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domingo, 26 de abril de 2015

Delegado diz não ter dúvidas de que policial matou namorada no ES

06/02/2015 10h22 - Atualizado em 06/02/2015 18h20

Amigo disse para a polícia que Itamar contou onde estava o corpo da jovem.

Advogado de Itamar Rocha Lourenço disse que ele só vai falar em juízo.

Do G1 ES, com informações da TV GazetaCEBOOK
O chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) do Espírito Santo, José Lopes, disse, na manhã desta sexta-feira (6), que não tem dúvidas de que o policial militar Itamar Rocha Lourenço foi o responsável pela morte da namorada Ana Clara Cabral. O delegado disse que ele não confessou o crime, mas foi contraditório em vários momentos. Um amigo do militar disse à polícia que Itamar contou, por telefone, onde estava o corpo da namorada. O advogado do militar disse que seu cliente só vai falar em juízo.
Delegado diz não ter dúvidas que Itamar Rocha Lourenço foi o autor da morte de Ana Clara no espírito Santo (Foto: Reprodução/TV Gazeta)Itamar Rocha Lourenço 
(Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Itamar está  preso no Quartel do Comando Geral (QCG) em Maruípe. Ele foi  foi autuado por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e por não ter dado chances de defesa à vítima. O caso será transferido para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM).
A jovem estava desaparecida desde a noite desta quarta-feira (4). Ana Clara Cabral tinha sido vista pela última vez ao sair de uma reunião de família em companhia do namorado, em Alto Laje, Cariacica. Antes da informação da morte da filha, o pai da jovem, Elson Cabral Filho, disse que foi procurado pelo irmão do policial na manhã desta quinta-feira. Ele disse que Ana Clara havia sido levada por criminosos durante um assalto sofrido pelo casal, em Cariacica, na Grande Vitória. 
Delegado José Lopez (Foto: Gabriela Ribeti / TV Gazeta)Delegado José Lopes
(Foto: Gabriela Ribeti / TV Gazeta)
Investigações
O delegado José Lopes explicou que Itamar foi contraditório no início das investigações. A princípio, o crime seria conduzido pela Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos.
A Polícia Civil disse que um boletim de ocorrência online informava que o casal tinha sofrido um sequestro.
A ocorrência dizia que o casal estava saindo de um motel, em Cariacica, quando foi abordado por bandidos. Informou ainda que Itamar conseguiu escapar, mas os criminosos fugiram com o carro e Ana Clara. O carro do soldado foi encontrado em Nova Rosa da Penha com marca de tiro, manchas de sangue e fios de cabelo loiro.
Na manhã desta sexta-feira, José Lopes disse que após pedir exames dele de pólvora nas mãos e de DNA nas unhas, Itamar ficou muito nervoso e não colaborou mais com declarações. Ainda de acordo com o delegado, no decorrer da tarde, um amigo do militar, que trabalha no Grupo de Operação Táticas (GOT), disse à polícia que recebeu uma ligação de Itamar dizendo que ele tinha feito uma besteira e contou onde estava o corpo da jovem.
Os policiais foram ao local indicado e encontraram o corpo de Ana Clara. A arma utilizada no crime não foi localizada e Itamar não mostrou à polícia a camisa que usava na quarta-feira (4).
Morte
O corpo de Ana Clara foi encontrado em embaixo de uma ribanceira, em um matagal que fica às margens da BR-101, na rodovia do Contorno. Ela usava a mesma roupa que vestia em uma foto, postada em uma rede social na noite de quarta-feira (4). Segundo a perícia da Polícia Civil,  foram encontrados cinco marcas de tiros. Dois na cabeça e três nas costas da jovem.
O carro do soldado foi encontrado em Nova Rosa da Penha, bairro próximo ao local onde o corpo foi localizado. No veículo havia marca de tiro, manchas de sangue e fios de cabelo loiro. O carro foi levado para a Delegacia de Furtos e Roubo de Veículos, em Vitória.
Pouco tempo depois da localização do corpo de Ana Clara, o policial militar Itamar Rocha Lourenço, de 24 anos, chegou à DHPP, em Vitória. Na delegacia, ele prestou depoimento por mais de duas horas.
Na saída da delegacia, o soldado saiu abaixado no banco de trás de um carro. O advogado de Itamar, David Metzker, preferiu não comentar detalhes da investigação. “Ele só vai falar em juízo”, afirmou Metzker.
Ana Clara e Itamar namoravam há quase dois anos espírito santo (Foto: Reprodução/Instagram)Ana Clara e Itamar namoravam há quase dois
anos (Foto: Reprodução/Instagram)
Relacionamento
Ana Clara e Itamar namoravam há quase dois anos. Em depoimento à polícia, o pai de Ana Clara contou que a filha e o namorado tinham um relacionamento conturbado. Ele relatou que já chegou a presenciar discussões e brigas entre os dois, pelo telefone, e que o soldado era bastante ciumento. De acordo com Elson Cabral Filho, era comum que a filha dormisse fora de casa e que, por isso, não se preocupou, até descobrir sobre o desaparecimento da jovem.
Segundo a família de Ana Clara Cabral, a jovem era muito conhecida nas redes sociais. Por conta disso Itamar era muito ciumento e os dois sempre brigavam. Por causa das crises de ciúmes do namorado, a jovem chegou a desativar um perfil que tinha em uma rede social.
"Ana Clara é muito bonita e, inclusive, dava entrevista sobre tendências e modas. Porém, ela desativou a rede social para evitar brigas com Itamar por conta de ciúmes", contou o pai.
Carro clonado
O soldado Itamar Rocha Lourenço Junior já foi preso em 18 de março de 2011, por estar dirigindo um Honda Fit com placas clonadas em Jardim Camburi, Vitória. Na época, o militar trabalhava no Batalhão de Trânsito da Polícia Militar e estava apenas três anos na corporação. O veículo era roubado, segundo a polícia, e foi comprado pelo PM por R$ 13 mil. O soldado chegou a ficar preso por receptação.
Em fevereiro daquele ano, policiais civis receberam uma denúncia anônima de suspeita de que o veículo havia sido clonado no Rio de Janeiro. O soldado passou a ser monitorado e foi preso minutos depois de sair com a mãe do apartamento onde morava, em Jardim Camburi, na Capital. Em depoimento na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), o soldado disse ter comprado o carro sem desconfiar que fosse roubado e clonado.
* Com colaboração de Gabriela Ribetti, da TV Gazeta.
No veículo havia marca de tiro, manchas de sangue e fios de cabelo loiro, espírito santo (Foto: Vitor Jubini/A Gazeta)No carro onde estava o casal havia marca de tiro, manchas de sangue e fios de cabelo loiro
(Foto: Vitor Jubini/A Gazeta)
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