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sábado, 29 de dezembro de 2012

Operação contra quadrilha de policiais

Prende dez pessoas...

Policiais participam da operação contra uma quadrilha formada por policiais civis lotados na Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas
Policiais participam da operação contra uma quadrilha formada por policiais civis lotados na Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas Foto: Divulgação
Gustavo Goulart,Renata Leite - O Globo

RIO - Dez pessoas, entre elas quatro policiais que trabalharam na Delegacia de Roubos e Furtos de Carga (DRFC), um PM do 15º BPM (Duque de Caxias), um bombeiro, um policial civil aposentado, um ex-PM e um informante, foram presas em uma ação conjunta envolvendo vários órgãos de segurança realizada nesta terça-feira. O grupo praticava crimes de extorsão contra comerciantes e transportadores de cargas supostamente ilícitas. Participaram da operação, denominada "Carga Pesada", o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, a Corregedoria Geral Unificada (CGU), as Corregedorias das polícias Civil, Militar e do Corpo de Bombeiros, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE) e a Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança.
Segundo as investigações, o grupo usava a estrutura do Estado para apreender produtos irregulares de vítimas previamente indicadas por um informante, que agia como um falso policial. Em seguida, a quadrilha negociava a devolução da carga apreendida mediante pagamento de propina. O informante também foi preso nesta terça-feira, em casa, no Riachuelo.
A operação Carga Pesada também visava ao cumprimento de duas medidas cautelares e 44 mandados de busca e apreensão contra a quadrilha. Mas a notificação de uma das medidas cautelares resultou na prisão em flagrante de um informante pelo crime de porte ilegal de arma (uma pistola calibre 635). As medidas cautelares expedidas pela 1ª Vara Criminal de Duque de Caxias proibem os dois informantes de se aproximar das testemunhas da investigação. O registro de porte ilegal de arma foi feito na 6ª DP (Cidade Nova). No pátio da DRFC, na Pvuna, havia um caminhão em que era guardado uma quantidade de mercadoria apreendida em ações ilegais estimada pela polícia em cerca de R$ 140 mil.
Os dez presos e mais três pessoas, apontadas como informantes, foram denunciados por formação de quadrilha, estelionato, receptação, extorsão, peculato e concussão (extorsão praticada por agente público). De acordo com o MP, o esquema criminoso foi descoberto ano passado, depois que comerciantes dos bairros de Jardim Primavera e Campos Elíseos procuraram a corregedoria para denunciar que eram extorquidos semanalmente, desde 2008, e obrigados a pagar uma "taxa de segurança" ao cabo da Polícia Militar Alex Sander Santos de Souza. As vítimas relataram que a falta de alvará de funcionamento dos estabelecimentos era o argumento para que pagassem a propina, com valores entre R$ 50 e R$ 100 semanais. Segundo as investigações da CGU, um policial civil , que era lotado na 60ª DP (Campos Elíseos), era o responsável por arrecadar o dinheiro. Em março de 2011, ele foi transferido para a DRFC e arregimentou outros policiais para o esquema.
Investigações da CGU constataram ainda que o grupo apreendia mercadorias com o intuito de revendê-las e utilizava o cartório da DRFC para dar legalidade ao procedimento. O chefe do cartório da DRFC, Paulo João Reche Monteiro de Barros, foi um dos presos. De acordo com a denúncia, "caso não resultasse o esperado, e sempre que fosse necessário, procurava a quadrilha, fazendo uso da máquina administrativa cartorária, dar um verniz de legalidade às suas atividades, formalizando os atos administrativos de regular diligência, seja lavrando apreensões, seja procedendo a registros de ocorrência".
Um policial, mesmo aposentado, continuava a exercer a atividade policial na delegacia, segundo a denúncia. Numa das ações, em julho, parte do grupo, com um informante portando um fuzil da DRFC, invadiu a casa de um comerciante com box no Camelódromo e apreendeu mercadorias supostamente contrabandeadas. No caminho para a delegacica, cobraram R$ 10 mil, que não foram pagos. Uma ocorrência falsa chegou a ser registrada junto ao cartório da DRFC.
Foram presos os seguintes policiais e ex-policiais: o investigador da Polícia Civil Roberto Carlos Gomes Cavalcanti; o inspetor Alessandro Alves Trindade; o também inspetor Wellington de Oliveira; o oficial de cartório Paulo João Reche Monteiro de Barros; o policial civil aposentado Sérgio dos Santos Machado; o cabo da PM Alex Sander Santos de Souza; o sargento do Corpo de Bombeiros Gilmar Antônio Rodrigues de Oliveira; o ex-soldado da PM Maurício Xaday do Nascimento Costa; além do informante Marino Costa, preso por porte ilegal de arma ao ser notificado de uma medida cautelar.
Ao mesmo tempo, DRFC faz ação contra roubo de veículos e cargas
A DRFC, com apoio das demais especializadas e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), realizou, também nesta terça, a operação Colmeia para prender integrantes de uma quadrilha de roubo de veículos, cargas de caminhões e até residências. Sete pessoas foram presas na ação. Há 22 mandados de prisão contra o grupo, sendo que cinco já haviam sido cumpridos nas últimas semanas, e 19 de busca e apreensão. A operação está sendo realizada em diversos municípios da Baixada Fluminense, como Nova Iguaçu, São João de Meriti e Queimados, além de Vigário Geral e a comunidade Nova Holanda, no Rio. Dois blindados foram usados na ação. Segundo o promotor do Gaeco Jorge Magno Reis Vidal, responsável do MP pela investigação, a operação simultânea da DRFC foi uma coincidência.
De acordo com as investigações, que começaram em agosto deste ano, os suspeitos praticavam os assaltos, muitas vezes, mediante sequestro. A quadrilha efetuava em média oito roubos por semana, movimentando uma quantia ainda não contabilizada pela polícia.
— A quadrilha mantinha motoristas de caminhão em cativeiro até que a carga fosse desviada — contou o delegado da DRFC, Fabio Cardoso.
Segundo o delegado, os integrantes da quadrilha tinham funções específicas. Havia homens especializados, por exemplo, em desligar o dispositivo de rastreamento de carretas e caminhões. Por vezes, o bando usava também um equipamento que bloqueava o dispositivo de rastreamento.
— Chamamos a operação de Colmeia por se tratar de uma grande quadrilha formada por pequenos núcleos, divididos de acordo com o item a ser roubado, como medicamentos, bebidas, alimentos e produtos tecnológicos — disse o delegado.
No Centro de Nova Iguaçu, os agentes prenderam, em casa, o empresário Rogério dos Santos Gonçalves, de 43 anos. Ele é acusado de receptação de produtos roubados e de agir como um atravessador na quadrilha, indicando outros possíveis compradores. Rogério é dono de uma lanchonete na cidade. Já em Vigário Geral, a polícia procurou três homens acusados de roubar carros a mão armada. Na comunidade Nova Holanda, um dono de farmácia é suspeito de receber medicamentos roubados pela quadrilha. Há ainda um mandado de prisão contra o funcionário de uma transportadora que passava informações para a quadrilha.
Segundo o delegado, o chefe do grupo, Renato Raposo da Silva, conhecido como Raposinho, já está preso. A quadrilha agia principalmente na Rodovia Washington Luís, na Via Dutra e na Rodovia Rio-Magé.

Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/operacao-contra-quadrilha-de-policiais-prende-dez-pessoas-7082264.html#ixzz2FoV0sQtD



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