10/01/2011 - 14h18
Em SP vão a júri popular
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CAROLINA LEAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O 1º Tribunal do Júri de São Paulo pronunciou (decidiu mandar a júri popular) quatro policiais militares acusados de matar um motoboy em Cidade Ademar (zona sul de São Paulo), em 8 de maio de 2010. A decisão saiu na sexta-feira (7), e ainda cabe recurso.
Alexandre Menezes dos Santos morreu após uma abordagem policial. A mãe dele alega ter visto seu filho ser espancado e posteriormente asfixiado pelos policiais.
Carlos Magno dos Santos Diniz, Ricardo José Manso Monteiro, Márcio Barra da Rocha e Alex Sandro Soares Machado vão responder por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e com recurso que dificultou a defesa da vítima) e fraude processual. Segundo denúncia da Promotoria, os policiais modificaram a cena do crime ao plantar uma arma de fogo no local para simular que o motoboy estava armado.
A juíza, no entanto, liberou os policiais da acusação de racismo.
A asfixia é apontada como a causa da morte de Alexandre, segundo laudos médicos.
Na denúncia (acusação formal), os promotores argumentam que os policiais militares "no mínimo assumiram o risco de matar a vítima com o desferimento de incontáveis golpes com os pés, mãos e o que mais houvesse, segurando-a, posteriormente, pelo pescoço, em um golpe conhecido como gravata, com os pés e braços seguros por policiais militares, impedindo-a de resistir e retirando-lhe o apoio suficiente dos pés no chão, facilitando a asfixia".
Em setembro, a defesa entrou com um pedido de habeas corpus para que os policiais respondessem ao processo em liberdade. O pedido foi negado, e os réus continuam presos.
Até as 14h desta segunda-feira, a Folha não tinha conseguido falar com os advogados de defesa dos policiais.
CASO
Segundo a Polícia Militar, os policiais avistaram, durante patrulhamento na região da Vila Marari, uma motocicleta transitando sem placa e na contramão. Santos não teria obedecido ao pedido de parada. Ele foi parado na rua Guiomar Branco da Silva --em frente a sua casa-- e abordado pelos PMs, que aplicaram uma gravata para imobilizá-lo.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, como o motoboy se livrou da imobilização, os policiais aplicaram o golpe novamente. Santos teria, então, perdido os sentidos. Os PMs o teriam levado para o hospital, mas Santos acabou morrendo.
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