Tenente acusado de matar colegas de farda não discutiu com as vítimas, diz sobrevivente
Segundo depoimento de um dos sobreviventes do tiroteio, o borracheiro Robson Almeida, que já recebeu alta hospitalar, o tenente Joselito Pessoa “surtou” e começou a atirar
O delegado Paulo Martins, titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), revelou que não houve discussão ou qualquer tipo de desentendimento entre o tenente Joselito Pessoa Anselmo e os colegas de farda assassinados por ele a tiros na madrugada de ontem, em Manaus. A informação do delegado é baseada no depoimento do borracheiro Robson Almeida Rodrigues, de 25 anos.
De acordo com o titular da DEHS, o borracheiro foi firme em afirmar que o oficial da Polícia Militar surtou e começou a atirar nos próprios colegas de farda, o sargento Edizandro Santos Louzada, 30, e o cabo Grasiano Monte Negreiros, 36, que morreram após os disparos. O policial ainda atirou no major Ludernilson Lima de Paula e em Robson, que sobreviveram.
“O Robson foi ouvido e o que ele contou é que não teve discussão nenhuma, que o tenente apenas surtou e atirou”, ressaltou. Segundo o delegado, Robson também afirmou que todos foram a uma casa de forró na avenida do Turismo, bairro Tarumã, Zona Oeste da cidade, mas que não ficaram nem dez minutos no local por conta do estabelecimento não autorizar a entrada de armamento.
“Eles não ficaram nem dez minutos porque não podia entrar armado, todos estavam (menos Robson), e então foram procurar outro local e foi quando o tenente surtou e atirou”, explicou. O oficial teve a prisão preventiva decretada na tarde de ontem, sábado (5), e já se encontra preso no Batalhão do Choque da PM situado na rodovia BR 174.
Segundo o delegado Martins, durante a semana será investigado se o tenente Joselito Pessoa possuía problemas psicológicos ou depressão, ou se ele tinha desavença com algum dos colegas que estava com ele dentro do mesmo veículo, uma viatura descaracterizada da Polícia Militar que estava sendo usada fora do serviço. O veículo estava sob cautela do major Ludernislon de Paula e nele foram encontradas bebidas alcoólicas.
Entenda o caso
O sargento Edizandro e o cabo Grasiano foram assassinados a tiros na madrugada de sábado (5) na rua Monte Horebe, bairro Colônia Santo Antônio, Zona Norte da capital. Os tiros foram disparados pelo tenente Joselito Pessoa Anselmo, chefe dos policiais mortos e comandante da 18ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom).
Segundo a polícia, o tenente, as duas vítimas fatais e os dois feridos estavam todos dentro do mesmo veículo, uma viatura descaracterizada da PM, retornando de uma festa, por volta das 2h. O automóvel estava sendo conduzido pelo cabo Grasiano e todos seriam levados para casa quando o tenente começou a atirar
Preso em flagrante
Joselito foi preso em flagrante, passou por exame de corpo de delito e exame de resíduos de pólvora nas mãos. Ele prestou depoimento na DEHS e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.