Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

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segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Vídeo: militar mostra larva de inseto em refeição servida na FAB

 Vídeo: militares da Força Aérea Brasileira afirmam que larvas são comuns na base de Natal; FAB diz que investigou o caso

Reprodução

vídeo militar FAB lava

Militares da Força Aérea Brasileira (FAB) relatam que as refeições servidas na Base Aérea de Natal, no Rio Grande do Norte, são corriqueiramente acompanhadas de larvas de insetos. Esses integrantes das Forças Armadas reclamam que faltaria cuidado na higienização dos alimentos destinados aos praças e mostraram a situação em vídeo.

O asseio, dizem, seria diferente no refeitório reservado aos oficiais de alta patente.

FAB se posiciona

Em resposta à coluna, a FAB informou que fez uma investigação interna e descartou a contaminação de alimentos. Eis a íntegra da nota:

“Durante inspeção, foi descartada a contaminação de alimentos servidos na Base Aérea de Natal (BANT). A FAB também esclarece que deu início à investigação interna na Organização Militar, não tendo sido encontrada nenhuma irregularidade passível de comprometer a segurança alimentar do efetivo.” A vistoria foi realizada na última quinta-feira (15/8).

“A Instituição ressalta que todos os procedimentos de manipulação, armazenamento e preparo de alimentos dentro da BANT são realizados por profissionais treinados. Estes seguem protocolos estabelecidos, conforme manual de boas práticas e determinações da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), de modo a garantir a segurança alimentar de toda a guarnição”, concluiu a FAB.

https://www.metropoles.com/colunas/paulo-cappelli/video-militar-mostra-larva-de-inseto-em-refeicao-servida-na-fab

Derrite amplia punição e demite policial civil com 30 processos

 Policial civil demitido por Derrite foi preso no Rio de Janeiro e responde a dezenas de processos no Tribunal de Justiça de São Paulo

Divulgação/ Fernando Nascimento/ Governo de São Paulo

Derrite

Secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite decidiu ampliar a punição imposta ao escrivão Andrey Alan Ferraz de Albuquerque, que figura como réu ou indiciado em 30 processos por peculato na Justiça. Derrite determinou a demissão de Albuquerque a bem do serviço público, aplicada quando a conduta irregular do servidor é considerada mais grave do que uma infração disciplinar.

O ex-escrivão está preso preventivamente no Presídio José Frederico Marques, em Benfica, no Rio de Janeiro, para onde se mudou após abandonar o cargo na Polícia Civil de São Paulo. Ele tem outro mandado de prisão em aberto no processo mais recente em trâmite em São Paulo, em novembro do ano passado.

3 imagens
Tribunal de Justiça de SP tem 30 processos por peculato em trâmite contra ex-escrivão demitido por Derrite
Derrite determinou demissão a bem do serviço público de agente acusado de peculato

O crime de peculato é configurado quando um agente público obtêm vantagem indevida ou se apropria de dinheiro, imóveis ou qualquer bem público ou particular em razão do cargo ocupado, em seu benefício ou de outros. Albuquerque já havia sido expulso da Polícia Civil em 2020, depois de responder a procedimentos administrativos disciplinares abertos em decorrência de sua conduta.

Em um desses processos disciplinares, aberto em 2018, o policial foi acusado de se apropriar de R$ 145 apreendidos com um homem detido em uma ocorrência de tráfico de drogas.

“Ao invés de recolher a importância em conta bancária oficial à época dos fatos e, não obstante as cobranças judiciais nesse sentido, deixou de realizar o depósito, apoderando-se, desta feita, indevidamente do dinheiro, do qual tinha a posse em razão do cargo, já que somente em 08-07-2020, é que acabou por depositar a quantia de R$ 155,72 corrigida monetariamente”, diz o processo.

“Consta ainda que o caso sobredito não se trata de fato isolado, pois Andrey Alan Ferraz de Albuquerque já foi punido em outros procedimentos com acusações das mesmas espécies às aqui versadas, o que revela, em tese, ineficiência intencional e reiterada no serviço, além de conduta irregular de natureza grave”, observa o documento.

Denúncias

Em outro caso, ocorrido em março de 2019, Albuquerque recebeu R$ 998 para depósito judicial referente ao pagamento de fiança de um acusado por tentativa de furto qualificado. Ironicamente, o valor da fiança acabou sendo furtado por Albuquerque, que deixou de recolher o dinheiro à conta bancária específica.

Nesse caso, o policial foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) em outubro de 2022. A denúncia foi recebida pela 10ª Vara Criminal da capital em dezembro daquele ano. Outros processos administrativos abertos contra Albuquerque apontam que o policial se apropriou de R$ 5 mil em outro caso de pagamento de fiança, de R$ 440 e de R$ 409 também encontrados com suspeitos de tráfico de drogas.

Entre os processos por peculato contra o ex-escrivão na Justiça paulista, 5 deles foram abertos em 2020, 12 em 2021, 6 em 2022 e 7 em 2023. O mais recente deles, com data de novembro do ano passado, foi recebido pela 9ª Vara Criminal em fevereiro deste ano. O julgamento está marcado para novembro.

https://www.metropoles.com/colunas/paulo-cappelli/derrite-amplia-punicao-e-demite-policial-civil-com-30-processos

Ouça: oficial “esconde” PM negra com trança afro durante inspeção

 Soldado da PM foi obrigada a ficar em alojamento de batalhão durante cerca de 1h30, enquanto outros policiais faziam churrasco

Fachada da sede do 32º Batalhão Metropolitano

São Paulo — Investigação preliminar da Polícia Militar de São Paulo apura um suposto episódio de racismo no 32º Batalhão Metropolitano da corporação, em Suzano, na região metropolitana. Uma soldado negra de 31 anos diz ter sofrido “constrangimento ilegal” ao ser obrigada por um tenente a ficar no alojamento da unidade durante uma inspeção externa no batalhão, enquanto os demais policiais faziam um churrasco de confraternização, no último dia 16 de julho.

Segundo o próprio tenente, Jandson Lemos Pereira, o motivo da ordem para que a soldado permanecesse no alojamento foi o penteado que ela usava. Na ocasião, Karolina Andres Penteado Brandão estava com tranças afro, o que é permitido pelo Comando Geral da PM, de acordo com resolução publicada em 6 de junho.

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“Eu faço, eu mando. Se for legal, você obedece. Se for ilegal, você vai verificar se é uma ordem incorreta e obedece mesmo assim. E eu vou arcar com a ilegalidade do meu ato. Se eu falar assim: ‘Planta de bananeira’, você vai plantar de bananeira e depois vai questionar meu ato pelos meios legais. Não é falar ‘não vou fazer’”, afirma o tenente Jandson.

Na gravação, é possível ouvir Karolina dizendo que foi desrespeitada e que foi “escondida” no alojamento por mais de 1h30, sendo impedida de almoçar e tomar seus medicamentos. “O senhor não me tratou com respeito. […] Eu atentei e cumpri a ordem de ir para o alojamento quando o senhor resolveu me esconder no alojamento”, diz ela.

Ouça:

Segundo informações que constam na apuração preliminar, a gravação foi feita pela própria soldado durante uma conversa com o tenente, que durou cerca de 30 minutos. Karolina teria cedido o áudio a seus superiores, e o material também foi usado em uma investigação contra ela própria. A soldado não foi localizada pela reportagem.

Em termo acusatório, Jandson Lemos Pereira afirma que Karolina cometeu “transgressão de natureza grave” ao “debater com o oficial, não deixando que ele terminasse suas alegações, recusando-se a ouvi-lo e o interrompendo diversas vezes”.

“Preconceito estrutural”

Na representação que fez contra seu superior, em 19 de julho, a soldado Karolina diz que, no início do expediente daquele dia, às 8h, passou por revista, como de praxe, e nenhum apontamento foi feito em relação ao seu penteado.

Tempo depois, às 9h30, o próprio tenente Jandson teria chamado a soldado para questioná-la a respeito do cabelo e, na sequência, a autorizado a voltar para suas funções.

Por volta das 10h10, o tenente teria voltado, alertando sobre a chegada dos oficiais da banca de qualidade, que fariam a inspeção no batalhão, e pedido que ela fosse para o alojamento.

Na representação, Karolina diz acreditar que o “preconceito estrutural” tenha sido o motivo por trás da ordem para que ela ficasse no alojamento “escondida”.

“É tão clara esta motivação, com todo o respeito, que em dado momento da conversa o sr. Oficial diz que se determinasse que eu PLANTASSE BANANEIRA — o que remete ao preconceito estrutural que permeia parte da sociedade brasileira — eu deveria obedecer”, afirma Karolina na representação.

“Fui vítima de grave constrangimento ilegal, nos termos do artigo 222 do Código Penal Militar, pois fui obrigada a tolerar algo que a lei não manda, por meio de ordem expressa de um superior hierárquico, o que obviamente reduz minha capacidade de resistir, mesmo porque a ordem se deu sem qualquer explicação”, acrescenta a soldado.

Outro lado

Ao Metrópoles, Jandson Lemos Pereira disse que só poderia se manifestar por meio do setor de comunicação social da PM. Questionada no último dia 16, a Secretaria da Segurança Pública se manifestou nesta quinta-feira (22/8), após a publicação da reportagem.

A pasta se limitou a dizer que a Polícia Militar instaurou uma investigação para apurar os fatos. “Confirmada a irregularidade, as medidas cabíveis serão adotadas. A PM é uma instituição legalista e não compactua com excessos ou desvios de conduta”, diz a SPP em nota.

A reportagem também procurou a soldado Karolina Andres Penteado Brandão, mas não conseguiu contato.

https://www.metropoles.com/sao-paulo/ouca-oficial-esconde-pm-negra-com-tranca-afro-durante-inspecao