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sábado, 27 de março de 2010

RJ: polícia mata inocente em outra ação desastrosa



RJ: polícia mata inocente em outra ação desastrosa

Jovem seqüestrado por um bandido foi morto a tiros por PMs dentro de seu carro


15/07/08 - 20h16 - Atualizado em 16/07/08 - 16h11
Um administrador de empresas morreu ao ser baleado durante uma perseguição policial no Rio. Ele era refém de um bandido. A ação provocou nova discussão sobre o despreparo de PMs nove dias depois da morte do menino João Roberto, de 3 anos, também baleado por policiais.

São oito buracos de bala na lataria do carro. Luiz Carlos da Costa, que trabalhava no parque gráfico do jornal "o globo" falava ao celular com a mulher quando foi surpreendido por um assaltante na segunda à noite.

Dois PMs perceberam a ação e iniciaram uma perseguição que terminou em tiroteio e tragédia. Luiz Carlos levou três tiros e morreu. O assaltante foi ferido.

Nas Imagens feitas por uma equipe do SBT, é possível ver o que acontece depois dos disparos. Um dos PMs retira o bandido ferido. Uma imagem mostra uma arma jogada no asfalto.

Outro PM puxa Luis Carlos do banco do carona pelas pernas e o joga no chão, perto da arma. Luis Carlos ainda se mexe e respira com dificuldade.

Um dos PMs recolhe a arma e a põe em cima do carro. Em seguida, o bandido e o administrador são levados para uma ambulância e um PM retira o carro da rua, antes da chegada da perícia.

O caso ficou registrado como roubo seguido de morte e tentativa de homicídio contra os policiais. Segundo o delegado, os PMs afirmaram não saber que havia um refém.

O ex-oficial do Bope, Batalhão de Operações Especiais da PM, Rodrigo Pimentel, diz que toda a ação foi errada. “Cometeram um crime, eles desfizeram o local de crime. Era para o policial isolar o local, acionar a autoridade policial, que deveria comparecer ao local, normalmente não comparece, acionar a perícia para que essas autoridades acionassem a viatura do Corpo de Bombeiros, que iria remover o corpo”.

E antes de dar um tiro, todos os policiais militares são obrigados a observar uma norma de instrução conhecida como NI10. De acordo com essa norma, o disparo só é autorizado em situações bem definidas. É preciso haver legalidade, oportunidade e preparo técnico.

Para Pimentel, como os PMs não sabiam quem estava no carro, faltou a oportunidade. “Ainda que exista a legalidade, ainda que o marginal atire contra a viatura da polícia, o policial deve usar o rádio, solicitar um cerco tático. O tiro deve ser totalmente descartado”.

O secretário de Segurança do Rio discorda. “Qual a polícia do mundo que recebe tiros e não reage? E não peçam para a polícia não reagir, porque a sociedade não quer que a polícia leve tiro e a sociedade não quer levar tiro. Agora, a retirada desses indivíduos do veículo realmente não foi a correta, não se pode tratar um ser humano daquela forma, muito embora sendo ainda para socorrê-los como a PM tem feito normalmente”.

O corpo de Luiz Carlos foi enterrado no fim da tarde. Entre a tristeza e a dor da família, uma pergunta. “Quanto mais nós vamos ter que chorar?”, questionou Marise Francisca da Silva, irmã da vítima.

http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL647854-10406,00-RJ+POLICIA+MATA+INOCENTE+EM+OUTRA+ACAO+DESASTROSA.html

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