Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

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quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Corrupção na Agepen garantiu regalias para presos e agentes, aponta investigação

Investigação do Gaeco durou seis meses
Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) investigou, durante seis meses, casos de corrupção que asseguravam regalias a presos e agentes penitenciários do presídio semiaberto masculino de Dourados, a 225 quilômetros de Campo Grande.
Alvo da Operação Apanágio, nesta quarta-feira (10), ​o ex-diretor da unidade Rogélio Vasques Vieira foi preso preventivamente por decisão da 2º Vara Criminal do município, além de outros cinco agentes conduzidos a prestar depoimento coercitivamente.
Dentro da unidade, como apurou o Midiamax, haveria cobrança de propina para acesso dos detidos a benefícios ilegais, divergência em convênios e documentos sobre locais de trabalho.
No âmbito da operação também foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão. Em nota a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) ressaltou que “apoia qualquer ação que preze pela transparência e lisura nas condutas de seus servidores”.
Apanágio, denominação do trabalho de suporte as investigações da 16ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social de Dourados, consiste na concessão de privilégios a um grupo em detrimento dos demais.

Dispensa

Consta no Diário Oficial do Estado que Rogélio Vasques Vieira, único preso pelo Gaeco, deixou o cargo de diretor do presídio há dois dias. Ele mesmo solicitou o desligamento da função, que ocupava desde abril de 2015, sendo substituído por José Nicácio do Nascimento.
Rógelio teria sido preso na empresa Elion Segurança, especializada em monitoramento eletrônico e rastreamento de veículos, que extraoficialmente é de sua propriedade. Contra si pesam suposta participação em organização criminosa e peculato, utilizar cargo por vantagens.

Corrupção

​Desde janeiro, a Agepen foi alvo de outras duas operações do Gaeco que apuravam casos de associação criminosa, falsidade documental, peculato, corrupção ativa e passiva. Elas foram denominadas de Girve e Xadrez, em referência a curso de formação de agentes e presídio.
A Xadrez resultou na prisão temporária dos diretores dos presídios masculinos de regime fechado e semiaberto de Corumbá, Ricardo Wagner Lima do Nascimento e Doglas Novaes Vilas. Já a Girve no pedido de exoneração do diretor-presidente da agência Ailton Stroppa.
Assista momento em que agentes do Gaeco apreendem documentos:
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Presos por desvio de R$ 6 mi têm quartos individuais em cadeia superlotada no Piauí...

Aliny Gama
Colaboração para o UOL, em Maceió
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Presos ganham quartos individuais em cela superlotada no Piauí6 fotos

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Os quartos individuais, que ficam em volta da quadra do ginásio, têm cama de casal, ventilador e televisãoImagem: Divulgação/Sinpoljuspi
Cama de casal, ventilador, televisor e banheiro privativo. Pode parecer a descrição da suíte de um apartamento comum, mas é o resumo de 12 celas individuais para presos da Casa de Custódia Professor José Ribamar Leite, em Teresina (PI). Segundo denúncia do Sinpoljuspi (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí), presos abastados que não têm curso superior estão usando espaços privilegiados fora dos pavilhões do presídio. Segundo a Sejus (Secretaria de Estado da Justiça) , porém, eles estão lá por "bom comportamento".
Os "apartamentos" estão situados na área do ginásio de esportes, onde 60 presos ficam separados dos demais internos da cadeia, segundo listagem do Sinpoljuspi. Entre os beneficiários estão empresários e ex-servidores do município de Cocal que foram presos em abril, acusados de desviar R$ 6 milhões dos cofres municipais.
"O ginásio poliesportivo, que deveria ser usado para atividades físicas, virou um verdadeiro pavilhão. O que nos chama a atenção é que em torno desse espaço existem verdadeiros apartamentos para uso de determinados presos. Tem alguns individuais e outros com dois ou três presos", denuncia o diretor jurídico do Sinpoljuspi, Vilobaldo Carvalho.
A disparidade dos espaços de custódia do presídio é tamanha que a unidade prisional mantém outros 976 homens confinados num espaço projetado para caber apenas 336. A falta de ventilação e higiene, além do calor, causou um surto de escabiose (espécie de doença de pele contagiosa) nos internos dos pavilhões, no início do ano. 
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Para se ter ideia da superlotação da Casa de Custódia, existem celas com capacidade para seis presos que abrigam entre 26 e 28 homens, bem diferente do ambiente em que estão custodiados no ginásio.
Imagens feitas pelo Sinpoljuspi mostram que o ginásio e os apartamentos não ficam ocupados o tempo todo com os presos - eles têm a "liberdade" de transitar pela unidade prisional. Os quartos ficam junto à quadra, que também é ocupada por presos. No espaço coletivo há colchões, ventiladores, freezer, fogão e até uma área reservada para lazer, com cadeiras e televisão.
"Não é apenas um quarto. São suítes, com banheiro, cama, ventilador, televisão. São presos abastados, que foram presos em operações de desvio de dinheiro público e estão com privilégio em um espaço maior, ventilado e ainda com suítes individuais enquanto estão à disposição da Justiça", denuncia o vice-presidente do Sinpoljuspi, Kleiton Holanda.

Presos "famosos"

A lista dos custodiados que estão no ginásio contém nomes de 10 dos 13 detidos na operação Escamoteamento, acusados de desvios de pelo menos R$ 6.313.744,36 dos cofres públicos da prefeitura de Cocal. Em abril, o Ministério Público Estadual ofereceu denúncia à Justiça acusando 13 pessoas por fraude em licitações, organização criminosa e lavagem de dinheiro na prefeitura do município de Cocal (PI), entre os anos de 2013 e 2015.
Nenhum dos 60 homens que estão separados possui curso superior. A Sejus (Secretaria de Estado da Justiça) justifica os benefícios dos detentos pelo "bom comportamento" apresentado. Alega ainda que eles participam das tarefas diárias da unidade prisional como auxiliares de limpeza e de cozinha, entre outros trabalhos.
"Esses presos, por participarem dessas atividades, não podem ser colocados nos pavilhões sob risco de agressão pelos demais apenados", justifica a Sejus, sem informar o porquê de liberar a construção de camas de casal de alvenaria nem explicar como foram escolhidos os presos que estão no ginásio e os que estão nos apartamentos.
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) informou que a fiscalização sobre funcionamento dos presídios está a cargo do Tribunal de Justiça do Piauí. O UOLentrou em contato com o gabinete do juiz da Vara de Execuções Penais de Teresina, Vidal de Freitas, e foi informado que o magistrado está em férias até o dia 4 de outubro. O TJPI (Tribunal de Justiça do Piauí) não designou substituto para comentar sobre o assunto.

Superlotação prisional do Estado

A Casa de Custódia mantém atualmente 1036 internos, sendo 237 em regime fechado, 25 semiaberto e774 presos provisórios. O sistema prisional do Piauí tem 4.650 presos e suas unidades prisionais têm, ao todo, capacidade para 2.220 internos.
Sobre a superlotação no sistema prisional, a Secretaria de Estado da Justiça informou que está ampliando o número de vagas no sistema prisional do Estado com a construção de quatro presídios.
Para outubro, está prevista a inauguração de um presídio em Campo Maio com 160 vagas masculinas. A entrega de outros três é esperada para 2018: a Cadeia Pública de Altos, com 600 vagas, que já está em construção; e dos presídios de Oeiras, com 196 vagas, e de Bom Princípio, com 334 vagas. 
Para diminuir a superlotação da Casa de Custódia de Teresina, o Estado iniciou as obras de construção da Central de Triagem de Teresina, que terá 160 vagas. A unidade prisional funcionará anexa à Casa de Custódia de Teresina, com entrega para 2018.

Operação do MP revela 'tabela das regalias' com celular a R$ 1 mil e cerveja a R$ 30 para presos em Goiás

Investigação também apontou que detentos saíam para ir a bancos, boates, traficavam drogas e tinham até um motel à disposição no Presídio de Anápolis, GO


 


operação deflagrada pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) nesta terça-feira (21) contra privilégios a detentos da Unidade Prisional de Anápolis, a 55 km de Goiânia, revelou a existência de uma "tabela de regalias". Nela, constavam valores de itens que eles poderiam ter acesso junto aos servidores, como um celular por R$ 1 mil e uma lata de cerveja a R$ 30. Além disso, a ação, também batizada de Regalia, descobriu que os presos saíam para sacar dinheiro em bancos e até tinham um motel dentro da cadeia.
No inquérito, além da tabela, constam outros benefícios aos quais os reeducando tinham acesso, como receber pizza e ir a festas em boates a região.
O relato de um agente penitenciário que denunciou o esquema e está sob proteção revela o tamanho da farra: "Não entra um avião [no presídio] porque não passa na porta".
Esta foi a segunda fase da operação. Foram 11 mandados de prisão, sendo cinco de prisão temporária contra o diretor, o supervisor, um agente e duas mulheres de presos, seis de prisão preventiva em relação aos envolvidos que já estavam presos, 7 conduções coercitivas contra um agente, ex-agentes e pessoas ligadas aos internos.
Durante uma vistoria realizada nesta tarde no presídio foram encontradas drogas, celulares escondidos na parede e R$ 70 mil em espécie.
Preso é levado para sacar dinheiro em agência bancária escoltado por agente (Foto: TV Anhanguera/Reprodução)
Saída para banco

Todos as regalias eram negociadas com os servidores. Um bilhete apreendido em uma das celas mostra a negociação. Em um dos casos, os presos saíram para ir ao banco sacar dinheiro.
Câmeras de segurança registraram quando uma viatura da Agência Prisional para na porta da agência bancária. Três detentos descem algemados e são escoltados até a boca do caixa pelos agentes. Em um dos casos, quem digita a senha do preso é o próprio servidor.
"Esse dinheiro é pego pelas mãos dos próprios agentes. Eles ficavam com grande parte desse dinheiro surrupiado”, disse o promotor de Justiça Thiago Galindo.
As saídas temporárias de presos só podem ser autorizadas para velório de algum parente ou para atendimento médico em um hospital.

MP-GO diz que presos tinham motel dentro de presídio em Anápolis (Foto: Divulgação/MP-GO)

Motel

Fora todos os privilégios, os presos também traficavam drogas e tinha à sua disposição um motel dentro da cadeia. Galindo explica que o local tinha toda uma estrutura para funcionar em um anexo que deveria servir como depósito de materiais. O quarto foi fechado em março deste ano pela Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap).
"Segundo o relatório da própria Seap, tinha até um livro com o telefone das mulheres que seriam chamadas. Era como um quarto de motel mesmo, com bombom, frutas", detalhou Galindo.



Os promotores estimam que o valor negociado ultrapassa R$ 1 milhão. Havia uma contabilidade paralela com nome de todos os presos, o dinheiro entregue por detentos, tudo na mesma pasta. Não sabemos se o total é mensal, do ano. Sabemos que é superior a sete dígitos", disse o promotor de Justiça Ramiro Carpenedo.
Os detidos na operação são investigados por associação ao tráfico de drogas, associação criminosa, tráfico de drogas, corrupção ativa e passiva, ingresso de aparelhos celulares e homicídio.

Policiais durante operação contra regalias a presos em Anápolis (Foto: Divulgação/MP-GO)

Seap

O superintendente executivo da Seap, tenente-coronel Newton Castilho, explicou que o responsável pela regional de Anápolis assumirá a unidade provisoriamente. "Ele designará um novo dirigente e reformulará, se necessário, todo o quadro de servidores", explicou.
Em nota divulgada nesta manhã, a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) informou que a ação é um resultado de investigações feitas pelo próprio órgão e que foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão contra três servidores. Também foram expedidos mandados de prisão e ordem de transferência contra quatro reeducandos.
Castilho destacou que o governo apoia a investigação. "O nosso maior bem são os servidores, em nome deles, dos que trabalham dignamente, a Secretaria recebe com satisfação a operação, com a qual colaborou desde o início, contra servidores que cometem crimes que chocam a sociedade", defendeu o tenente-coronel.

Operação apreendeu dinheiro, facas e dezenas de celulares em presídio (Foto: Divulgação/MP-GO)



Primeira fase

Na primeira fase, realizada em setembro, um agente prisional e três ex-agentes foram presos. Segundo o Ministério Público, um dos suspeitos chegou a receber R$ 500 mil para fornecer benefícios a um reeducando.
Um vídeo mostra o momento em que um preso é levado por agentes prisionais para visitar família na Região Metropolitana de Goiânia. Durante a visita, o detento, que havia sido condenado a 36 anos de prisão pelo crime de tráfico de drogas, encontra familiares e até abre uma bebida.
Cerca de 20 minutos depois, um agente recebe algo do preso e divide com os demais. Segundo o MP-GO, seria um maço de dinheiro com a quantia de R$ 6 mil.

Agentes são suspeitos de ajudar detentos a sair da cadeia para visitas

Edição do dia 07/10/2017
07/10/2017 21h34 - Atualizado em 07/10/2017 21h34

Agentes são suspeitos de ajudar detentos a sair da cadeia para visitas

Mimos incluíam até o transporte e a escolta dos detentos em Goiás. 
Presos visitavam a família e iam a bancos para sacar dinheiro da propina.


Dispositivo não suportado.
Infelizmente, não foi possível encontrar um vídeo compatível com o seu dispositivo.









Em Goiás, agentes penitenciários foram presos, depois de terem sido flagrados dando regalias a presos. Regalias surpreendentes.
A van da agência prisional estaciona e o preso, sem algemas, é o primeiro a descer. Só depois, três agentes penitenciários, que estão fardados e com armas, entram na casa, que fica na região metropolitana de Goiânia. A visita durou cerca de 20 minutos. O suficiente para o condenado a 36 anos por tráfico de drogas se encontrar com a família. Deu tempo até para abrir uma lata de bebida.
No final da visita, um dos agentes aparece numa imagem recebendo, segundo o Ministério Público, um maço de dinheiro. De acordo com a denúncia, seriam R$ 6 mil, que os agentes dividiram entre eles. Logo em seguida, o preso se despede da família e o grupo sai de casa para voltar ao presídio.
O Ministério Público descobriu que os agentes desviaram a rota depois de uma consulta no hospital. E não era só essa regalia. Os promotores investigam até idas ao banco para sacar o dinheiro usado no pagamento de propina aos agentes. E presos ainda teriam recebido privilégios na transferência para outras penitenciárias. Casos que estão sob investigação.
Os três agentes que aparecem nas gravações estão em prisão preventiva. Um quarto agente também está preso suspeito de envolvimento no esquema de cobranças de propina dentro da maior penitenciária de Goiás.
“O preso, ele tem que ser recolhido na penitenciaria para cumprir pena, e esses agentes estão fazendo exatamente o contrário, fazendo como se fosse um serviço particular de escoltar para o preso ir até a residência. O que é um absurdo”, afirma Ramiro Carpenedo, promotor.
A Superintendência Executiva de Administração Penitenciária de Goiás declarou que três dos agentes presos não são mais servidores. E que combate comportamentos ilícitos de funcionários.
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