estado e neste País quem tem dinheiro manda e por falar em dinheiro, tem algum aê para me dar?

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