Atualizado às 18h45.
O comandante-geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel Mário Sérgio Duarte (à dir.), admitiu neste domingo que a PM investiga denúncias de um esquema de corrupção de policiais na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) dos morros da Coroa, Fallet e Fogueteiro, no Centro do Rio. Duarte afirmou que vai afastar o comandante da UPP, Elton Costa, e o subcomandante, Rafael Medeiros Mais Fabio Rossi/Agência O Globo
A Polícia Militar do Rio confirmou neste domingo (11) que policiais de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no centro do Rio são investigados sob a suspeita de receberem propinas de traficantes de drogas.
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A informação de que o comandante e o subcomandante da unidade tinham sido afastados não foi confirmada em nota oficial divulgada pela PM.
A UPP dos morros da Coroa, Fallet e Fogueteiro, em Santa Teresa, foi instalada em fevereiro deste ano, com 206 PMs, e vinha tendo problemas desde junho. Na semana passada, um sargento e dois soldados da unidade foram presos com R$ 13 mil cuja origem não conseguiram explicar.
Hoje, o jornal carioca "O Dia" publicou que as prisões são parte de uma investigação maior, com 30 PMs da UPP suspeitos de receberem caixinha mensal do tráfico. Três soldados atacados por traficantes com uma granada há três meses, na Coroa, teriam se recusado a participar do esquema. Um deles teve a perna amputada.
O comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, e o chefe do Comando de Polícia Pacificadora, coronel Robson Rodrigues, confirmaram a investigação, sem dar detalhes.
Eles anunciaram que policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e do Batalhão de Choque ficarão "por tempo indeterminado" nos três morros de Santa Teresa, com cerca de 15 mil moradores.
O Bope o Choque foram enviados para "reforçar o policiamento" no local depois de um tiroteio entre PMs da UPP e traficantes, no início da noite de sábado. O confronto teria começado quando os policiais abordaram um grupo de dez pessoas, no Fallet. Um PM foi ferido no pescoço.
A investigação de corrupção na UPP de Santa Teresa, feita pela corregedoria interna do Comando de Polícia Pacificadora, é a maior do tipo a se tornar pública desde o início do programa de policiamento comunitário, em dezembro de 2008.
Especialistas ouvidos recentemente pela Folha já apontavam o problema e sugeriram medidas para evitar que ele se dissemine, entre elas rodízio de policiais nas UPPs e a realização de concursos específicos para UPP. Hoje, o curso básico de formação dos recrutas que vão para essas unidades é igual à de todos os PMs e só dura seis meses.
Os policiais de UPP ganham salário igual aos dos demais PMs, com piso de R$ 1,625,25. Recebem, além disso, uma gratificação mensal de R$ 500 para os soldados e R$ 1.500 para os comandantes, paga pela Prefeitura do Rio.
TRAFICANTES
A ação dos traficantes nas 17 favelas do Rio que têm UPPs também se tornou mais agressiva desde o início deste ano.
Na tarde de ontem, houve uma troca de tiros entre policiais e traficantes do morro da Providência, no centro. Na semana passada, um grupo de pessoas que saía de um baile funk cercou um dos postos da UPP da Cidade de Deus (zona oeste) e arremessou várias pedras. Um policial se feriu.
Nos últimos meses, houve ainda um capitão que se feriu em troca de tiros na Providência e dois PMs feridos na UPP do Borel, na Tijuca (zona norte).
De acordo com um policial lotado em uma dessas unidades que sofreu ataque e pediu para não ser identicado, o problema acontece por falta de efetivo para as rondas. Segundo o policial, há períodos em que ficam somente seis policiais no posto da UPP.
Em pelo menos duas UPPs visitadas recentemente pela Folha, Cantagalo (zona sul) e São Carlos (centro), os comandantes das UPPs estavam pedindo mais efetivos.
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