Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

publicado em 07/12/2010 às 19h50: atualizado em: 07/12/2010 às 20h00

Ex de Mércia está foragido, diz promotor;
defesa diz que Mizael não vai se entregar

MP diz que júri popular pode demorar mais de dois anos, caso defesa recorra
Do R7
Grizar Júnior/AEGrizar Júnior/AE
O delegado do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), Antônio de Olim, deixa casa de Mizael Bispo
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O promotor Rodrigo Merli Antunes afirmou nesta terça-feira (7) que Mizael Bispo, acusado de matar Mércia Nakashima, já é considerado foragido da Justiça. O juiz Leandro Bittencourt Cano decretou a prisão preventiva do ex-PM e do vigia Evandro Bezerra da Silva. Por sua vez, a defesa de Mizael diz que ele não vai se entregar à polícia. Agentes procuraram Mizael na tarde desta terça-feira em sua casa e em seu escritório em Guarulhos, na Grande São Paulo. Até as 20h, ele não havia sido encontrado. Questionado se Mizael pretende se entregar, o advogado Samir Haddad Júnior negou.
- É um direito que lhe assiste e eu não sou carcereiro.

Até o horário, Evandro Bezerra da Silva também não havia sido achado pela polícia, mas não era considerado foragido. Isso porque, segundo o promotor, os policiais estão com dificuldade para localizar o número do endereço da casa do vigia.

A Justiça também decidiu nesta terça-feira que o ex-namorado da advogada assassinada e o vigia de posto de gasolina de Guarulhos, na Grande São Paulo, serão submetidos a júri popular. Os réus podem recorrer da decisão.
Samir Haddad Júnior informou que vai recorrer da prisão e do júri popular na semana que vem, quando volta de férias o desembargador que já foi favorável a Mizael.
De acordo com o promotor Rodrigo Merli Antunes, caso os réus recorram, o júri pode demorar mais de dois anos para acontecer.

-  A data vai depender se eles vão recorrer. Se eles não recorrerem, o júri deve acontece em meados de 2011. Se recorrerem, aí não temos como falar. Pode chegar a demorar mais de dois anos.

Mizael é "perigoso"

Segundo o parecer do juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano, o novo decreto de prisão preventiva “tem a missão importante de restabelecer a ordem pública” e “devolver a confiança nas instituições e na sociedade organizada”.

A liberdade dos réus, para Cano, acarreta risco à população. As personalidades de Mizael Bispo e Evandro da Silva foram descritas pelo juiz como “perigosa”, pois os reús não têm “freios morais” e demonstram “desprezo pela coletividade”.

Além disso, diz o magistrado em seu parecer, “está devidamente provado que Mizael possui outros envolvimentos criminais, como “crimes de lesão corporal e ameaça contra sua ex-esposa e sogra”.

- Ora, se há tempos vem se envolvendo com episódios dessa natureza, em especial contra mulheres, afigura-nos óbvia a sua periculosidade[...]. É difícil acreditar que elas [ex-mulher e sogra] tenham procurado uma delegacia, única e exclusivamente, por sentimento de vingança.

Cano ainda justifica a decretação da prisão preventiva com o argumento de que Mizael Bispo e Evandro da Silva teriam tentado fraudar provas para esconder a autoria do crime. O juiz cita a "limpeza do sapato" do ex-PM utilizado no dia do desaparecimento de Mércia e a “produção artificial de defeitos no rastreador do automóvel” do ex-namorado da advogada.

O crime

Mércia desapareceu no dia 23 de maio deste ano depois de visitar a avó em Guarulhos. Seu corpo foi encontrado no dia 11 de junho na represa de Nazaré Paulista. Um dia antes, o carro da advogada foi achado no mesmo local.

A audiência para ouvir as testemunhas do caso ocorreu entre os dias 18 e 21 de outubro, em Guarulhos. Além das 21 pessoas
listadas pela promotoria e pelos advogados dos acusados, o juiz interrogou os dois réus.

Os desembargadores da 12ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiram no dia 24 de novembro que o julgamento do caso Mércia Nakashima seria realizado em Guarulhos. A defesa havia entrado com recurso para que o júri ocorresse em Nazaré Paulista, a 64 km de São Paulo.




Mizael já pode ser considerado foragido', diz Ministério Público

Ex de Mércia teve a prisão pedida por constranger testemunhas.
Para promotor, 'acusados representam perigo à ordem pública'.

 

Kleber Tomaz Do G1 SP
Mizael na chegada ao escritório no começo desta tardeMizael foi procurado pela polícia nesta tarde no
escritório e em casa (Foto: Juliana Cardilli/G1)
O promotor Rodrigo Merli Antunes afirmou nesta terça-feira (7) que Mizael Bispo de Souza já pode ser considerado foragido da Justiça e da polícia. "O advogado dele falou que seu cliente não vai se apresentar. Então ele é foragido", afirmou o promotor por telefone ao G1.
A Justiça de Guarulhos decretou a prisão do ex-namorado de Mércia Nakashima e do vigia Evandro Bezerra Silva. A Polícia Civil ainda não encontrou os acusados para cumprir o mandado de prisão. O juiz também decidiu mandar os dois a júri popular pelo assassinato da advogada.
“Pedi a prisão de Mizael porque ele constrange as testemunhas, forja provas e foge quando tem a prisão decretada. Evandro forjou álibi. Ele fugiu quando era procurado. Ele se dedica a atividades irregulares, exerce segurança armada irregular", afirmou o promotor. "Mizael tentou forjar provas do rastreador, quando tentou trocá-lo. Evandro tem envolvimento criminal, se dedica a atividade irregular de segurança armada. Testemunhas foram constrangidas e perseguidas. Além disso, tem a mudança de depoimento da ex-mulher de Mizael", completou.
Em seu pedido de prisão preventiva, do dia 26 de novembro, enviado à Justiça, o promotor alega que “os acusados representam perigo à ordem pública, já que possuem outros envolvimentos policiais e se dedicam a atividades ilegais (segurança particular armada sem autorização), demonstrando ambos uma predisposição à prática de ilícitos”.
Ao G1, Samir Haddad Júnior, defensor de Mizael, afirmou na tarde desta terça-feira que seu cliente não irá se entregar à polícia. “Ele não vai se apresentar. Vai que acontece algo com ele na prisão”, disse. O advogado de Evandro Silva não foi localizado às as 18h30 desta terça.
Pronunciados
A Justiça de Guarulhos, na Grande São Paulo, decidiu na tarde desta terça-feira levar Mizael Bispo de Souza e Evandro Bezerra Silva a júri popular sob a acusação de assassinarem Mércia Nakashima, de 28 anos, em maio deste ano. Além de terem de sentar no banco dos réus para serem julgados pelo crime por sete jurados escolhidos entre pessoas da sociedade, o ex-namorado da vítima e o vigia também tiveram a prisão preventiva decretada pelo juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano, da 1ª Vara do Júri.
A sentença do magistrado foi divulgada nesta terça pela assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de SP. Cabe recurso.  Os réus negam o crime.
Policiais civis foram, assim que decretada a prisão, até a casa e ao escritório de Mizael em Guarulhos, mas não tinham conseguido localizá-lo até as 17h30.
Para o juiz Leandro Bittencourt Cano, há “indícios suficientes de autoria”, que são “evidenciados pelas provas oral e documental”, para que se decidisse pelo pronunciamento de Mizael Bispo e Evandro Silva. O magistrado relacionou, em sua decisão, ao menos 12 indícios da participação deles no crime.
Entre os mais indícios mais contundentes, o juiz cita que “Mizael foi visto entrando no veículo de Mércia momento antes do momento fatídico”, segundo uma testemunha;
que os encontros entre Mizael e Evandro “passaram a ser rotineiros nas proximidades do dia do crime”;
as “três confissões de Evandro com delação do comparsa, sendo uma delas filmada” e as outras colhidas na presença de um advogado;
o resultado da reconstituição que se baseou em depoimento de testemunha sigilosa esclareceu a dinâmica do crime;
“por meio dos cruzamento de dados telefônicos foram constatadas diversas ligações entre Mizael e Evandro no dia do delito”;
e a presença de “fragmentos de uma alga compatível com as represas de Nazaré Paulista”, onde o corpo de Mércia foi encontrada, “no sapato de Mizael”, bem como "partículas ósseas" e "substância hematóide".
Sobre a decretação da prisão preventiva, o juiz  afirmou que esta "está satisfatoriamente fundamentada na garantia da ordem pública. Em sua explicação, o magistrado afirma que "a liberdade dos réus acarreta em risco de lesão à ordem pública". "Isto porque, segundo o que consta, a periculosidade daqueles resta evidenciada", concluiu.
Mizael tem 40 anos, é advogado, policial militar reformado, ex-namorado e ex-sócio de Mércia. Ele é apontado como o mentor do crime. Foi acusado de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. Segundo o Ministério Público, ele matou a advogada por ciúmes, já que não aceitava o fim do relacionamento.

Evandro, 39 anos, trabalhava como vigilante em feiras livres para Mizael, e teria ajudado o advogado a cometer o assassinato. Ele responde por homicídio duplamente qualificado (emprego de meio insidioso ou cruel e mediante recurso que tornou impossível a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. De acordo com o promotor Rodrigo Merli Antunes, o vigia foi denunciado como partícipe porque sabia das intenções homicidas de Mizael e aceitou colaborar com a prática do crime.
Desaparecimento
Mércia desapareceu da casa dos avós em Guarulhos, em 23 de maio, quando saiu de carro. Após a denúncia feita por um pescador, o veículo e o corpo dela foram encontrados por bombeiros em uma represa de Nazaré Paulista, no interior de São Paulo, nos dias 10 e 11 de junho, respectivamente.
Não é a primeira vez que Mizael e Evandro têm a prisão decretada pela Justiça. O mesmo juiz chegou a determinar a preventiva deles em 3 de agosto. O advogado chegou a fugir e depois conseguiu a liberdade por conta de um habeas corpus do TJ-SP. O vigia chegou a ser preso em 9 de julho, quando afirmou que Mizael matou Mércia por ciúmes e falou que o ajudou a fugir da represa. Dias depois, revelou numa carta ao G1 que foi torturado por policiais para confessar um crime que não cometeu. Os desembargadores revogaram a prisão de Evandro em 9 de agosto.

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