Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

segunda-feira, 29 de março de 2021

Policial militar é preso com drogas e afirma que iria ‘usar em ocorrências’

 31/08/20 por Paulo Eduardo Dias

Compartilhe este conteúdo:

Suposto “kit flagrante” do soldado Yuri Faria Teles, preso em SP, continha cocaína, maconha e lança-perfume; PM atuava nas ruas há menos de dois meses


Policial Militar foi preso na Rua Arquiteto Francisco Beck, na região da Ponte Rasa | Foto: Reprodução/Google Maps

Um soldado da Polícia Militar de São Paulo foi preso com uma grande quantidade de drogas em seu carro e afirmou, em depoimento, que elas seriam para “usar nas ocorrências”, indicando que a utilização seria uma espécie de kit-flagrante, como são conhecidos entorpecentes transportados por PMs para forjar “flagrantes” de pessoas inocentes no crime de tráfico.

O caso ocorreu na manhã do último domingo (30/8) na Rua Arquiteto Francisco Beck, Vila Domitila, na região da Ponte Rasa, zona leste. O soldado preso, Yuri Faria Teles, estava em patrulhamento nas ruas há apenas dois meses. Ele está lotado na 2° Companhia do 38° BPM/M (Batalhão de Polícia Militar Metropolitano), com sede em São Mateus, também na zona leste da capital paulista.

Para o advogado criminalista Roberto Tardelli, ex-promotor do Ministério Público de SP, que teve acesso ao documento obtido pela reportagem a prisão como foi feita revela algo gravíssimo. “É a primeira vez que tomo conhecimento de alguém admitir essa prática, verdadeiro ‘kit-maldade’, que mostra um lado chocante da Polícia Militar. Essa não é a polícia que nos protege, mas que nos ameaça. Ao invés de combater e reprimir a criminalidade, ela simula fatos, forja falsamente a existência de crimes e prende pessoas que sabe serem inocentes”.

Segundo o Boletim de Ocorrência ao qual a Ponte teve acesso, policiais militares na viatura M-02109 (1° Companhia do 2° Batalhão) realizavam patrulhamento pela Avenida Dom Hélder Câmara esquina com a Rua Jujiú quando, por volta das 07h30, encontraram uma aglomeração em um posto de combustível. No local, uma das pessoas contou aos policiais que momentos antes havia presenciado um homem armado dirigindo um veículo Jeep Renegade.

Após tomar conhecimento das informações e que o automóvel teria tomado o sentido São Miguel Paulista, os policiais militares de serviço passaram a procurar o veículo com as tais características fornecidas. Pouco depois, encontraram o carro parado na Rua Arquiteto Francisco Beck, na altura do número 386. No local, uma pessoa contou aos policiais ter visto o momento que o motorista estacionou e saiu. A testemunha disse que era um jovem vestindo camiseta preta e calça jeans e rumou em direção a uma feira livre que acontecia na rua.

Os PMs narram que ao entrar na feira se depararam com um homem com as mesmas características fornecidas. Durante a abordagem, levantaram se tratar do soldado Yuri Faria Teles, que mesmo de folga estava armado com uma pistola Glock.

Ao deixarem a feira livre e estando já próximos à viatura, ouviram pelo rádio do carro policial que o mesmo veículo conduzido pelo soldado Teles havia passado momentos antes em alta velocidade pela área do 39º Batalhão. Questionado se havia algo de errado no interior do Jeep Renegade, o soldado de folga afirmou que tinha drogas no seu carro que seriam para “usar nas ocorrências”, não especificando mais dados no que consistira tal uso, consta em trecho do Boletim de Ocorrência.

Durante as buscas no interior do veículo foi encontrada uma sacola no porta malas com 54 pinos e 56 papelotes contendo cocaína, 29 trouxinhas de maconha e 21 frascos de lança perfume. No total, o soldado Teles tinha em sua posse 82 gramas de cocaína, 146 gramas de maconha e 126 mililitros de Tricloroetileno, utilizado na fabricação de lança-perfume.

Conduzido ao 24° DP (Ponte Rasa), Yuri Faria Teles confirmou a posse das drogas. Em sua versão, o soldado contou “que encontrara essas drogas na posse de um elemento, que tentara abordar, sendo que o mesmo saíra correndo e jogara as drogas ao solo, no bairro de São Mateus, Jardim da Conquista”. O encontro teria ocorrido por volta das 6h do mesmo dia 30. O homem que estaria com as drogas que acabara nas mãos do PM Teles era alto, magro e trajava moletom, segundo seu depoimento.

O Boletim de Ocorrência também cita que, durante sua oitiva, Teles relatou ao delegado “que possui somente dois meses de policiamento de rua, o que deixara assustado com a abordagem dos policiais”.

Diante do apurado, o soldado Teles foi indiciado pelo delegado Fabio Junqueira pelo crime de tráfico de drogas, sendo conduzido para o Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte.

A prisão do soldado Teles e sua confirmação de que a droga seria utilizada em seu trabalho também remete a outros casos com cobertura da Ponte que indicam possível uso de “kit-flagrante”. Em janeiro de 2017, dois soldados que atuam na região do Grajaú, zona sul de São Paulo, foram presos em flagrante com grande quantidade de drogas dentro da viatura. Já em abril de 2018, uma outra reportagem revelou a prisão de 11 PMs após encontrar armas e drogas em seus armários.

Para o advogado criminalista Roberto Tardelli, o caso deveria atrair a atenção do governador João Doria (PSDB) e do secretário de Segurança Pública de São Paulo, João Camilo Pires de Campos.

“É grave o bastante para chamar a atenção do governador e do secretário. É grave o bastante para provocar profundas alterações no Comando da Polícia Militar, que não se concebe, não soubesse ou não estivesse investigando, até porque essa é uma alegação muito frequente – droga plantada na cena do crime e cuja posse é falsamente imputada ao acusado”.

Tardelli ainda deixa indagações sobre como as pessoas podem se sentir ao tomar conhecimento desse outro lado de policiais militares. “Isso é Terror de Estado. Dos pesadelos que poderíamos ter, esse é o pior. A pergunta que fica é: a cada inocente que prende, quantos culpados protege? A cada inocente que arrasta para o cárcere, a quantos outros garante a impunidade?

Outro lado

Ponte teve acesso ao processo da prisão do soldado Teles. No documento consta o pedido de liberdade elaborado pela Defensoria Pública.

Em um trecho do pedido de liberdade provisória assinado pela defensora Renata Moura Gonçalves, ela argumentou que o policial militar “por ocasião de seu interrogatório, esclareceu que as substâncias entorpecentes encontradas no interior do veículo seriam apresentadas em sede policial, uma vez que foram apreendidas em anterior ocorrência. Deste modo, não restou demonstrada a finalidade da entrega ao consumo de terceiros”.

O pedido da advogada foi negada pela juíza Thais Fortunato Bim após levar em conta o pedido da promotora Patrícia Takesaki Miyaji Nariçawa para converter a prisão em flagrante em prisão preventiva.

A reportagem solicitou para a Polícia Militar e para Secretaria da Segurança Pública entrevista com o soldado Yuri Faria Teles, para que ele apresentasse sua versão dos fatos. No entanto, não houve resposta.

Procurada, a Polícia Militar encaminhou nota em que informou como o caso se deu. “A Polícia Militar esclarece que o Sd PM Teles, em trajes civis e armado, conduzia um veículo Jeep/Renegade, na data de ontem, 30, por volta das 8h30, quando foi abordado pela equipe por policiais militares na Rua Arquiteto Francisco Beck, 386, Vila Domitila – São Paulo. Na vistoria veicular foram localizadas porções de drogas: cocaína 0,110 kg; maconha 0,020 kg; e lança-perfume 0,021 ml. Ocorrência encaminhada ao 24º DP para providências de Polícia Judiciária, onde o policial militar foi indiciado por tráfico de drogas e, posteriormente, conduzido ao Presídio Militar Romão Gomes”.

Já a SSP (Secretaria da Segurança Pública), relatou que “policiais do 2º BPM/M prenderam em flagrante neste domingo (30) um soldado PM em folga, na zona Leste da capital. O PM foi encaminhado ao presídio Romão Gomes, onde permanece preso. O caso foi registrado no 24º DP e a Corregedoria da PM acompanha as investigações”.

ATUALIZAÇÃO: Esta reportagem foi modificada às 22h do dia 1/9/2020 para incluir detalhes do pedido da Defensoria Pública pela libertação do PM.


35 comentários
Classificar por 

Maria Cristina Pinto de Souza
Milicia cada vez mais atuante.
CurtirResponder729 sem
Sargento Fahur
Esse é um vagabundo traficante que fica inventando estórias pra sair da bronca de tráfico. Alegou isso para os Policiais que o prenderam achando que eram vagabundos iguais a ele, mas acabou autuado. Mas já ouvem um advogado e ele já faz uma tempestade.
CurtirResponder2729 sem
Mauricio Rocha
Vagabundo traficante não, PM vagabundo e traficante.
CurtirResponder2829 sem
Romanos Treze
Mauricio Rocha ele não nasceu dentro da farda, já veio assim, corrupto e traficante, mas a Polícia Militar tem coragem de cortar da própria carne o mal elemento. Parabéns aos policiais que fizeram cumprir a lei.
CurtirResponder2929 sem
Sabonete Artesanal
Alguma autoridade podia fazer um limpa aqui na minha cidade os policia forja e mata na cara dura , tem policia que ate estrupa que ja foi preso ... aqui oq mais tem e policial corrupto nem adianta denunciar a policia civil e a policia militar e coligada sao um bando de corrupto ladrao e traficante estrupador tem de tudo aqui na minha cidade rio verde -go
CurtirResponder929 sem
Márcio Cosmo
Que maldade este advogado fala, querendo manchar a imagem da corporação, onde 99%, são de homens digno, admiro ele, como foi promotor de justiça, emitir uma opinião desta, por causa de um imbecil que foi preso, onde todas profissões tem bandido, agora generalizar toda polícia, não admito isto, não tem que falar, não fale besteira.
CurtirResponder1129 sem
Vitor de Deus
Nao sei qual pais voce vive. Essahistoria de que 99,99% é honesta isso é a maior balela do mundo.
CurtirResponder3429 sem
Romanos Treze
Vitor de Deus talvez você está tirando o exemplo da sua família, por isso você acha que maioria de tudo é corrupta.
CurtirResponder329 sem
Vitor de Deus
Diácono Emerson Barbosa crente e polícia ainda. A junção perfeita kkkkkkkkk. Pergunta pro povão o que acham da polícia, que encje o inocente de flagrante. Policia é corrupta, alguns poucos que prestam.
CurtirResponder2329 sem
Daniel Campos Pereira
Tá caindo a casa pros milicos bandidos; enquanto forjam flagrantes pra prenderem inocentes, faturam milhares de reais com o tráfico no Sussu, na paisana... só que as ondas estão balançando, como as pontes, e os falsários estão caindo. Tomara que este movimento continue e que mais vagabundos como este apodreçam atrás das grades!
CurtirResponder929 sem
Vilson Rodrigues Lima
Tem que cair ele e os lixos dos traficantes. Tudo certo.
CurtirResponder129 sem
Daniel Campos Pereira
Vilson Rodrigues Lima Na verdade, Vilson, tinha de metê-los todos atrás das grades, a fim de que não tornem mais a causar problemas à sociedade. No entanto, graças ao corporativismo existente dentro dos quartéis e batalhões e à omissão de parte do povo, que os vê como heróis imaculados, cenas como as que vemos, ouvimos e lemos são e serão constantes. Mas é fato que essas milícias precisam ser desbaratadas!
CurtirResponder429 sem
Victor Silvia
O cara trafica ,vem com essa história pra tentar se safar e vc com esse papo de milícia? Deixa de conversar merda maconheiro queima rosca
CurtirResponder429 sem
Ricardo Brito
É bom lembrar que ao mesmo tempo em que esse soldado foi evidenciado com uma má conduta, tinha 2 outros policiais que cupriram com suas obrigações .... senão não saberiamos desse ocorrido.
CurtirResponder329 sem
Adriano Vesper
E ISSO POR Q ERAM DE BATALHÃO DIFERENTE SE FOSSEM DO MESMO ELE NÃO SERIA PRESO.
CurtirResponder29 sem

PMs são acusados de forjar flagrantes para incriminar moradores inocentes em favelas

 Mãe de Matheus Chamarelli faz protesto em frente à presídio: filho foi vítima de flagrante forjado

Mãe de Matheus Chamarelli faz protesto em frente à presídio: filho foi vítima de flagrante forjado Foto: Rafael Soares
Rafael Soares
Tamanho do textoA A A

Publicado em09/02/20 03:30

Policiais militares lotados em Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) são acusados de forjar flagrantes para incriminar moradores das favelas. O EXTRA teve acesso a processos judiciais em que os réus foram inocentados sob a suspeita de que PMs usaram drogas e armas ‘‘frias’’ para acusar injustamente pessoas detidas. Antes de serem absolvidos, os réus chegaram a ficar presos, apesar de não terem cometido os crimes. Já os PMs que participaram das prisões são investigados, mas seguem trabalhando normalmente.

Um dos casos é o de Matheus Chamarelli, de 24 anos, morador do Caju, na Zona Portuária do Rio. Entre 2016 e 2019, ele foi detido três vezes e passou mais de dois anos preso por crimes que não cometeu. Ao longo desse período, o mesmo grupo de policiais da UPP Caju o prendeu em flagrante duas vezes e, em outras quatro, induziu vítimas a apontá-lo injustamente como o autor dos crimes. À Justiça, Chamarelli relatou que estava sendo vítima de perseguição por uma patrulha que se autointitulava “Bonde do Satanás”. Ele foi inocentado de todas as acusações.

A sequência de detenções começou em maio de 2016, quando Matheus foi preso duas vezes pelo mesmo grupo de PMs. Na primeira, apesar de não portar drogas, os agentes o levaram para a delegacia, e o jovem foi autuado em flagrante pelo crime de associação para o tráfico. No mesmo dia, a juíza Ana Helena Valle determinou a sua soltura: “Não há nos autos nada que justifique a prisão em flagrante”.

Duas semanas depois, Matheus foi detido novamente pelos mesmos PMs junto com um adolescente que estava na garupa de sua motocicleta. Na delegacia, os agentes apresentaram um saco com drogas e afirmaram que estava com Matheus. Em depoimento, o adolescente denunciou que o flagrante havia sido forjado: segundo ele, durante a revista a Matheus, “não havia nada na moto e os policiais tiraram um saco com entorpecente do bolso de um deles e disseram que pertencia aos dois”.

Na audiência de custódia, quatro dias depois, Matheus foi apresentado à mesma magistrada que o havia libertado antes. Após ler o depoimento do menor, Ana Helena determinou, de novo, a libertação do jovem e determinou que a Corregedoria da PM investigasse um dos policiais que o prendeu: “há indícios de que o policial Jardel Augusto Stuart Filho vem utilizando a função pública de forma não compatível com a instituição, havendo indícios, inclusive, de flagrante forjado”.

Vítimas são induzidas

Além das prisões em flagrante, Matheus respondeu a outros quatro processos por roubos no Caju em 2016. Todos os casos têm as mesmas características. As vítimas, após serem assaltadas, procuraram PMs da UPP para comunicar o crime. Os agentes mostraram fotos de Matheus pelo telefone celular e perguntaram se ele era o autor. Na delegacia, as vítimas reconheceram o jovem como sendo o ladrão.

Em pelo menos um caso, o reconhecimento por fotografia se deu dentro da sede da UPP. Em duas ocasiões, as descrições das vítimas sobre o autor do roubo não coincidiam com as características físicas de Matheus. Em três processos, o jovem foi absolvido logo na primeira instância.

Matheus Chamarelli foi preso em flagrante pelos mesmos PMs duas vezes no mesmo mês
Matheus Chamarelli foi preso em flagrante pelos mesmos PMs duas vezes no mesmo mês Foto: Reprodução

Em um quarto, ele foi condenado — mesmo que o ladrão, segundo a vítima, tivesse o cabelo vermelho, diferente de Matheus. Na segunda instância, no entanto, a 6ª Câmara Criminal absolveu Matheus. Em seu voto, o desembargador Luiz Noronha Dantas afirmou que os PMs induziram a vítima a reconhecer o jovem. “O reconhecimento, fotográfico e informal, realizado pela vítima padece de incontornável mácula, por força de maliciosa indução, para se falar o mínimo, e de modo a gerar um falsa memória”, frisou Dantas. Pelo crime, Matheus ficou preso de fevereiro de 2017 até setembro de 2019, quando foi absolvido.

— Meu filho é alvo de perseguição desde 2016, quando os PMs pararam ele e viram que já tinha sido preso. Ele foi preso e condenado por porte de arma, em 2013. Esse crime ele realmente cometeu e cumpriu a pena. Agora, ele só quer seguir a vida. Já teve vários empregos e, hoje, faz entregas por um aplicativo — diz a mãe de Matheus, a servidora municipal Ana Fernandes, de 45 anos.

Há duas semanas, Matheus foi preso novamente pelo homicídio do PM Rostan Honorato, do Bope. Na última quinta-feira, a Justiça determinou a sua soltura, após a Defensoria Pública provar que ele estava trabalhando, fazendo entregas, na hora do crime.

Acusado está até hoje de cama

O mototaxista Gabriel Freires Rodrigues foi atingido na cabeça por um tiro disparado por um PM da UPP Coroa/Fallet/Fogueteiro em Santa Teresa, no Centro do Rio, em 30 de julho de 2017. Até hoje, ele não consegue se mexer ou falar. Em seus primeiros dias no Hospital Souza Aguiar, logo após o episódio, sequer podia receber visitas de parentes: estava sob custódia, acusado de atirar nos policiais com uma pistola.

Gabriel Rodrigues passou duas semanas internado sob custódia
Gabriel Rodrigues passou duas semanas internado sob custódia Foto: Reprodução

Os agentes apresentaram a arma na 5ª DP (Mem de Sá) e afirmaram que a encontraram ao lado de Gabriel, já caído no chão. Os agentes não disseram que viram o mototaxista atirar, mas reiteraram que trocaram tiros com traficantes armados ao fim de uma festa em uma casa do bairro.

Testemunhas alegam que a arma foi “plantada”: Gabriel não estava armado e saía da festa quando foi baleado por um PM que perseguia um homem que passava no mesmo local. Somente duas semanas depois, a prisão de Gabriel foi relaxada e parentes foram autorizados a visitá-lo. Após mais dois meses, o processo contra ele foi arquivado. O inquérito aberto para investigar os PMs pela tentativa de homicídio e pelo flagrante forjado está no Ministério Público.

Corregedoria já achou drogas em UPP

Uma operação da Corregedoria da PM encontrou armas ‘‘frias’’ e drogas usadas para forjar flagrantes dentro da base da UPP do Caju, em outubro de 2017. A ação terminou com a prisão do então comandante da unidade, major Alexandre Frugoni.

Corregedoria encontrou drogas dentro de UPP
Corregedoria encontrou drogas dentro de UPP Foto: Divulgação / PM

No gabinete do oficial, foram encontradas uma pistola Glock com a numeração raspada e munição. A equipe ainda localizou drogas escondidas no teto do alojamento da unidade.


Leia mais



A investigação teve início após o sumiço de um fuzil apreendido com um traficante morto pelos policiais no Morro da Coroa. A arma não foi apresentada na delegacia e um grupo de PMs da UPP Coroa/Fallet/Fogueteiro começou a ser investigado. Meses depois, o grupo — incluindo o major Frugoni — foi transferido para a UPP do Caju. As duas unidades foram extintas em 2018, durante a intervenção federal na segurança do Rio. Atualmente, o major e dez policiais respondem em liberdade por crimes como organização criminosa e latrocínio.

PMs são acusados de forjar flagrantes para incriminar moradores inocentes em favelas