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domingo, 4 de abril de 2021

Ex-PM e guarda civil acusados da maior chacina de SP são absolvidos em júri...

O guarda civil Sérgio Manhanhã e o ex-PM Victor Cristilder durante julgamento em Osasco - ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

O guarda civil Sérgio Manhanhã e o ex-PM Victor Cristilder durante julgamento em OsascoImagem: ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO


Marcelo Oliveira

Do UOL, em São Paulo

26/02/2021 15h29Atualizada em 26/02/2021 18h19

 O ex-policial militar Victor Cristilder Silva dos Santos e o guarda civil de Barueri Sergio Manhanhã foram absolvidos na tarde de hoje (26) da acusação de participação na chacina de Osasco e Barueri, em agosto de 2015, a maior já registrada no estado de São Paulo, com 17 mortes e 7 feridos. Ambos devem ser libertados amanhã.

Este foi o segundo julgamento de ambos. Em 2017, Manhanhã havia sido condenado a 110 anos de prisão pela participação em 11 mortes e duas tentativas de homicídio. Em 2018, Cristilder foi condenado a 119 anos de prisão por 12 mortes e quatro tentativas de assassinato.

Os debates entre acusação e defesa terminaram hoje às 14h. Após uma pausa para o almoço, os jurados se reuniram na sala secreta para votar. A decisão foi anunciada às 15h20. Não cabe recurso de decisão de absolvição após um segundo júri.

Novo júri durou cinco dias

O novo julgamento, que começou segunda (22) e terminou nesta sexta, foi realizado após o Tribunal de Justiça de São Paulo ter anulado as condenações de Cristilder e Manhanhã por entender que os jurados haviam julgado de forma parcialmente contrária aos autos.

A decisão do TJ não atingiu os outros dois PMs acusados pela chacina. Fabrício Eleutério e Thiago Henklain foram condenados em 2017 a 255 e 247 anos de prisão, respectivamente, e seguem presos. Apesar das penas acima de cem anos, os acusados ficarão presos, no máximo, por 30 anos.

Segundo a Promotoria, as vítimas foram mortas e feridas por um grupo de agentes de forças de segurança que se uniram para vingar os assassinatos do PM Admilson Pereira de Oliveira, em 8 de agosto de 2015, em Osasco, e do guarda civil Jeferson Luiz Rodrigues da Silva, no dia 12 de agosto daquele ano, em Barueri.

Em 2019, a Polícia Militar expulsou da corporação os três PMs réus pela chacina.

Familiares de vítimas da chacina choram após o anúncio da absolvição de ex-PM e guarda civil - Marcelo Oliveira/UOL - Marcelo Oliveira/UOL
Familiares de vítimas da chacina choram após o anúncio da absolvição de ex-PM e guarda civil
Imagem: Marcelo Oliveira/UOL

Após a decisão, o advogado comemorou com as famílias dos policiais e liderou uma oração com eles. As famílias das vítimas choraram e lamentaram a decisão. Zilda pediu às outras mães que não chorassem. "Não interessa quem ganha ou que perdeu aqui, todas nós perdemos nossos filhos", disse ela após o resultado. Ela disse que não pretende processar o advogado pela acusação contra ela.

O promotor de Justiça Marcelo Alexandre de Oliveira disse após o julgamento que continua acreditando na participação do ex-PM e do guarda civil na chacina, mas que pesou muito no julgamento a decisão do TJ que anulou o primeiro júri.

Advogado Campanini comemora a absolvição dos réus com familiares do guarda civil de Barueri Sergio Manhanhã  - Marcelo Oliveira/UOL - Marcelo Oliveira/UOL
Advogado Campanini comemora a absolvição dos réus com familiares do guarda civil de Barueri Sergio Manhanhã
Imagem: Marcelo Oliveira/UOL

Defesa citou absolvição de réu em outro caso e atacou mãe de vítima

O advogado dos réus, João Carlos Campanini, juntou 20 mil novas páginas de documentos ao processo após a absolvição do ex-PM em outro caso em que ele era acusado do assassinato de Michael do Amaral Ribeiro, uma das seis vítimas da pré-chacina de Carapicuiba, Itapevi e Osasco, que aconteceu 5 dias antes da chacina de Osasco e Barueri.

A defesa usou a absolvição de Cristilder naquele processo, pedida pelo Ministério Público em Carapicuíba, para convencer os jurados da inocência dos seus clientes.

O julgamento de Cristilder em Carapicuíba aconteceu em 26 de novembro de 2020 e estava previsto para ocorrer depois do julgamento do PM e Manhanhã pela chacina de Osasco e Barueri, que acabou adiado para fevereiro em virtude de uma suspeita de covid-19 do advogado que não se confirmou.

Em plenário, Campanini também acusou sem provas a aposentada Zilda Maria de Paula, 67, líder das mães de vítimas da chacina de Osasco e Barueri, e uma jornalista que cobriu o caso, de ligação com o PCC, em virtude de o movimento de Zilda ser apoiado pelas Mães de Maio. Questionado sobre a estratégia, o advogado disse que, em postagens no Facebook a mãe do réu chamou o julgamento de palhaçada e que isso indica que ela não acredita na acusação.

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Mães e familiares de vítimas da chacina dão as mãos em frente ao Fórum de Osasco
Imagem: Marcelo Oliveira/UOL


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15 Comentários

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CLAUDIO LUIZ PESSUTI

Então temos o pior dos mundos: se a decisão atual for correta, puniu-se de forma absurda dois inocentes....se a decisão foi errada, um crime bárbaro vai sair impune. Mas , no fim das contas, o prejuízo é total, pois aqueles inocentes assassinados ficaram sem justiça pra sempre, pois tirando o cara lá que foi condenado e mantida a condenação, outros participantes do crime não responderão de forma correta pelo crime. E realmente esses aí forem inocentes, os outros culpados não tiveram nenhuma consequência por seus infames atos. E daí se pensa, pra que serve todo esse aparato de Justiça Criminal, se nem um caso assim conseguem dar resposta?????!!!

RONALDO ANTONIO LACAVA

Não gostou da decisão??? Vai reclamar com o Papa e depois chore na cama, que é lugar quente.

Alexandre Bonfim Dos Santos

Nem surpreende mais. De Carandiru ao tal Flavito Bozo, tudo pd ser inocentado. Se vc tiver habilidade e recurso tudo pode ser revertido na Justiça. Que não faz bem JUSTIÇA e sim a mediação entre forças opostas e dá o veredito a partir de protocolos prá lá de questionáveis. Mas é o que temos. Deve ser aperfeiçoada. Melhor chamar o Saul, não prova isso, na ação daquele advogado da série perturbada e sem graça da Netflix. Ou no drama lamentável da Lava-Jato?

Elias Coelho MAcedo

Se fosse no maravilhoso país Estados Unidos isso não aconteceria.

felipe teixeira

A decisão do Egrégio Tribunal do Júri é soberana e deve ser respeitada.

Alex Pereira Nascimento

Alguma novidade???

Felipe Amaral Soares de Oliveira

Agora quem vai devolver a vida destes dois homens que arriscavam a vida pra proteger a sociedade? A turma de esquerda que acusou ambos e fizeram da vida deles um inferno devem pagar!

Paulo Bento Bandarra

"o Tribunal de Justiça de São Paulo ter anulado as condenações de Cristilder e Manhanhã por entender que os jurados haviam julgado de forma parcialmente contrária aos autos.". Agora não foi coerente com os autos?

CLAUDIO LUIZ PESSUTI

Esta ação foi uma das mais absurdas já vistas, uma vez que os policiais decidiram justiçar a morte de um colega fazendo uma punição "coletiva" bem ao estilo nazista, saindo a esmo e atirando e matando pessoas que encontravam pela frente que não tinham NENHUMA relação com o tal crime contra o policial. Se nossa Justiça é incapaz de fazer justiça num casso desse, fica difícil entender a razão da existência da mesma. Talvez fosse melhor cada comprar sua arma mesmo e tentar se defender.

SORAIA CATSUE LINS

Que as famílias das vítimas façam a verdadeira justiça, olho por olho.

IVO MARQUES FERREIRA

"Quem com ferro fere, com ferro será ferido"! Nenhum Ser Humano na face da Terra, está acima disso.

Jéssica Leyendecker

Justiça? Pra quem? Por quem? Pra quê? Se julgam, cancelam, julgam e absolvem? É só recurso indo pelo ralo, deixe as famílias cobrarem justiça. Lei de TALIÃO! Funciona e não dá gastos aos erário!













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