CAMPINAS
Eles foram acusados por um suposto esquema de cobrança de propina, com sequestro e tortura
A Justiça começou a ouvir na tarde desta sexta-feira (6) as primeiras testemunhas do processo que levou à prisão policiais do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), em julho de 2013. Eles foram acusados por um suposto esquema de cobrança de propina, com sequestro e tortura, de traficantes de Campinas, para permitir a venda de drogas. São 23 policiais, informantes e traficantes enquadrados em crimes como formação de quadrilha, extorsão mediante sequestro, roubo, falsidade ideológica, tortura e associação ao tráfico.
Entre os traficantes está o sequestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho - preso desde 2002 no presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes. Ele chegou escoltado por forte esquema de segurança no fórum de Campinas. Andinho, no entanto, não deve ser ouvido nesta sexta pelo juiz da 6ª Vara Criminal de Campinas, José Guilherme Di Rienzo Marrey. Duas testemunhas que aceitaram colaborar com as investigações e entraram para o programa de proteção são as primeiras pessoas a serem interrogados. Ao todo, serão 24 testemunhas de acusação e 15 de defesa.
Esquema
A denúncia do Ministério Público, aceita pela Justiça, apontou que entre janeiro e maio do ano passado um grupo de policiais do Denarc e pessoas que se passavam por policiais teriam extorquido roubado, torturado, ameaçado de morte e sequestrado traficantes e familiares, em Campinas, para receber R$ 300 mil.
Eles foram flagrados em escutas telefônicas que eram feitas nos telefones dos traficantes, entre eles, Andinho. Numa das conversas, o sequestrador de dentro do presídio de segurança máxima fala com um suposto comparsa e diz já ter pago R$ 2 milhões em propina aos policiais.
Em outra conversa, os policiais sequestram um traficante para extorquir dele e do grupo dinheiro para que fosse libertado. Há relatos de operações forjadas, tiros, roubo e perseguição contra traficantes de Campinas cometidos pelos agentes
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