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domingo, 23 de abril de 2023

Policial denuncia condições precárias de trabalho no batalhão que atende o Centro do Rio

 PM mostra acessórios amontoados e banheiros malcuidados. Outra queixa é a falta de folgas.

Por Nathália Castro e Vivianne Tufani, Bom Dia Rio

 17/07/2018 07h49  Atualizado há 4 anos

Dezenas de capas de coletes novas da PM são encontradas empilhadas a céu aberto
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Dezenas de capas de coletes novas da PM são encontradas empilhadas a céu aberto


Um policial militar do 5º Batalhão 

 

Um policial militar do 5º Batalhão (Praça da Harmonia) denuncia condições precárias na unidade, responsável pelo patrulhamento da região central do Município do Rio. Capas de coletes à prova de balas amontoadas e falta de asseio nas instalações são alguns exemplos. O militar ainda relata que a escala de folgas não está sendo respeitada.

 

O PM mostrou capas de coletes novas largadas em um local sem cobertura. “Vai chegar o verão, o policial vai ficar suando. Eles não lavam a capa, e o policial corre sério risco de pegar uma doença de pele”, explica.

 

Capas de colete amontoadas no 5º Batalhão — Foto: Reprodução/TV Globo

 

Fernando Veloso, comentarista de segurança do RJ1, explica que as capas sozinhas não protegem de disparos, mas são importantes para a identificação do policial – e devem ser higienizadas.

 

“Capas e coletes não podem ser colocados numa pilha e outro policial vir, horas depois, pegar e utilizar”, diz Veloso.

 

‘Bico compulsório’

O policial diz que as folgas não são cumpridas, porque os PMs precisam reforçar o patrulhamento na Rocinha.

 

“Nós temos que trabalhar no RAS [Regime Adicional de Serviço] compulsório. Nós somos obrigados a trabalhar. Nós temos que apoiar a Rocinha”

 

Veloso explica que, a cada turno trabalhado, o policial precisa descansar 12 horas – e isso também é válido para o RAS. “Diferentemente de um trabalhador normal, o PM tem que continuar atento ao voltar para casa por causa do risco. Vamos lembrar que dois terços dos policiais que morrem no Rio não estavam em serviço”, destaca.

 

Insalubridade

O PM também denuncia que as instalações do 5º BPM são precárias. “O policial que trabalha no RAS às 22h não tem direito a uma cama, porque não tem para todo mundo, nem a uma roupa de cama, porque o batalhão não tem”, explica. “Ou então nós temos que dormir nos nossos carros, entregues à própria sorte.”

 


Imundície no banheiro do 5º BPM — Foto: Reprodução/TV Globo

 

Em entrevista ao Bom Dia Rio desta terça-feira (17), o porta-voz da PM, major Ivan Blaz, reconheceu que os agentes enfrentam problemas.

 

“É um grande desafio lidar com as demandas emergenciais da segurança pública no Rio de Janeiro e também na logística. Não é de hoje que muitas unidades carecem de reforma. O Batalhão da Praça da Harmonia é um batalhão centenário, assim como outras unidades que são centenárias, como as de Rocha Miranda e do Méier”, afirmou o major.

 

Ele destacou, no entanto, que muitas unidades devem passar por reformas a partir do mês de agosto.

 

Sobre as denúncias de que os PMs não estão tendo folgas, Blaz afirmou que não se pode “vilanizar” o Regime Adicional de Serviço (RAS).

  

“Se nós colocamos seis mil policiais em todo o Estado do Rio de Janeiro, 1,2 mil nós colocamos através do RAS. Cerca de 20% do efetivo da PM em todo o RJ, a gente concentra com hora extra na Região Metropolitana”, destacou Blaz.

 

POLÍCIA MILITAR

 

RIO DE JANEIRO

 

https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/policial-denuncia-condicoes-precarias-de-trabalho-no-batalhao-que-atende-o-centro-do-rio.ghtml

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