Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

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domingo, 28 de novembro de 2021

Funai é condenada por montar ‘campo de concentração’ indígena

 Decisão condenou ainda a União e o Estado de MG por violações dos direitos humanos durante a ditadura

Um índio foi mostrado no pau-de-arara em Belo
Horizonte, durante solenidade de formatura da primeira
turma do 'reformatório' em 5/2/1970 -
Foto: Jesco von Puttkamer. Fonte: Jornalistas Livres

A reportagem é de Aloisio Morais, publicada por Jornalistas Livres, 16-09-2021.

A juíza Anna Cristina Rocha Gonçalves, da 14ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária de Minas Gerais, condenou a União, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o estado de Minas Gerais pela prática de graves violações dos direitos humanos de povos indígenas ocorrida durante a ditadura militar. A decisão diz respeito à instalação do “reformatório Krenak”, uma espécie de campo de concentração de índios dessa e de outras etnias, à criação da Guarda Rural Indígena (Grin) e à transferência de índios Krenak da região da cidade de Resplendor, no Vale do Rio Doce, em MG, para a fazenda Guarani, no município de Carmésia, MG, a cerca de 300 quilômetros.

A descoberta da escola especializada a ensinar técnicas de torturas a indígenas foi feita pelo jornalista livre Marcelo Zelic, caso apurado pela Comissão Nacional da Verdade que acabou originando a ação na Justiça.

União deverá reunir e sistematizar toda a documentação relativa “às graves violações dos direitos humanos dos povos indígenas e que digam respeito à instalação do reformatório Krenak, à transferência forçada para a fazenda Guarani e ao funcionamento da Grin. As informações deverão ser publicadas na internet. Além disso, União, Funai e estado de Minas deverão promover uma cerimônia pública para reconhecer as graves violações de direitos dos povos indígenas, seguida de pedido público de desculpas ao povo Krenak.

Funai também foi condenada a concluir um processo administrativo referente à identificação e delimitação da Terra Indígena Krenak de Sete Salões, em Conselheiro Pena, no médio Rio Doce. Após a conclusão, deverá também estabelecer ações de reparação ambiental das terras degradas pertencentes aos Krenak.

 

Reformatório

 

reformatório Krenak era um centro de detenção e de custódia indígena criado em 1969 e que abrigou, até 1972, centenas de indígenas considerados rebeldes levados de vários estados do Brasil pela Grin. Os Krenak, que viviam no local, passaram também à condição de detidos, aumentando ainda mais o contingente. Os índios chegavam ao reformatório Krenak sem uma “pena” previamente definida a cumprir. Assim, o tempo de permanência dependeria de uma análise da autoridade responsável pelo estabelecimento.

Na verdade, a Grin era uma espécie de milícia armada criada pela Funai e integrada por índios de etnias variadas, que faziam “ações de policiamento” e mantinham a “ordem interna”, coibindo o uso de bebidas alcoólicas e evitando que os índios abandonassem suas áreas para praticar assaltos e pilhagens na povoações e propriedade rurais próximas.

“Se um militar queria uma índia, ela tinha que dormir com ele e o marido ficava preso. E isso aconteceu muitas vezes. O próprio capitão Pinheiro vinha de vez em quando na aldeia Krenak e praticava estes atos de violência sexual contra as mulheres”, contou Douglas Krenak. “Não tinha juiz, não tinha advogado, não tinha Justiça, não tinha nada. O capitão Pinheiro era quem decidia quem ia para a cadeia e quanto tempo ficava”, disse a indígena Maria Júlia, em depoimento.

Em 1972, parte dos indígenas foram transferidos do reformatório para a fazenda Guarani, no município de Carmésia, a mais de 300 quilômetros de distância, na região do Vale do Aço de Minas. O exílio forçado teve como objetivo liberar terras para posseiros. Há relatos de que diversos índios, contrários à transferência, foram amarrados e enviados à força.

A sentença foi proferida pela Justiça Federal após denúncia apresentada em 2019 pelo Ministério Público Federal (MPF) em Governador Valadares. O órgão pediu a condenação do capitão reformado Manoel dos Santos Pinheiro com a perda de patente e aposentadoria, e dos entes federais e estaduais pelos crimes de genocídio contra a etnia Krenak. Segundo a denúncia, o policial é responsável por diversas violações aos direitos humanos praticadas contra os Krenak, com o objetivo de destruição do grupo étnico, no contexto da criação da Guarda Rural Indígena (Grin), da instalação de um presídio chamado de “Reformatório Krenak” e do deslocamento forçado para a fazenda Guarani, no município de Carmésia, que também funcionou como centro de detenção arbitrária de indígenas.

“Nesses três episódios, ocorridos durante o regime militar, o Estado brasileiro praticou graves violações a direitos humanos contra os Krenak, povo indígena que ocupava terras situadas à margem esquerda do Rio Doce, no município de Resplendor, região leste de Minas Gerais. As violações levaram ao adoecimento psíquico de integrantes da etnia a partir de um processo de traumatização psicossocial coletiva. Também foram violados direitos culturais, reprodutivos e territoriais, dificultando nascimentos no seio do grupo e criando sérios obstáculos à reprodução física, social e cultural do grupo indígena”, detalha o MPF.

 

Tortura

 

Um detalhe destacado pelo órgão foi que, durante a solenidade de formatura da 1ª turma da Guarda Rural Indígena (Grin), realizada em Belo Horizonte, estavam presentes o então governador de Minas, Israel Pinheiro, o seu secretário estadual de Educação, José Maria Alkmin, que foi vice-presidente da República entre 1964 e 1967, e de outras altas autoridades federais. “Durante o desfile, foi exibido um índio dependurado em um pau-de-arara. A cena, que foi filmada, é a única registrada no Brasil que mostra, em um evento público, um ato de tortura”, lembra a denúncia.

Para o Reformatório Krenak foram enviados indígenas de mais de 15 etnias, oriundos de ao menos 11 estados das cinco regiões do país. No comando do Reformatório Krenak, o capitão Pinheiro administrou suas instalações e a ocupação militar das terras Krenak, sendo também o responsável pela remoção compulsória, em 1972, dos indígenas para a fazenda Guarani, a partir de uma permuta realizada com a PMMG, que era a proprietária da fazenda.

Lá, em Carmésia, os indígenas eram aprisionados por diversos motivos, como embriaguez, manutenção de relações sexuais e saída não autorizada da terra indígena, além de serem submetidos a trabalhos forçados, tortura e maus tratos. Havia ainda no local uma espécie de solitária, que eles chamavam de “cubículo”, onde eram mantidos dia e noite com água pingando sobre eles, como forma de punição.

Para os procuradores da República Lilian Miranda Machado e Edmundo Antônio Dias, autores da denúncia, a intervenção militar conduzida pelo acusado sobre o território dos Krenak causou a destruição sistemática do modo de vida do grupo indígena, ocasionando a desagregação social e cultural desse povo. “Percebe-se, portanto, que atuação incisiva do oficial reformado, diretamente ou por meio dos guardas da Grin e dos militares, todos a seu comando, deu-se com o objetivo nítido de controlar o comportamento dos índios Krenak, limitando seu direito de reprodução, de ir e vir e de cultuar suas tradições, na ânsia de destruir esse grupo étnico indígena, cuja extinção não ocorreu devido à enorme capacidade de resistência demonstrada pelos indígenas”, destacaram na denúncia os procuradores.

 

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Policial civil do DF investigada por stalking esfaqueia ex-namorado e fura pneus de carro

 

Rafaella Motta chegou a ser presa preventivamente em agosto, mas foi liberada. Na madrugada deste domingo (28/11), ela foi até a casa do ex, furou os pneus e desferiu golpes de canivete nas costas dele. Na delegacia, assinou um termo circunstanciado e foi novamente liberada

Darciane Diogo
postado em 28/11/2021 10:37 / atualizado em 28/11/2021 10:40
Na delegacia, Rafaella assinou um termo circunstanciado de ocorrência (TCO) e foi novamente liberada. -  (crédito: Arquivo Pessoal)
Na delegacia, Rafaella assinou um termo circunstanciado de ocorrência (TCO) e foi novamente liberada. - (crédito: Arquivo Pessoal)

Mesmo depois de ser liberada da Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF) em pouco menos de seis meses após ser presa por perseguir o ex-namorado, a policial civil do DF Rafaella Motta voltou a cometer crimes e esfaqueou o ex com canivete, na madrugada deste domingo (28/11). Em agosto, a servidora teve a prisão preventiva decretada pela Justiça e ficou na Colmeia, mas foi solta pouco tempo depois.

A policial teve a arma recolhida pela Corregedoria da PCDF, mas costumava andar com spray de pimenta e canivete. No sábado (27/11), por volta das 23h, Rafaella marcou para sair com o namorado e estacionou o carro a três ruas de distância da casa do ex, no SOF Norte.

O ex notou um movimento estranho nas redondezas de casa e chegou a registrar boletim de ocorrência. Em depoimento, o homem contou que Rafaella invadiu a residência e furou os dois pneus do carro dele. A vítima teria ido atrás dela, quando foi atingido com dois golpes de canivete nas costas e uma mordida no peito. Apesar dos ferimentos, o caso não é tratado como tentativa de homicídio, mas como lesão corporal. A vítima passa bem.

Na delegacia, Rafaella assinou um termo circunstanciado de ocorrência (TCO) e foi novamente liberada. Em defesa, ela alegou que passou ocasionalmente pela rua do ex, quando ele tentou correr atrás dela. Disse, ainda, que tentou fugir e, “assustada pegou o canivete na bolsa”, afirmando que o ex pulou sobre ela para imobilizá-la e acabou se lesionando. Questionada sobre ter furado os pneus do carro, a mulher afirmou que não tem envolvimento com o dano e acredita que o próprio ex fez isso para incriminá-la.

Ocorrências

Rafaella foi presa em 3 de agosto após invadir a Corregedoria da PCDF, no Departamento de Polícia Especializada (DPE), para tentar impedir o depoimento do ex-namorado, o mesmo lesionado com canivete. Três dias depois, ela teve a prisão preventiva decretada pela Justiça por falsidade ideológica e coação.

Ela chegou a ir para a PFDF, mas foi solta logo depois. Em 2018, a policial ameaçou um homem com quem namorava, segundo denúncia apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). A vítima relatou que conheceu a agente por meio de um aplicativo de relacionamento. Após desentendimentos entre o casal, o companheiro quis romper a relação, mas ela não aceitava o término e ligava insistentemente para ele.

Em 10 de março daquele ano, a agente esteve no endereço dele, onde ficou por várias horas e só saiu depois de a vítima aparecer e dizer que os dois poderiam se encontrar no dia seguinte. "Nos encontros seguintes e (após) contatos telefônicos, o ofendido insistiu em terminar o relacionamento com a imputada, mas ela não concordou, passou a procurá-lo e a ligar insistentemente para ele, inclusive em seu local de trabalho (Banco do Brasil), gerando-lhe desgastes e transtornos", diz um dos trechos do documento.
Em uma das ocasiões, a policial o ameaçou e disse que ele "estava mexendo com fogo, que faria vexame no trabalho dele para fazê-lo perder o emprego e, ainda, a fim de amedrontá-lo, insinuou que também faria mal aos familiares dele, dizendo que, se contasse alguma coisa, seria pior, que tudo voltaria em dobro para ele e sua família".

Ela foi condenada pela Justiça nesse processo e recebeu pena de restrição de direitos, podendo responder em liberdade. A reportagem tentou contato com a agente, mas não teve retorno até a última atualização deste texto. O espaço permanece disponível para manifestação.

PM acusado de abuso sexual tem prisão preventiva decretada

Por

 Lígia Ligabue

 -
Presidio Militar Romão Gomes

O Policial Militar de Vargem Grande do Sul que desde o dia 15 de junho está detido no Presídio Militar Romão Gomes teve sua prisão preventiva decretada pela Justiça na quinta-feira, dia 9. O inquérito da Polícia Civil foi concluído esta semana e já foi relatado. Nele, foi apurado crime de estupro de vulnerável, além de crime previsto no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), relacionado às captações de imagens (fotos e vídeos) de cenas de nudez e seminudez de uma criança e duas adolescentes.
A Gazeta de Vargem Grande e demais veículos de comunicação da região acompanham o caso. O acusado se trata de um subtenente da Polícia Militar de Vargem. A Gazeta também verificou junto a Secretaria de Segurança Pública, que foi aberto um processo administrativo para apurar a conduta do policial.

Inquérito
“Após relatar o inquérito policial o remeti ao meretíssimo Juiz de Direito e ao digníssimo Promotor de Justiça da 2ª Vara desta comarca. O indiciado estava preso temporariamente pelo prazo de 30 dias, e diante da grande quantidade de provas obtidas durante a investigação, representei pela decretação da sua prisão preventiva, tendo a mesma sido deferida na data de hoje, 9 de julho”, informou o delegado Antônio Carlos Pereira Júnior.
De acordo com o delegado, durante a apuração dos fatos foi encontrada farta quantidade de provas, imagens (vídeos e fotos) armazenadas em um aplicativo instalado no aparelho celular do indiciado. “O acesso foi realizado mediante autorização judicial, através da qual também acessamos os vídeos constantes de duas câmeras dissimuladas, utilizadas pelo indiciado para captar imagens de suas vítimas”.
O processo corre em segredo de Justiça e a Polícia Civil não citou nomes ou outros dados que pudessem possibilitar a identificação de qualquer uma das partes envolvidas.
Leia matéria completa na edição deste sábado da Gazeta de Vargem Grande

https://www.gazetavg.com.br/2020/07/10/pm-acusado-de-abuso-sexual-tem-prisao-preventiva-decretada/

Policial militar acusado de estupro em Eldorado dos Carajás tem prisão preventiva decretada



Photo of Redação 02 Redação 02 Send an email22 de julho de 2020


Eldorado dos Carajás – O cabo Antar Nazareno Duarte da Rosa, de 32 anos, da Polícia Militar, acusado de estupro contra uma adolescente de 16 anos em Eldorado do Carajás, região sudeste do Pará, teve a prisão preventiva decretada na terça-feira, 21, pela Justiça Militar.

O policial foi preso em flagrante no último domingo, 19, depois que a família da vítima acionou a Polícia Civil. Como o suposto crime ocorreu enquanto o cabo estava em serviço, o caso foi transferido da Justiça Comum para a Militar. 

A decisão de converter em preventiva a prisão em flagrante, foi expedida nesta terça-feira, 21, pelo juiz Lucas do Carmo de Jesus, titular da Vara Única da Justiça Militar do Estado do Pará. O cabo Antar responde também pelo crime de prevaricação.

Estupro – A vítima teria relatado em depoimento que na madrugada do último domingo, 19, teria saído de uma pizzaria acompanhada pelo namorado, após ter jantado com um casal de amigos.

No meio do trajeto para casa, os dois foram abordados por policias e se recusaram a parar a motocicleta que estavam. Os policias então os seguiram e o namorado parou. Ele foi detido e os dois teriam sido obrigados a entrar na viatura. 

Ao chegar na delegacia, o namorado da vítima ficou preso e ele foi impedida de sair da viatura por um outro policial que estava acompanhando Antar na ação. O cabo Antar então teria consolado a vítima que chorava e disse que iriam deixá-la em casa e que o namorado seria liberado durante a manhã.

No endereço da adolescente, o policial teria descido da viatura e entrado com ela, após pedir aos outros policias para que o buscassem depois. Segundo a vítima, nesse intervalo ele a estuprou. Ainda segundo depoimento dela, o cabo a teria beijado e acariciado dentro da viatura na presença dos outros colegas.

Um dos policias ouvidos negou alguns trechos da denúncia, mas confirmou que o cabo Antar havia descido da viatura com a adolescente, e permaneceu com ela durante 15 minutos. 

Segundo testemunhas de defesa da adolescente, logo após os policias terem ido embora, a adolescente ligou para amigos e familiares pedindo ajuda e contando o que teria acontecido.

Nota – O Comando-Geral da Polícia Militar do Estado do Pará se posicionou por meio de nota à imprensa local, e confirmou que o servidor foi preso em flagrante sob a acusação de praticar os crimes de prevaricação e violência sexual, acrescentando que o flagrante foi presidido pelo comandante do 23º Batalhão PM, ao qual o cabo está subordinado.

Fonte: portal Correio de Carajás

https://parawebnews.com/policial-militar-acusado-de-estupro-em-eldorado-dos-carajas-tem-prisao-preventiva-decretada/

RJ: Sargento da PM acusado de estupro tem prisão decretada pela Justiça


O sargento Leonardo Lourenço da Silva teve a prisão preventiva decretada pela Justiça. O policial militar é acusado de estupro por uma produtora cultural, de 31 anos, em Copacabana, no Rio de Janeiro. Segundo a denúncia, o PM teria entrado no apartamento da vítima e tentado tirar a roupa dela à força. As informações são do jornal Extra.

Conforme o Ministério Público do Rio, a produtora cultural afirmou que o policial foi até a casa dela no último dia 24 com a desculpa de que estaria colhendo informações sobre uma ocorrência de uma briga entre vizinhos registrada dias antes.

De acordo com a denúncia, o sargento “dominou a vítima, valendo-se de sua maior força física, chamando-a de ‘X9’, e tocando o corpo da vítima em várias partes, apalpando seus seios e introduzindo os dedos em sua vagina”. Segundo as investigações, o PM fugiu às pressas do apartamento da mulher quando recebeu uma ligação de um oficial supervisor.

A denúncia assinada pelo promotor Paulo Roberto Mello Cunha Jr foi aceita pela juíza Ana Paula Pena Barros, da Auditoria Militar do Tribunal de Justiça.

https://istoe.com.br/rj-sargento-da-pm-acusado-de-estupro-tem-prisao-decretada-pela-justica/

Policiais militares são presos acusados de tortura e estupro de jovem em Ananindeua

 

A vítima diz que teve a cabeça enrolada com plástico enquanto era estuprada


22 SET 2021 - 10H53ATUALIZADO 22 SET 2021 - 17H39



Três policiais da Polícia Militar do Pará, foram presos na tarde desta terça-feira, 21, após serem acusados de estuprar e torturar uma jovem, de 18 anos, dentro de sua própria casa em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém.

O caso ocorreu no dia 13 de julho deste ano. A vítima procurou a Polícia Civil no mesmo dia para denunciar o caso e foi encaminhada para o Centro de Perícias Científicas Renato Chaves para fazer exame de corpo de delito. 

O laudo médico apontou que há prova da materialidade do crime e indícios suficientes de estupro. O exame mostrou que houve fissura no ânus da vítima e também foi encontrado vestígios de esperma de um dos policiais. 

Para tentar identificar os policiais envolvidos no caso, a divisão de inteligência da Corregedoria da PM rastreou a viatura que estava próximo da casa da vítima no dia informado. Após a localização, a Corregedoria conseguiu identificar o nome dos policias que estavam trabalhando na viatura. 

As fotos dos policiais foram mostradas para a vítima, que reconheceu imediatamente os três acusados de entrar na residência. A jovem também apontou o tenente como sendo o PM que cometeu o crime de estupro. 

Segundo a vítima de apenas 18 anos, os outros dois policiais enrolaram sua cabeça com plástico. A tortura teria como objetivo fazer com que a jovem, que quase desmaiou, confessasse que seu companheiro era traficante. 

A autoridade encarregada do caso requereu a busca e apreensão dos aparelhos celulares utilizados pelos policias e o afastamento de sigilo de dados telefônicos para obter outros elementos de prova necessários às investigações. 

Os três policias tiveram sua prisão preventiva decretada nesta terça e o processo corre em segredo de justiça. A vítima atualmente encontra-se no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas (Provita), após receber ameaças de morte por ter denunciado o caso.

PMs são afastados ao festejarem soltura de colegas suspeitos de estupro ...

PMs são 

Luciana Cavalcante

Colaboração para o UOL, em Belém

24/11/2021 14h12Atualizada em 25/11/2021 08h35

Quatro oficiais militares que exerciam funções de comando na Rotam (Ronda Tática Metropolitana) em Belém foram afastados e designados para outras funções por terem comemorado o relaxamento da prisão de outros quatro PMs suspeitos de estupro e tortura de uma jovem. Um vídeo com imagens da comemoração no pátio do quartel, filmado na sexta-feira (19), viralizou nas redes sociais.

Quatro PMs suspeitos de estupro e tortura de uma jovem

A decisão foi publicada no boletim geral da PM, uma espécie de Diário Oficial da corporação, na segunda-feira (21), três dias após a soltura dos PMs, que estavam presos desde setembro. Nas imagens, o grupo da Rotam aparece dançando e cantando palavras ameaçadoras.

Grupo da Rotam aparece dançando e cantando palavras ameaçadoras.

"O processo sobre o caso de estupro e tortura corre em segredo de justiça e o mérito ainda não foi julgado, se eles são culpados ou não, e os policiais resolveram fazer essa festa em frente ao quartel", afirmou o promotor de justiça militar Armando Brasil.

Ainda segundo o promotor, os oficiais tiveram apoio logístico com a utilização de viaturas da corporação para o transporte dos policiais.

rotam - Reprodução de vídeo - Reprodução de vídeo
Comemoração filmada em quartel fez com que os policiais fossem exonerados e trocados de função
Imagem: Reprodução de vídeo



Quando tomou conhecimento do fato, a promotoria de justiça militar instaurou um procedimento investigatório criminal para apurar se houve apologia ao crime e incitação à indisciplina, crimes que estão previstos no código penal militar.

"Ao entoar os cânticos eles estão dizendo palavras que exaltam a prática de crimes como lesão corporal e abuso de autoridade. A Polícia Militar foi concebida para combater crimes, não o contrário", afirma.

O promotor explica que os servidores foram exonerados somente das funções de comando, não do cargo público, o que só pode ocorrer somente ao final da investigação, caso sejam comprovadas as acusações. O prazo da investigação é de 90 dias.

UOL entrou em contato com a assessoria de imprensa da Polícia Militar para comentar a decisão, mas não obteve resposta. Esse espaço está aberto e será atualizado caso haja retorno.

https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2021/11/24/pms-sao-afastados-ao-festejarem-soltura-de-colegas-suspeitos-de-estupro.htm

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Sargento é preso após movimentar R$ 8 milhões com quadrilha de agiotas

 Líderes da organização criminosa, o sargento Ronie Perter e seu irmão eram especializados no empréstimo de dinheiro a juros exorbitantes

atualizado 16/11/2021 9:56

Operação
Reprodução

Um esquema milionário de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro capitaneado por um sargento da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e seu irmão foi desmantelado em operação deflagrada nas primeiras horas desta terça-feira (16/11) pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Equipes da Divisão de Roubos e Furtos (DRF) cumprem 15 mandados de busca e sete de prisão em Vicente Pires, Taguatinga e São Paulo.

A Operação S.O.S Malibu tem como principal alvo o sargento da PMDF Ronie Peter Fernandes da Silva e seu irmão, o empresário Tiago Fernandes da Silva (foto em destaque). Ambos foram presos e são apontados nas investigações da Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri) como líderes de uma organização criminosa especializada no empréstimo de dinheiro a juros exorbitantes, caracterizando agiotagem ou usura.

A operação foi batizada em menção ao nome da concessionária de veículos dos irmãos.

Quem não pagava as prestações em dia se tornava alvo de violentas ameaças, segundo a PCDF. Durante as cobranças, além de coagir as vítimas, o grupo tomava veículos e exigia a transferência de imóveis dos endividados. A apuração ainda demonstrou que os valores da agiotagem eram ocultados por meio da compra de veículos de luxo registrados em nome de terceiros, além da utilização de empresas de fachada.

Com salário de R$ 8 mil, o sargento vivia em mansões.

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Confira imagens da operação:

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Lavagem de dinheiro

De acordo com as investigações da DRF, nos últimos dois anos, a organização criminosa comprou oito veículos da marca Porsche, de valor unitário próximo a R$ 1 milhão, e, nos últimos seis meses, movimentou mais de R$ 8 milhões distribuídos em sete contas bancárias.

Três veículos Porsche e uma BMW X4 foram apreendidos durante a operação. Os carros estão avaliados em R$ 3 milhões. A Justiça também autorizou o bloqueio de sete contas bancárias, de pessoas físicas e jurídicas, e sequestro dos R$ 8 milhões faturados com o esquema.

A engrenagem criminosa era altamente lucrativa e demandava saques em espécie de quantias milionárias. Em ação controlada comunicada à Justiça, equipes de policiais da DRF acompanharam dois saques ocorridos em agências bancárias do DF – de R$ 800 mil e de R$ 530 mil.

Organização estruturada

As apurações conduzidas pela PCDF mostraram como funcionava a estrutura da organização criminosa. O esquema era hierarquizado e havia divisão de tarefas. Na cadeia de comando havia os irmãos Ronie e Tiago, que emprestavam os valores e cobravam os endividados, mediante grave ameaça. O sargento da PMDF ainda era responsável pela aquisição dos veículos de alto luxo.

Também foram presos na operação cinco operadores financeiros do grupo, responsáveis pela dissimulação, isto é, pela sequência de transações e saques em contas de empresas de fachada, que visavam conferir aparência lícita aos valores faturados com a agiotagem. Três deles também eram responsáveis pela ocultação do dinheiro, pois cediam os nomes para o registro dos veículos de alto luxo, cujo verdadeiro dono era o sargento Ronie.

Os mandados de prisão, busca domiciliar e apreensão e sequestro foram expedidos pelo juiz da Vara Criminal de Águas Claras. A operação contou com o apoio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil de São Paulo.