04/11/14 às 18:16 Atualizado às 20:45
GILMAR ALVES JR. SANTOS, SP - O delegado Eduardo Wagner Rodrigues, plantonista da delegacia sede de Guarujá (a 86 km de São Paulo), foi preso nesta segunda-feira (3) sob suspeita de ligação com o tráfico de drogas. Ele estava no fórum da cidade quando foi detido pela Corregedoria da Polícia Civil. Rodrigues, que teve a prisão temporária de 30 dias decretada, foi encaminhado ao presídio da Polícia Civil, na zona norte da capital paulista. A Corregedoria da Polícia Civil informou, em nota, que o delegado é suspeito de integrar um esquema de desvio de drogas em Guarujá. "A prisão do delegado faz parte de investigação da 6ª Corregedoria Auxiliar de Santos sobre o desvio de 7 kg de cocaína e 700 g de maconha por parte de policiais civis", disse o órgão. Uma investigação de promotores do núcleo de Santos do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público de São Paulo apontou envolvimento do delegado com traficantes de Guarujá. O Ministério Público informou, por meio de sua assessoria, que não irá se manifestar sobre a investigação em andamento, que é sigilosa. Na manhã desta terça (4), outras cinco pessoas foram detidas como resultado da mesma investigação. Todos os mandados de prisão temporária cumpridos entre ontem e hoje foram expedidos pela 3ª Vara Criminal de Guarujá, a pedido do Gaeco. Em uma das ações deflagradas na manhã desta terça, policiais militares que participavam da operação apreenderam mais de R$ 10 mil, celulares, cadernos com anotações e um notebook em uma casa onde duas pessoas foram presas. GRAMPO O advogado do delegado, Armando de Mattos Júnior, afirma que a prisão de seu cliente é "totalmente ilegal". "Não existe nenhum grampo em que ele é citado. Vi todas as transcrições. Desafio qualquer autoridade da polícia e do Ministério Público a encontrar." Mattos Júnior afirmou que entrará hoje com o pedido de revogação da prisão temporária do delegado no fórum de Guarujá. "É um bom delegado. Não há nada que o desabone tanto em sua vida funcional como privada", disse. O advogado diz que seu cliente teve a prisão temporária pedida pelo Gaeco "simplesmente por ter lavrado uma apreensão de entorpecentes ocorrida em 17 de outubro". As drogas teriam desaparecido da delegacia de Guarujá dois ou três dias depois da apreensão, segundo o advogado. Sobre uma fotografia publicada nas redes sociais em que o delegado aparece em uma lancha, Mattos Júnior disse que a embarcação é de um amigo do policial. Rodrigues está na Polícia Civil de São Paulo há 13 anos, sendo três como delegado, segundo o defensor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário