Investigação também apontou que detentos saíam para ir a bancos, boates, traficavam drogas e tinham até um motel à disposição no Presídio de Anápolis, GO
operação deflagrada pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) nesta terça-feira (21) contra privilégios a detentos da Unidade Prisional de Anápolis, a 55 km de Goiânia, revelou a existência de uma "tabela de regalias". Nela, constavam valores de itens que eles poderiam ter acesso junto aos servidores, como um celular por R$ 1 mil e uma lata de cerveja a R$ 30. Além disso, a ação, também batizada de Regalia, descobriu que os presos saíam para sacar dinheiro em bancos e até tinham um motel dentro da cadeia.
No inquérito, além da tabela, constam outros benefícios aos quais os reeducando tinham acesso, como receber pizza e ir a festas em boates a região.
O relato de um agente penitenciário que denunciou o esquema e está sob proteção revela o tamanho da farra: "Não entra um avião [no presídio] porque não passa na porta".
Esta foi a segunda fase da operação. Foram 11 mandados de prisão, sendo cinco de prisão temporária contra o diretor, o supervisor, um agente e duas mulheres de presos, seis de prisão preventiva em relação aos envolvidos que já estavam presos, 7 conduções coercitivas contra um agente, ex-agentes e pessoas ligadas aos internos.
Durante uma vistoria realizada nesta tarde no presídio foram encontradas drogas, celulares escondidos na parede e R$ 70 mil em espécie.
Saída para banco
operação deflagrada pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) nesta terça-feira (21) contra privilégios a detentos da Unidade Prisional de Anápolis, a 55 km de Goiânia, revelou a existência de uma "tabela de regalias". Nela, constavam valores de itens que eles poderiam ter acesso junto aos servidores, como um celular por R$ 1 mil e uma lata de cerveja a R$ 30. Além disso, a ação, também batizada de Regalia, descobriu que os presos saíam para sacar dinheiro em bancos e até tinham um motel dentro da cadeia.
No inquérito, além da tabela, constam outros benefícios aos quais os reeducando tinham acesso, como receber pizza e ir a festas em boates a região.
O relato de um agente penitenciário que denunciou o esquema e está sob proteção revela o tamanho da farra: "Não entra um avião [no presídio] porque não passa na porta".
Esta foi a segunda fase da operação. Foram 11 mandados de prisão, sendo cinco de prisão temporária contra o diretor, o supervisor, um agente e duas mulheres de presos, seis de prisão preventiva em relação aos envolvidos que já estavam presos, 7 conduções coercitivas contra um agente, ex-agentes e pessoas ligadas aos internos.
Durante uma vistoria realizada nesta tarde no presídio foram encontradas drogas, celulares escondidos na parede e R$ 70 mil em espécie.
Saída para banco
Todos as regalias eram negociadas com os servidores. Um bilhete apreendido em uma das celas mostra a negociação. Em um dos casos, os presos saíram para ir ao banco sacar dinheiro.
Câmeras de segurança registraram quando uma viatura da Agência Prisional para na porta da agência bancária. Três detentos descem algemados e são escoltados até a boca do caixa pelos agentes. Em um dos casos, quem digita a senha do preso é o próprio servidor.
"Esse dinheiro é pego pelas mãos dos próprios agentes. Eles ficavam com grande parte desse dinheiro surrupiado”, disse o promotor de Justiça Thiago Galindo.
As saídas temporárias de presos só podem ser autorizadas para velório de algum parente ou para atendimento médico em um hospital.
Todos as regalias eram negociadas com os servidores. Um bilhete apreendido em uma das celas mostra a negociação. Em um dos casos, os presos saíram para ir ao banco sacar dinheiro.
Câmeras de segurança registraram quando uma viatura da Agência Prisional para na porta da agência bancária. Três detentos descem algemados e são escoltados até a boca do caixa pelos agentes. Em um dos casos, quem digita a senha do preso é o próprio servidor.
"Esse dinheiro é pego pelas mãos dos próprios agentes. Eles ficavam com grande parte desse dinheiro surrupiado”, disse o promotor de Justiça Thiago Galindo.
As saídas temporárias de presos só podem ser autorizadas para velório de algum parente ou para atendimento médico em um hospital.
Motel
Fora todos os privilégios, os presos também traficavam drogas e tinha à sua disposição um motel dentro da cadeia. Galindo explica que o local tinha toda uma estrutura para funcionar em um anexo que deveria servir como depósito de materiais. O quarto foi fechado em março deste ano pela Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap).
"Segundo o relatório da própria Seap, tinha até um livro com o telefone das mulheres que seriam chamadas. Era como um quarto de motel mesmo, com bombom, frutas", detalhou Galindo.
Os promotores estimam que o valor negociado ultrapassa R$ 1 milhão. Havia uma contabilidade paralela com nome de todos os presos, o dinheiro entregue por detentos, tudo na mesma pasta. Não sabemos se o total é mensal, do ano. Sabemos que é superior a sete dígitos", disse o promotor de Justiça Ramiro Carpenedo.
Os detidos na operação são investigados por associação ao tráfico de drogas, associação criminosa, tráfico de drogas, corrupção ativa e passiva, ingresso de aparelhos celulares e homicídio.
Os promotores estimam que o valor negociado ultrapassa R$ 1 milhão. Havia uma contabilidade paralela com nome de todos os presos, o dinheiro entregue por detentos, tudo na mesma pasta. Não sabemos se o total é mensal, do ano. Sabemos que é superior a sete dígitos", disse o promotor de Justiça Ramiro Carpenedo.
Os detidos na operação são investigados por associação ao tráfico de drogas, associação criminosa, tráfico de drogas, corrupção ativa e passiva, ingresso de aparelhos celulares e homicídio.
Seap
O superintendente executivo da Seap, tenente-coronel Newton Castilho, explicou que o responsável pela regional de Anápolis assumirá a unidade provisoriamente. "Ele designará um novo dirigente e reformulará, se necessário, todo o quadro de servidores", explicou.
Em nota divulgada nesta manhã, a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) informou que a ação é um resultado de investigações feitas pelo próprio órgão e que foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão contra três servidores. Também foram expedidos mandados de prisão e ordem de transferência contra quatro reeducandos.
Castilho destacou que o governo apoia a investigação. "O nosso maior bem são os servidores, em nome deles, dos que trabalham dignamente, a Secretaria recebe com satisfação a operação, com a qual colaborou desde o início, contra servidores que cometem crimes que chocam a sociedade", defendeu o tenente-coronel.
O superintendente executivo da Seap, tenente-coronel Newton Castilho, explicou que o responsável pela regional de Anápolis assumirá a unidade provisoriamente. "Ele designará um novo dirigente e reformulará, se necessário, todo o quadro de servidores", explicou.
Em nota divulgada nesta manhã, a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) informou que a ação é um resultado de investigações feitas pelo próprio órgão e que foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão contra três servidores. Também foram expedidos mandados de prisão e ordem de transferência contra quatro reeducandos.
Castilho destacou que o governo apoia a investigação. "O nosso maior bem são os servidores, em nome deles, dos que trabalham dignamente, a Secretaria recebe com satisfação a operação, com a qual colaborou desde o início, contra servidores que cometem crimes que chocam a sociedade", defendeu o tenente-coronel.
Primeira fase
Na primeira fase, realizada em setembro, um agente prisional e três ex-agentes foram presos. Segundo o Ministério Público, um dos suspeitos chegou a receber R$ 500 mil para fornecer benefícios a um reeducando.
Um vídeo mostra o momento em que um preso é levado por agentes prisionais para visitar família na Região Metropolitana de Goiânia. Durante a visita, o detento, que havia sido condenado a 36 anos de prisão pelo crime de tráfico de drogas, encontra familiares e até abre uma bebida.
Cerca de 20 minutos depois, um agente recebe algo do preso e divide com os demais. Segundo o MP-GO, seria um maço de dinheiro com a quantia de R$ 6 mil.
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