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domingo, 18 de abril de 2021

Carminha Jerominho, filha de condenado por chefiar milícia, não consegue se eleger no Rio

Essa é a segunda vez que ela falha ao tentar voltar ao cargo



Carminha Jerominho, filha de condenado por chefiar milícia, não consegue se eleger no Rio Foto: Facebook / Reprodução

RIO - Carminha Jerominho (PMB), filha de Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, condenado por chefiar a maior milícia do Rio, não conseguiu uma vaga na Câmara dos Vereadores do Rio. Ela obteve pouco mais de 4 mil votos. Essa é a segunda vez que Carminha — que é alvo de investigações da polícia por conexão com a milicia — falha ao tentar voltar ao cargo: em 2012, ela se candidatou e também não conseguiu ser eleita.

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Em 2008, Carminha conseguiu se eleger mesmo estando presa após ser acusada de usar a milícia para coagir eleitores na Zona Oeste. A filha de Jerominho estava dentro da penitenciária federal de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná, quando saiu o resultado da eleição. Um ano depois da prisão e de ser eleita, a herdeira do clã foi cassada por arrecadação irregular de verba, mas voltou ao cargo em 2011 por decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

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Na semana passada, a campanha de Carminha foi alvo de uma operação da Polícia Federal  que mirou comitês de campanhas e empresas ligadas à prática de lavagem de dinheiro conexos a crimes eleitorais na Zona Oeste do Rio. Agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão nas residências de Jerominho e seu irmão, José Guimarães Natalino — ambos soltos desde o ano passado, após de passarem mais de dez anos na cadeia.

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Durante as investigações, foram identificadas movimentações financeiras atípicas na ordem de R$ 1 milhão em empresas ligadas aos investigados a partir da análise dos Relatórios de Inteligência Financeira (Rifs). De acordo com a PF, esses recursos possivelmente seriam destinados para gastos de campanhas eleitorais. A "Operação Sólon" mirava também a campanha de Jéssica Natalino, filha de Natalino e candidata a vice-prefeita na chapa de Suêd Haidar (PMB), que também não conseguiu se eleger. A PF sustenta que o grupo investigado tem ligações históricas com a milícia na Zona Oeste e o objetivo de retomar o poderio político na região por meio da candidatura de parentes.

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Após a operação, Carminha Jerominho disse ao GLOBO que a atuação da PF repetiu um padrão de eleições anteriores, em que ela e a família já tinham sido alvos.

— Isso aí (a operação) é fruto de denúncias de adversários políticos. Toda eleição é a mesma coisa. Em 2008, fui presa. Em 2012, forjaram um lugar que não era meu comitê — declarou a candidata, em referência a um depósito de materiais de campanha onde a PF encontrou armamentos pesados naquele ano.

Outros candidatos investigados por ligação com a milícia também não conseguiram se eleger no Rio. Daniel Carvalho (PTC), filho de outro miliciano condenado, o ex-vereador Luiz André Ferreira da Silva, também não conseguiu se eleger. Ao todo, ele recebeu 1.480 votos. Já Jair Barbosa Tavares, o Zico Bacana (Podemos), recebeu mais de 11 mil votos, mas não conseguiu se reeleger. Ele ficou com uma vaga de suplente. Zico foi alvo de um atentado no último dia 2. A polícia investiga se o crime foi motivado por uma disputa entre milicianos e traficantes.

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