Paraná 247 - O agenda da Polícia Federal Newton Ishii, que ficou conhecido como o 'Japonês da Federal' ao conduzir presos da Operação Lava Jato, foi preso em Curitiba na tarde desta terça-feira 7, informou a PF.
Ele havia sido condenado a quatro anos e dois meses de prisão, em 2003, no âmbito da Operação Sucuri, que apurava o envolvimento de agentes na facilitação da entrada de contrabando no País, segundo seu advogado, Oswaldo de Mello Junior.
A investigação corre sob segredo de Justiça. Ainda de acordo com o advogado, a pena será cumprida em regime semiaberto.
Ele está detido neste momento na Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense. O mandado de prisão contra Ishii foi expedido pela Vara de Execução Penal Justiça Federal de Foz do Iguaçu.
Leia abaixo o texto do jornalista Esmael Morais, do Paraná, sobre a prisão. Ele relembra a citação do Japonês da Federal - em uma gravação feita pelo filho de Nestor Cerveró - que o acusa de vender informações da Lava Jato para a imprensa.
Símbolo dos “coxinhas”, Japonês da Federal que ‘vendia informações da Lava Jato’ para revistas é preso em Curitiba
O agente federal Newton Ishii, chamado de Japonês da Federal, foi preso na tarde de ontem (7) em Curitiba. O mandado foi expedido pela Vara de Execução Penal Justiça Federal de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná.
O Japonês da Federal ficou conhecido nacionalmente devido suas aparições em fotos conduzindo presos na Lava Jato.
Em Curitiba, o grupo criminoso Tenda Digital, ligado ao governo Beto Richa (PSDB), fez jingle para glamourizar o “Japa da Federal” exatamente no momento em que veio à tona sua ficha criminal na tríplice fronteira.
Segundo a Operação Sucuri, da PF, o Japonês da Federal facilitava a entrada de contrabando no país, pela fronteira com o Paraguai, em Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná.
Numa das gravações que levou o ex-senador Delcídio Amaral à prisão, em novembro de 2015, também foi declinado o nome de Ishii — identificado como “japonês bonzinho” — como agente que vaza e vende informações da Lava Jato às revistas semanais.
O áudio abaixo é fruto da conversa entre Delcídio, o filho de Nestor Cerveró, Bernardo Cerveró, e o advogado Edson Ribeiro, que menciona a existência de um carcereiro da Polícia Federal que seria responsável por vazar informações sigilosas das investigações da Lava Jato para a imprensa e cobrar pelo “serviço”.
A seguir, trecho da conversa gravada:
BERNARDO: os caras não tinham uma escuta em cima da.. da cela?
DELCÍDIO: Alguém pegou isso aí e deve ter reproduzido. Agora quem fez isso é que a gente não sabe.
EDSON: É o japonês. Se for alguém é o japonês.
DIOGO: É o japonês bonzinho.
DELCÍDIO: O japonês bonzinho?
EDSON: É. Ele vende as informações para as revistas.
BERNARDO: É, é
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