Essa e a verdadeira cara da nossa Segurança Publica

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domingo, 23 de abril de 2017

Vídeos mostram agressões que teriam sido cometidas após protesto na zona sul de SP

 Protestos ocorreram após Guilherme Silva Guedes, 15 anos, ter sido encontrado morto após ser raptado; sete ônibus foram queimados



SÃO PAULO

Policiais militares aparecem agredindo moradores supostamente da Vila Clara (zona sul de SP), em vídeos feitos por testemunhas e divulgados em redes sociais.

As imagens, que segundo moradores do bairro disseram à reportagem, foram feitas na noite de segunda-feira (15). Elas mostram os PMs sendo violentos em três abordagens a pessoas que estavam nas ruas do bairro durante protesto contra a morte do adolescente Guilherme Silva Guedes, 15 anos, encontrado sem vida após ser levado por dois homens.

Este é o terceiro caso de violência envolvendo policiais militares desde o fim de semana, quando 14 foram afastados suspeitos de agressões durante abordagens.

Vídeo mostra policial agredindo morador da Vila Clara, na noite desta segunda-feira (16), durante protesto contra morte de jovem - Reprodução

Um dos registros mostra um jovem, com o celular na mão direita encostado em um carro. Três policiais da Rocam (Ronda com Motocicletas) se aproximam. Um dos PMs desembarca e, aparentemente sem motivo, dá um soco no rosto do jovem. Em seguida, ele tem o pescoço pressionado pelo policial e cai no chão.

Em outro vídeo, um homem parado em frente a um portão, com as mãos na cabeça e as pernas abertas (posição comum durante as abordagens policiais), é agredido com um chute por um PM da Rocam -- que em seguida dá sinal para que o homem saia do local.

No terceiro registro, um PM agride um rapaz, dando-lhe um soco no rosto. Em seguida, o homem agredido revida e também acerta um soco no policial que teria iniciado a violência. O homem é cercado por três PMs e recebe golpes de cassetete.

O protesto na Vila Clara resultou em ao menos sete ônibus queimados, três depredados e um adolescente apreendido, segundo a polícia. Os bombeiros foram à região para conter as chamas. Ninguém se feriu.

A ocorrência dos ônibus incendiados é investigado pelo 26º DP (Sacomã). Até a publicação desta reportagem, nenhum suspeitos pelos atos de vandalismo havia sido identificado.

Jovem raptado e morto zona sul
Guilherme Silva Guedes, 15 anos, foi encontrado morto na zona sul da capital paulista, segunda-feira (15), após ser abordado por dois suspeitos, ainda não identificados, no dia anterior - Arquivo Pessoal

Desaparecimento de jovem

Em depoimento à polícia, a mãe de Guilherme Silva Guedes afirmou que ele foi raptado por dois suspeitos em um Volkswagen Fox na na rua Álvares Fagundes, quando o adolescente tentava fugir dos criminosos.

Antes disso, Guedes foi abordado pela dupla, armada, quando estava sentado em frente a casa da avó, na rua Rolando Curti, de acordo com imagens captadas por um morador da região.

A Polícia Civil investiga se os dois suspeitos são policiais militares, pois no local da abordagem foi encontrada uma tarjeta, semelhante à usada por PMs, com a inscrição "SD PM Paulo." A motivação para a abordagem ao jovem também é apurada.

Após o desaparecimento, o corpo de Guedes foi localizado e reconhecido por parentes, na tarde desta segunda-feira (15), no IML (Instituto Médico Legal) da zona sul da capital. A causa da morte dele não foi informada até a publicação desta reportagem.

Resposta

A Polícia Militar afirmou já ter instaurado um Inquérito Policial Militar para identificar os policiais que aparecem nos vídeos feitos com celular, além de outros envolvidos nas agressões contra os participantes do protesto. Serão adotadas “medidas cabíveis em relação às respectivas condutas”, diz a nota.

A SSP (Secretaria da Segurança Pública), gestão João Doria (PSDB), afirmou que o DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) investiga a morte do adolescente. A Corregedoria da PM também acompanha o caso.

A origem da tarjeta encontrada no local em que Guedes foi abordado também é investigada. Nenhum policial responsável pela identificação havia sido identificado até a publicação desta reportagem.

comentários

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FULVIO CIVITAREALE

17.jun.2020 às 9h08

Quem já precisou um dia da PM sabe o valor que a PM tem para os cidadãos de SP. A maioria esmagadora dos policiais são honestos e se arriscam todos os dias em seus trabalhos. Acontece que não é difícil encontrar os maus policiais (minoria, mas não difíceis de serem encontrados) que estragam a imagem da PM perante a todos. Acovardasse o governador de SP e os comandantes da PM de SP quem não tomam atitudes firmes perante abusos (se não atuam com seriedade, são conivente).

ALEXANDRE ALMEIDA

16.jun.2020 às 21h28

Até quando vamos ter este racismo na polícia? E temos que voltar a falar na desmilitarização destes mesmos aparelhos do estado.

JOSE VANZO

16.jun.2020 às 21h02

Os palavrões, os gestos obscenos e a permanente apologia à violencia inspiram policiais militares a se comportarem como no tempo da ditadura

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