Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

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quarta-feira, 22 de abril de 2020

Ex-OAB pede que STF obrigue Câmara a analisar pedido de impeachment contra Bolsonaro

ARMAÇÃO GAYZISTA NO CQC TENTA PREJUDICAR O DEP. JAIR BOLSONARO, O ...


Argumento é de que presidente incorre em crime de responsabilidade ao contrariar orientações da OMS para combater a pandemia, além de apoiar atos contra o Congresso Nacional e o próprio STF



Um ex-conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entrou com pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para obrigar a Câmara dos Deputados a analisar pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.
Na petição, José Rossini Correa diz que Bolsonaro incorre em crime de responsabilidade ao contrariar orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para combater a pandemia de coronavírus, além de apoiar atos contra o Congresso Nacional e o próprio STF.
Ele solicita que a Corte dê prazo de 15 dias para que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a quem acusa de omissão, examine o pedido de impeachment, que é de sua autoria.
Bolsonaro, o fim da tomada de 3 pinos e o choque de ...

Ciro protocola pedido de impeachment contra Bolsonaro; casos com Maia chegam a 24

Agência Folhapress

CONGRESSO NACIONAL

 22/04/2020 - 21h38min. Alterada em 22/04 às 21h38min

Ciro protocola pedido de impeachment contra Bolsonaro; casos com Maia chegam a 24

O ex-candidato presidencial Ciro Gomes e o presidente do PDT, Carlos Lupi, protocolaram nesta quarta-feira (22) um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por sua participação nos atos de defesa de um novo AI-5.
Com isso, os casos sob análise do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegam a 24, incluindo pedidos de parlamentares do PSOL e um do deputado Alexandre Frota (PSDB-SP), ex-aliado de Bolsonaro.
O documento de Ciro e Lupi acusa Bolsonaro de cometer crime de responsabilidade por ter incentivado atos contra Legislativo e Judiciário no último domingo (19). Na manifestação, que pedia intervenção militar no país, apoiadores do presidente fizeram críticas ao Congresso e ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Segundo o pedido, "a incitação de manifestação contra os Poderes constituídos, a presença, apoio e endosso do presidente da República a pedidos de ruptura da ordem constitucional, do fechamento do Congresso Nacional e do STF" e a adoção de atos institucionais autoritários são uma "afronta ao princípio da separação dos Poderes, sendo, portanto, crimes de responsabilidade".
O texto afirma ainda que Bolsonaro descumpriu orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde), do Ministério da Saúde e de normas de estados e municípios quanto à adoção de medidas de prevenção de contágio do coronavírus.
O pedido lembra que a experiência em outros países demonstra que grande parte da população terá contato com o vírus, mas que, ainda assim, é preciso tomar medidas para reduzir a velocidade de contágio, de forma a impedir que o sistema de saúde entre em colapso.
"As atitudes mesquinhas do denunciado resguardam apenas os interesses escusos do capital, no que se olvida que a fatura da pandemia da Covid-19 não pode ser paga com vidas alheias, em patente desrespeito a direitos individuais e sociais", afirma o texto.
O documento estabelece que as condutas de Bolsonaro "encerram um atentado contra o exercício dos direitos individuais e sociais, ao passo que também violam patentemente as garantias individuais e os direitos sociais assegurados pela Constituição Federal de 1988".
O pedido se soma aos demais que estão na Câmara. Maia, hoje rompido com Bolsonaro, é o responsável por analisar de forma monocrática se dá ou não sequência aos pedidos de impeachment. Ele não tem prazo para tomar essas decisões.
Caso seja dada sequência, o caso é analisado por uma comissão especial e, depois, pelo plenário da Câmara. Somente com o voto de ao menos 342 dos 513 deputados é autorizado que o Senado abra o processo.
Nesse caso, Bolsonaro seria afastado até a conclusão do julgamento - ele perderia o mandato caso pelo menos 54 dos 81 senadores votassem nesse sentido.
O Brasil já teve dois episódios de impeachment: o de Fernando Collor (1992), que renunciou antes da decisão final do Senado, e o de Dilma Rousseff (2016).

Câmara dos Deputados já recebeu 21 pedidos de impeachment de Bolsonaro

Solicitações para afastamento do presidente usam como justificativa post sobre ‘golden shower’ até a participação em protesto contra os Poderes; do total de ações, duas foram feitas por deputados federais da oposição.




  • Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
  • Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil


  • A Câmara dos Deputados recebeu de membros da sociedade civil, instituições e parlamentares 21 pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Os motivos para solicitar o afastamento dele vão desde a publicação em seu perfil do Twitter, no Carnaval do ano passado, questionando o que era ‘golden shower’ até o fato mais recente de ele participar de protestos antidemocráticos, em que manifestantes levantaram placas pelo fechamento do Congresso Nacional e pela volta da ditadura militar. Uma das solicitações foi arquivada pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
    A reportagem pediu ao Legislativo por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI) todos os documentos protocolados desde o início da legislatura que cobram a saída do presidente do cargo. A data final de referência é 6 de abril. O mais antigo, que tem somente Bolsonaro como alvo, data de 8 de março do ano passado. Na ocasião, uma advogada de São Paulo afirmou que o presidente cometeu crime de responsabilidade ao compartilhar em sua conta oficial do Twitter um vídeo de uma cena do Carnaval questionando: “O que é golden shower?”.
     
    Esse é o nome popular (em inglês) para o fetiche de urinar na frente de um parceiro ou sobre ele. Ela diz que ao publicar a cena obscena com terceiros nas redes sociais, Bolsonaro desrespeitou o artigo 218 do código penal, que criminaliza a divulgação de conteúdo íntimo sem a autorização de quem está sendo exposto. “Jamais se viu uma conduta tão desrespeitosa à instituição Presidência da República, ao decoro, a honra, e a dignidade do cargo”, escreveu.
    A maioria dos pedidos de impeachment surgiram após “vazar” mensagem em um grupo de WhatsApp em que o chefe do Palácio do Planalto convocava para manifestações no dia 15 de março. O protesto era contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Parlamento. Foram 14 requerimentos solicitando ao presidente da Câmara o afastamento de Bolsonaro do cargo. Somente um também cita que o vice, Hamilton Mourão (PRTB), também deve sair do cargo por permanecer omisso em meio as atitudes do presidente. 
    Os motivos legais para defender a retira de Bolsonaro do cargo são idênticos. Ele teria cometido crime de responsabilidade por atentar contra: a Constituição Federal e, especialmente, o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes Constitucionais; a segurança interna do País; e a probidade na administração. Outro artigo recorrentemente citado nos pedidos é o 9º, da Lei do Impeachment (1.079/1950), que diz que são crimes de responsabilidade contra a probidade na administração se o presidente “proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”.
    Já entre os fatos para pedir o impeachment do presidente estão: os ataques à liberdade de imprensa; dizer que ocorreu fraude nas eleições em que saiu vitorioso, mas não apresentar  provas; convocar para as manifestações no dia 15 de março em que se pedia o fechamento do Congresso Nacional e a volta do regime militar; ignorar a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) de evitar aglomerações para diminuir a propagação do novo coronavírus; fazer uso de falas racistas, homofóbicas, xenofóbicas e misóginas; e indicar o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para a embaixada dos Estados Unidos. 
    Das denúncias de impeachment protocoladas na Câmara dos Deputados, duas delas são de autoria de deputados federais: Alexandre Frota (PSDB-SP), antigo aliado de Bolsonaro, e Fernanda Melchionna (PSOL-RS), que assina junto de outros parlamentares do PSOL e representantes da sociedade civil, como o ator Gregório Duvivier e a cantora Zélia Ducan. Também foi apresentado um pedido pelo deputado distrital Leandro Gass (Rede-DF). 
    Outros presidentes
    Segundo a Câmara dos Deputados, foram protocolados na Casa 31 pedidos de impeachment contra Michel Temer (MDB). Já Dilma Rousseff (PT), afastada do cargo pelo Legislativo em 2016, foi alvo de 68 solicitações. Contra o correligionário dela, Luiz Inácio Lula da Silva foram registrados 37 pedidos ante 24 de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Antes dele, Itamar Franco foi alvo de quatro solicitações e o ex-presidente Fernando Collor de 29. Ele foi afastado do cargo em 1992.
    Rito
    Para o impeachment ter andamento, o presidente  da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), precisa aceitar a denúncia por crime de responsabilidade. A partir disso, o pedido é analisado em comissão especial e depois votado em plenário na Casa e depois pelo Senado. Se for aceito, o processo é conduzido pelo Senado sob a chefia do presidente do Supremo Tribunal Federal.

    Bolsonaro dará indulto a policiais do massacre do Carandiru e ônibus 174

    Carandiru

    Bolsonaro afirmou que o próximo indulto de Natal deve beneficiar "colegas policiais que estão presos injustamente"


    Presidente da República afirmou que deve beneficiar "colegas policiais que estão presos injustamente" e por "pressão da mídia "


    O presidente Jair Bolsonaro disse nessa sexta-feira (30) que o próximo indulto de Natal terá "nomes surpreendentes". Ele voltou a dizer que pretende beneficiar policiais condenados por "pressão da mídia".
    Em uma conversa com jornalistas, ele afirmou que pretende conceder o benefício para os policiais que participaram do massacre de Eldorado dos Carajás e do Carandiru, além dos envolvidos no episódio do ônibus 174, no Rio de Janeiro.

    "Tem muito policial no Brasil, civil e militar, que foi condenado por pressão da mídia. E esse pessoal no final do ano, se Deus me permitir e eu estando vivo, vai ser indultado. Nomes surpreendentes, inclusive. Pessoas que honraram a farda, defenderam a vida de terceiros e foram condenados por pressão da mídia", afirmou em conversa com jornalistas no Palácio da Alvorada, pela manhã . "A caneta Compactor, não é mais BIC, vai funcionar", disse.

    Na quinta, em transmissão nas redes socais, Bolsonaro afirmou que o próximo indulto de Natal deve beneficiar "colegas policiais que estão presos injustamente" e que espera que o "pessoal" o abasteça com sugestões de nomes. O indulto é concedido por decreto presidencial para perdoar presos condenados a determinados crimes não violentos
    Em 2018, o ex-presidente Michel Temer desistiu de editar o decreto, pois o Supremo Tribunal Federal (STF) não havia julgado ainda a validade do que havia sido assinado no ano anterior e que reduzia as restrições para incluir condenados por corrupção entre os beneficiados. Em maio deste ano, o Supremo declarou constitucionalidade do indulto de Temer.
    Em novembro do ano passado, um mês após a eleição, o presidente afirmou que, caso houvesse indulto naquele ano, seria o último. "Garanto a vocês, se houver indulto para criminosos neste ano, certamente será o último", relatou Bolsonaro.

    Bolsonaro não pode dar indulto a policiais do Carandiru e de Carajás

    Foto: Marcos Corrêa/PR


    Sem condenação final, sem indultos. É a situação de todos presos que o presidente quer libertar

    Entre os poderes que a caneta Bic – ou a Compactor –  do presidente pode conceder, está a possibilidade de dar indultos (ou perdões) judiciais, chance que Jair Bolsonaro parece não querer perder para agradar grupos que prometeu proteger. No dia 31 de agosto, ele afirmou que daria o benefício a alguns “nomes surpreendentes” que foram condenados “por pressão da mídia” – casos que, depois, especificaria como os policiais do massacre do Carandiru (SP) e de Eldorado do Carajás (PA) e os envolvidos no caso do ônibus 174. Um pequeno detalhe: ele não pode conceder indulto em nenhum desses casos.
    Os indultos pressupõem uma decisão definitiva em relação à condenação, o trânsito em julgado”, diz Mariângela Magalhães, professora de direito penal da USP (Universidade de São Paulo). Logo, sem condenação final, sem indultos. É a situação de todos os exemplos de Bolsonaro. 
    No caso dos policiais do Carandiru, a condenação dos agentes por meio de um júri popular foi cancelada, em novembro 2018, justamente porque o júri será trocado – ainda não há uma data definitiva para o andamento do processo. Os policiais que mataram, por asfixia, o sequestrador do ônibus 174 – caso emblemático do ano 2000 – foram absolvidos pela Justiça. Já para o massacre que matou, em 1996, 19 sem-terra na cidade de Eldorado dos Carajás, no Pará, realmente há uma condenação final para dois atuantes da ação. No entanto, o crime foi considerado hediondo, o que impede que eles sejam beneficiados pelo indulto presidencial.
    A falta de compreensão da lei por parte de Bolsonaro gerou apreensão em especialistas em direito penal, principalmente pelo discurso que transparece a fala do presidente: há um apoio do governo federal para perdoar crimes de forças policiais no País.
    André Lozano é advogado criminalista e mestre em direito penal, e destaca o que há por trás da aparente falta de conhecimento do presidente. “Há um insumo muito perigoso, porque vai uma mensagem transmitida a toda uma população que precisa ter controle. Toda a administração pública precisa ter controle.”, diz.
    Mariângela complementa que o viés que quer ser adotado não encontra sustentação no que significa, de fato, o indulto. “Você tem basicamente ações que correspondem a grupos específicos que são protegidos pelo presidente. O indulto é mais genérico, não é para pessoas que foram condenadas naquele caso ‘tal’. Isso foge muito do costume que se tem nessa questão”, diz. 
    As falas de Jair Bolsonaro suscitam maiores dúvidas caso se considere, também, que o próprio presidente já se posicionou contra o indulto presidencial em 2018, quando era candidato. Na época, o ex-presidente Michel Temer tinha anunciado que iria perdoar um grupo de condenados por crimes cometidos sem violência e que já tivessem cumprido, naquele tempo, um quinto da pena. A medida incluiu condenados por corrupção e inflamou o ânimo de outros políticos, como no caso de Bolsonaro.
    Fui escolhido presidente do Brasil para atender aos anseios do povo brasileiro. Pegar pesado na questão da violência e criminalidade foi um dos nossos principais compromissos de campanha. Garanto a vocês, se houver indulto para criminosos neste ano, certamente será o último. 👍🏻
    26,1 mil pessoas estão falando sobre isso

    Projeto anticrime e a ‘licença para matar’

    A proteção aos grupos policiais também é discussão no pacote anticrime do ministro da Justiça e ex-juiz Sergio Moro, que incluiu, no texto, a possibilidade dos agentes serem perdoados com base na excludente de ilicitude. Juridicamente, este é um direito que atua como exceção à regra – um juiz deve reconhecer o caso e absolver o culpado de pena.
    Para André Lozano, tanto a intenção dos indultos do presidente como o cerne do projeto de Moro conversam entre si, mas que desconsideram a necessidade dos treinamentos para que policiais não cometam crimes à revelia da lei. ” O Moro até falou que na Alemanha existe essa previsão. A única coisa que ele não falou foi que essa previsão, na Alemanha, não pode ser usada por policiais. O policial é uma pessoa treinada, preparada para segurar emoção e controlar o medo.”, comenta o advogado.
    Mariângela Magalhães ressalta que o indulto é um direito do presidente e não pode ser barrado pelo Congresso, diferente do projeto de lei de Sergio Moro. No entanto, o discurso do perdão gera prejuízos para o trabalho de corporações que querem reduzir o número de homicídios por policiais – e de policiais – em atividade. De acordo com um estudo da Fundação Getúlio Vargas divulgado no início de 2019, matar e morrer está diretamente relacionado quando o assunto é a letalidade das forças públicas.

    “Os abusos que a polícia pratica seriam muito melhor enfrentados se houvesse uma mudança na cultura policial. Existe, de fato, uma tentativa por parte dessas academias de mudar essa cultura, e é um processo muito lento. Mas a partir do momento que vem um discurso oficial – com casos midiáticos e com repercussão – de que essas pessoas serão perdoadas, é muito prejudicial para o trabalho de tentativa de mudança”, diz a professora. “Se existe abuso policial, uma das punições é o direito penal, e não aplicá-lo é legitimar o abuso de poder”.

    Lei veta indulto de Bolsonaro a PMs de massacres do Carandiru e Carajás...

    Presidente Jair Bolsonaro durante coletiva de imprensa no Palácio da Alvorada, em Brasília - 02.set.2019 - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
    Presidente Jair Bolsonaro durante coletiva de imprensa no Palácio da Alvorada, em Brasília
    Imagem: 02.set.2019 - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
    Luís Adorno
    Do UOL, em São Paulo
    02/09/2019 13h29


    O indulto está transcrito no inciso 2 do artigo 107 do CPB com o termo "Causa de Extinção de Punibilidade". Tradicionalmente no Brasil, o presidente edita, ao fim do ano, um decreto de indulto natalino que estabelece requisitos mínimos para definir quem pode ser beneficiado com o perdão.
    No entanto, para que isso ocorra, é necessário que o beneficiado já tenha o trânsito em julgado, ou seja, que não haja mais possibilidade de recurso. O que não é o caso do Carandiru, uma vez que o julgamento dos PMs foi anulado. A lei também veta que o benefício seja estendido para crimes hediondos. O que incluiria os dois policiais condenados por Carajás. No caso do ônibus 174, os PMs já foram absolvidos.
    Na semana passada, o presidente havia afirmado que pretendia ceder indulto a policiais e incluiria "nomes surpreendentes". Durante um almoço com jornalistas no quartel-general do Exército, em Brasília, no sábado —evento em que não foram permitidas gravações nem anotações—, Bolsonaro disse não querer dar detalhes, mas que incluiria os PMs envolvidos nesses três casos.
    2:20

    Bolsonaro anuncia que dará indulto para policiais condenados
    redetv

    Juristas apontam a lei contra a promessa

    UOL entrevistou desembargadores e professores de direito. Segundo os ouvidos, tecnicamente e de acordo com o CPB, Bolsonaro estaria impedido de ceder indulto aos três grupos citados. Um dos desembargadores votou a favor da anulação do julgamento do caso do Carandiru, sendo portanto impedido de falar sobre o processo, mas disse, pedindo para não ser identificado, que o indulto não cabe.
    O professor da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo) Guilherme Almeida afirmou que "tecnicamente, Bolsonaro não sabe o que está acontecendo no processo jurídico. Com certeza absoluta, ele não tem a mais pálida ideia de como andam esses processos".
    "Mas o que é grave é que ele já indica um direcionamento. Falou num evento junto com os militares: 'Se for condenado, eu vou indultar'. Ele colocou essa coisa do Carandiru na mesma leva de indulto a PMs. Mas, tecnicamente falando, é impossível", argumentou o professor.
    A professora de processo penal na pós-graduação da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Maíra Zapater explicou que "o indulto só cabe para quem já está cumprindo pena". "Não cabe em hipótese alguma nesses casos, porque não teve julgamento e não tem ninguém preso no caso do Carandiru, por exemplo".
    Maíra, que é doutora em direitos humanos pela USP, disse também que "existe vedação do próprio texto constitucional para crimes hediondos". "Condenações por homicídios qualificados, como seria no caso do Carandiru ou de Carajás, de qualquer forma não caberiam no indulto."
    A lei dos crimes hediondos é de 1992; a Constituição Federal, de 1988. E ambas vedam a concessão de indulto para crimes hediondos. O indulto é uma causa de extinção da punibilidade para depois do trânsito em julgado das decisões.
    Maíra Zapater, doutora pela USP e professora na FGV
    Os argumentos citados pelos dois professores são corroborados por magistradas entrevistadas pela reportagem. A juíza Larissa Pinho de Alencar Lima, da Justiça de Rondônia, disse que "o direito penal prevê hipóteses de extinção de punibilidade e, entre elas, o indulto que pode ser coletivo e alcançar todas as sanções impostas ao condenado, com a aplicação de redução ou substituição da pena imposta e até mesmo a extinção da pena. Mas, em hipóteses em que não há pena aplicada, não é possível o indulto".
    De acordo com o desembargador José Laurindo de Souza Netto, professor e supervisor pedagógico na Escola da Magistratura do Paraná, "indulto é concedido a condenados, conforme previsão constitucional, não há que se falar em cabimento desse perdão judicial a quem não foi condenado ainda".
    A desembargadora Ivana David, da Justiça de São Paulo, concorda. "Tecnicamente falando, não abrangeria os processos do Carandiru. Porque eles não são considerados com o trânsito em julgado. No ano passado, o decreto do Temer abrangeria crimes de corrupção, por exemplo, e foi vetado."
    De acordo com o advogado Antonio Claudio Mariz, que defendeu o ex-presidente Michel Temer, "o indulto atinge o cumprimento de uma pena desde que cumpridas certas condições pessoais e temporais. Óbvio que há de haver uma condenação criminal aplicando uma pena. Indulto sem pena é mais uma 'bolsorinada'".

    Posicionamento contra indultos em 2018

    Em novembro do ano passado, Bolsonaro afirmou que foi "escolhido presidente do Brasil para atender aos anseios do povo brasileiro", que iria "pegar pesado na questão da violência e criminalidade" e que garantia que, se houvesse indulto no ano passado, seria o último.
    Fui escolhido presidente do Brasil para atender aos anseios do povo brasileiro. Pegar pesado na questão da violência e criminalidade foi um dos nossos principais compromissos de campanha. Garanto a vocês, se houver indulto para criminosos neste ano, certamente será o último. 👍🏻

    26,1 mil pessoas estão falando sobre isso
    À época, o ex-presidente Michel Temer desistiu de editar o decreto, porque o STF (Supremo Tribunal Federal) não havia julgado ainda a validade do que havia sido assinado no ano anterior e que reduzia as restrições para incluir condenados por corrupção entre os beneficiados.
    Na manhã de hoje, Bolsonaro recuou. Em entrevista coletiva em Brasília, o presidente disse, contrariado: "Então mudou, recuei, pode escrever, recuei, vou dar indulto para polícias também. Mais alguma coisa?", disse. "Sempre foram esquecidos [policiais e militares]. Agora, porque sou um capitão do Exército, vou esquecer esse pessoal que sempre esteve ao meu lado?", questionou.
    O presidente ressaltou que cumprirá as regras que estão previstas na legislação, sem "nada arbitrário". Segundo o jornal "Folha de S.Paulo", o Palácio do Planalto ainda estuda, porém, se é possível, no âmbito jurídico, conceder o perdão de punição a apenas uma categoria.
    "O indulto tem de estar enquadrado no decreto. Não é quem eu quero. Tem de estar enquadrado no decreto. Os policiais civis e militares sempre foram esquecidos. Desta vez, não serão. Nós oficializaremos todos os comandantes da Policia Militar para que mandem a relação com a justificava. Não haverá nada arbitrário", afirmou o presidente.

    O Massacre do Carandiru

    O massacre aconteceu em 2 outubro de 1992, quando 111 presos foram mortos por PMs após uma rebelião na penitenciária, que ficava localizada na zona norte da capital. Segundo as investigações, foram usados golpes de cassetetes, canos de ferro, coronhadas de revólver e pontapés. Alguns detentos foram feridos por facas, estiletes, baionetas e por mordidas de cachorro.
    A Justiça de São Paulo chegou a condenar 74 policiais militares por envolvimento no massacre. Mas, após longo imbróglio judicial, os júris foram anulados. A Justiça determinou que deve ocorrer um novo júri, mas isso ainda não tem data para ocorrer. Dos 74 policiais que haviam sido condenados, 58 foram promovidos depois dos assassinatos.
    Em entrevista ao UOL, o desembargador Ivan Sartori, relator do caso, afirmou que "os policiais fizeram o que podiam. Não havia condições de fazer outra coisa. Do lado de lá, havia armas, sim, inclusive armas de fogo, armas brancas, seringa com sangue, água, óleo dentro do presídio. Os presos que quiseram se render, se renderam e não houve qualquer consequência". Nenhum policial ficou ferido durante a ação.

    O Massacre de Eldorado do Carajás

    Em abril de 1996, 19 sem-terra foram assassinados em Eldorado do Carajás, no Pará. Mil e quinhentos sem-terra, que marchavam em direção a Belém em um protesto contra a demora da desapropriação de terras, acamparam em uma rodovia. A PM foi acionada para desbloquear a via.
    Comandada pelo coronel Mário Pantoja, o major José Maria Oliveira e o capitão Raimundo Almendra, a tropa chegou ao local no dia seguinte. Enquanto os sem-terra usavam paus e pedras para conter a ação dos PMs, os policiais revidaram com tiros. Mais de 60 ficaram feridos. Por excesso de força e dificultar a defesa das vítimas, o ataque foi considerado como crime hediondo.
    Vinte anos depois, dois comandantes da operação foram condenados —o coronel Pantoja, a 258 anos anos de prisão, e o major Oliveira, a 158 anos. Eles estão presos desde 2012.

    Caso do ônibus 174

    Em junho de 2000, Sandro do Nascimento manteve 11 passageiros reféns no ônibus da linha 174, no Jardim Botânico, zona sul do Rio de Janeiro. Após horas de negociações, Sandro, com uma arma apontada para a cabeça da professora Geisa Gonçalves, saiu do coletivo.
    Um soldado do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) tentou balear o sequestrador, mas atingiu Geisa de raspão. Sandro disparou e matou a professora. Apesar de sair do local com vida, Sandro chegou ao hospital morto por asfixia.

    Os policiais militares apontados como responsáveis pela morte de Sandro foram absolvidos pela Justiça do Rio de Janeiro.
    Lei veta indulto de Bolsonaro a PMs de massacres do Carandiru e Carajás - 02/09/2019 - UOL Notícias

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  • 197 Comentários

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    FANDEHERODOTO
    Acho o Bozo o mais baixo que já existiu. O Lula, PT, nunca mais. Em Eldorado dos Carajás tinha muito facão, não só paus e pedras como alega a matéria. Inclusive existe a cena do entrevero.
    LMGM
    "Não haverá nada arbitrário" , diz cinicamente o déspota. É pra rir ou chorar? Eu, chorar? Não! Eu dou é gargalhadas porque essa culpa não me pertence!
    Marcos Nascimento
    ""JUSTIÇA PERMITE QUE SE INDULTE CRIMINOSOS E NÃO PERMITE QUE SE INDULTE POLICIAIS"", com essa decisão o presidente fica mais perto da simpatia do povo e mostra a face oculta do que é o judiciário...dizem que ele perdeu ???...raciocina...
    Marcos Nascimento
    indulto a policiais causa um tremendo mimimi... um condenado por 4 homicidios em atos terrorristas chamado Cezare Battisti, recebeu de um presidente asilo politico (vão dizer que não foi indulto) mas deu liberdade ao terrorrista e nada foi protestado...hipócritas, olhem seu passado...
    Neo Blades
    Aquele garotinho que foi arrastado pela estrada até a morte teve seu algoz solto estes dias por "bom comportamento"....não vi uma linha critica deste Jornal.....
    victorhugo.511343822
    Esse é o chefe da nossa Nação que não é justo em muitas coisas que fala ou pratica em relação aos crimes cometidos por alguns agentes da Segurança Pública. Que sempre fortalecer os crimes praticados por muitos deles, como outros governos da atualidade! O incentivo da parte dele, como do governo do Estado do Rio está sempre claro!
    Daniel Viana
    Uma sociedade não é seu grau de devoção ao patriotismo oco, uma sociedade é o reflexo do que ela tolera. E, nesse espelho, nossa imagem ganha contornos difíceis de suportar
    GRES Grande Rio
    Todo os desespero de quem sabe que está prestes a responder por todos os malfeitos até aqui... e tem malfeitos nessa história!
    Daniel Viana
    Além de insistir em falar sobre o que não sabe, insiste em prometer o que não pode. Eita Bozo véio!
    Inácio Nascimento
    Estava Deus, tendo a esquerda o abismo, suas mentiras, falsos testemunhos, a escuridão do fanatismo, a alienação e o ódio. Do outro lado, sentado a direita de Deus pai, estava seu filho, de amor ao próximo, perdão e luz. Então Deus disse, não se desvie para esquerda. Todos os que viam a Deus seguiram para o outro lado e os que não olhavam para Deus, seguiram para o outro, se lançando no precipício.
    Loureiro77
    Bolsonaro quer que policial possa matar quem bem entender sem ser incomodado. A quem realmente interessa isso?
    jvaleta365695193
    Só mais um blá blá blá do arregao