Delegado da PF em Uberlândia disse que investigações podem atingir os funcionários de concessionárias que administram rodovias na região
É o que afirma o delegado da Polícia Federal em Uberlândia, Carlos Henrique Cotta Dângelo.
De acordo com o delegado, as investigações começaram no fim de 2016, após denúncia da corregedoria da Polícia Rodoviária Federal. "Foram aproximadamente sete meses de investigação depois que a corregedoria da PRF em Belo Horizonte nos procurou dizendo que eram muitas as informações dando conta de que estariam ocorrendo problemas nas rodovias de acesso a Uberlândia. Trabalhamos juntos, investigamos e entregamos o inquérito ao judiciário".
Os policiais, segundo o delegado, agiam individualmente há mais de 10 anos. Ele descarta a possibilidade de associação criminosa. "Eles estavam agindo em todas as oportunidades de obtenção de lucro, temos relatos de testemunhas que denunciavam esses atos há mais de 10 anos que foram confirmados agora com as investigações. Trabalhavam sozinhos e praticavam os atos sempre que vislumbravam uma chance de ganhar rendas ilícitas. Para se ter uma ideia, um policial sozinho foi flagrado por mais de 20 vezes negociando às margens das rodovias,"contou.
O grupo de policiais que atuava nas BRs 153, 050 e 365, que dão acesso aos municípios de Uberlândia, Monte Alegre e Araguari, escolhiam os pátios de recolhimento para onde os veículos apreendidos eram levados. "Eles tinham um esquema com proprietários de pátios para que os veículos de grande porte, que rendem mais dinheiro na apreensão, fossem levados para esses locais," afirmou o delegado.
Ainda segundo o delegado, outro crime cometido pelos PRFs com empresários da região era o recebimento de propina para liberar veículos que trafegavam com carga acima do permitido nas rodovias ou de maneira ilegal. "Nós flagramos vários veículos de transporte de máquinas agrícolas e de empresas de logística trafegando em locais proibidos nas estradas. Os empresários pagavam as propinas aos policiais para que eles permitissem a circulação dos veículos. Temos indícios de recebimento de verba ilícita também com caminhoneiros e ônibus irregulares, além de motoristas que estavam com habilitação suspensa e pagaram propina para serem liberados."
O Delegado Carlos Henrique Cotta Dângelo afirmou que as investigações vão seguir e podem atingir também funcionários de concessionárias. O chefe da corporação em Uberlândia considera a hipótese de que a operação prenda outros policiais e empresários.
Os 33 mandados de busca e apreensão expedidos já foram cumpridos e o material deve ser detalhado após abertura dos malotes. Os nomes dos presos não foram revelados.
Os 33 mandados de busca e apreensão expedidos já foram cumpridos e o material deve ser detalhado após abertura dos malotes. Os nomes dos presos não foram revelados.
A Polícia Rodoviária Federal informou que "ressalta o intenso trabalho feito pela nossa área correicional, seja preventivo ou repressivo, buscando conscientizar os servidores de que não há espaço para desvios de conduta em nossa Instituição."
A operação
Intitulada de 'Domiciano", a operação resultou na prisão de quatro empresários e 15 policiais rodoviários federais, e investiga a prática de corrupção nas rodovias federais que dão acesso a Uberlândia, Araguari e Monte Alegre.
As investigações constataram que os agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) cobravam propina de motoristas com veículos em condições irregulares para liberar a passagem por blitzes sem a aplicação de multas ou sanções administrativas. Outros quatro empresários também foram presos suspeitos de receberem benefícios financeiros e no atendimento a ocorrências e acidentes.
Os presos foram encaminhados por cerca de 200 agentes da corporação e da PRF à Delegacia da Polícia Federal em Uberlândia e serão indiciados, segundo a corporação, pelos crimes de corrupção passiva e associação criminosa, podendo cumprir pena de até 15 anos de prisão.
As investigações constataram que os agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) cobravam propina de motoristas com veículos em condições irregulares para liberar a passagem por blitzes sem a aplicação de multas ou sanções administrativas. Outros quatro empresários também foram presos suspeitos de receberem benefícios financeiros e no atendimento a ocorrências e acidentes.
Os presos foram encaminhados por cerca de 200 agentes da corporação e da PRF à Delegacia da Polícia Federal em Uberlândia e serão indiciados, segundo a corporação, pelos crimes de corrupção passiva e associação criminosa, podendo cumprir pena de até 15 anos de prisão.
*Sob supervisão do editor Benny Cohen
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