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sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Último PM acusado de integrar 'batalhão da propina' no RJ é preso

Subtenente Paulo Roberto Campos era o último militar dos 96 policiais denunciados pelo Ministério Público na Operação Calabar. Policial se entregou na sede da DHNSG



Vila Candonza.
Delator da maior operação contra PMs bandidos do Rio fala ao Fantástico

Por Nicolás Satriano, G1 Rio
 



oi preso na tarde desta quarta-feira (5) o último policial militar acusado pela Polícia Civil de integrar um esquema criminoso em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio. O subtenente Paulo Roberto Campos, um dos 96 policiais denunciados pelo Ministério Público no âmbito da Operação Calabar, se entregou na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), em Niterói.


Segundo informações da delegacia, após prestar depoimento na DHNSG, o subtenente Campos deve ser encaminhado ainda nesta quarta para a Unidade Prisional da PM, que também fica em Niterói. A princípio, o PM preferiu optar pelo silêncio e não declarou nada aos delegados da especializada.

'Queima de arquivo


Passada a operação, a Polícia Civil passou a investigar se cinco assassinatos que ocorreram no final de semana seriam "queimas de arquivo" de pessoas ligadas às investigações. No final de semana seguinte à Calabar, quatro corpos foram encontrados carbonizados no Morro do Castro e uma pessoa decapitada estava na Vila Candonza.



No domingo (2), o Fantástico mostrou uma entrevista exclusiva com o colaborador da Calabar. O homem contou porque resolveu falar aos policiais sobre o esquema, destacando a seriedade dos agentes que, segundo ele, estavam apenas preocupados em "prender e investigar"

"Ninguém falou nada, só em prender e investigar. Aí eu vi a seriedade dos policiais e acabei relatando tudo. Vi que poderia realmente confiar, e era o único jeito de eu me manter vivo", afirmou o colaborador

Operação Calabar: R$ 1 milhão por mês


Os 96 PMs alvos da operação foram denunciados pelo MPRJ por participação em um esquema de cobrança de propina a traficantes que rendia, mais ou menos, R$ 1 milhão por mês aos militares. Alguns desses policiais ainda estavam nas fileiras do efetivo do 7º BPM (São Gonçalo)

A operação para prender os envolvidos, batizada de Calabar, contou com 800 agentes e 110 delegados, que deixaram a Cidade da Polícia, na quinta-feira (29),no Jacarezinho, Zona Norte da cidade, às 5H

PM preso na Operação Calabar esconde o rosto (Foto: Fernanda Rouvenet/G1)

Os policiais detidos irão responder por organização criminosa e corrupção passiva. Já os bandidos respondem por tráfico, organização criminosa e corrupção ativa. O nome Calabar é uma referência a Domingos Fernandes Calabar, considerado por muitos o maior traidor da história do país

Segundo historiadores, ele era um conhecido senhor de engenho no Brasil Colônia (século 17), na capitania de Pernambuco, e se aliou aos holandeses quando eles invadiram as terras brasileiras, na época sob domínio português. Conhecedor da região, teria ajudado nas conquistas holandesas.


A investigação mostrou que os PMs atuavam como "varejistas do crime" e chegavam a ofertar serviços diversos a traficantes. Por exemplo, os militares escoltavam os chamados "bondes" de criminosos de um local a outro, e até alugavam armas da corporação, incluindo fuzis, aos traficantes



Há casos também, segundo a polícia, de sequestros de traficantes realizados pelos PMs. Nas escutas, os agentes identificaram que os militares chegavam a cobrar R$ 10 mil pelo resgate de bandidos.Outra das conclusões do inquérito é que todas as semanas, de quinta-feira a domingo, as viaturas do batalhão circulavam por ruas de São Gonçalo exclusivamente para recolher o "arrego" que, no jargão, é a quantia paga por criminosos a policiais para não atrapalhar os negócios de bandidos. O valor cobrado pelos PMs variava entre R$ 1,5 mil e R$ 2,5 mil para cada equipe de policiais que estava de plantão.


Agentes que investigaram o esquema estimam que a venda de favores e cobrança de dinheiro a traficantes rendesse, pelo menos, R$ 350 mil por semana aos PMs que estavam no Grupamento de Ações Táticas (GAT), Patrulha Tático Móvel (PATAMO), Serviço Reservado (P-2), no Destacamento de Policiamento Ostensivo (DPO) e Ocupação (uma espécie de "UPP" de São Gonçalo).

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  • Christianoalvesdebarros
    HÁ 5 MESES
    e gritar pega ladrão, não fica um meu irmão ! PM pior que bandido!

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