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domingo, 12 de maio de 2013

Julgamento de Ríos Montt reviveu os horrores da Guatemala


Dos anos 80....

  • Dez mil pessoas morreram durante os 16 meses de seu mandato
  • Influência de general sobre a política permaneceu por três décadas
JOSÉ ELIAS
DO EL PAÍS
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 Da esquerda para direita: general Horacio Maldonado, general Efraín Ríos Montt e o coronel Luis Francisco Gordillo, em 23 de março de 1982 Foto: AP
Da esquerda para direita: general Horacio Maldonado, general Efraín Ríos Montt e o coronel Luis Francisco Gordillo, em 23 de março de 1982 AP
CIDADE DA GUATEMALA - O julgamento desta sexta-feira contra o general José Efraín Ríos Montt, de 86 anos, reviveu os horrores cometidos na Guatemala nos anos 80. Em 23 de março de 1982, um grupo de jovens oficiais do Exército da Guatemala, cansados da corrupção que imperava na cúpula militar que detinha o poder e cuja brutalidade havia deixado o país distante do contexto internacional, derrubou o sanguinário general Romeo Lucas García e colocou no poder Ríos Montt, um então general de 55 anos.
Sem que os jovens oficiais - em sua maioria tenentes e capitães - suspeitassem, a decisão de elevar Ríos Montt ao posto de líder abriria um capítulo na História da Guatemala que ficaria marcada pela errante personalidade do militar. Ríos Montt foi chefe de Estado durante 16 meses. Entretanto, seu protagonismo político no pequeno país da América Central durou três décadas, visto que somente em janeiro de 2012 deixou o cargo de deputado e se retirou da vida política.
Segundo dados de organizações de direitos humanos, cerca de 10 mil guatemaltecos foram mortos durante o mandato de Ríos Montt. A maioria dos executados era de índios e seus corpos foram sepultados em fossas comuns, quando não deixados ao ar livre para as aves de rapina.
Ríos Montt e José Mauricio Rodríguez Sánchez, chefe do temido serviço de inteligência G-2, responderam no julgamento somente por 15 massacres ocorridos na área conhecida como Triângulo Ixil. Os feitos custaram a vida de 1.771 pessoas. De acordo com os informes forenses, 43% dos esqueletos examinados correspondiam a crianças de 0 a 12 anos e, mais de 50%, a maiores de 50 anos.
Antes de entregar o poder aos civis em 1985, o Exército destruiu todos os documentos comprometedores, o que impede de determinar com exatidão o alcance da repressão e a responsabilidade pelas ordens.
A rede de comando estava encabeçada por Ríos Montt, em sua qualidade de chefe de Estado e Comandante Geral do Exército. O ministro da Defesa era Óscar Humberto Mejía Víctores e o chefe do Estado Maior Presidencial, Héctor Mario López Fuentes. Estes últimos se livraram dos julgamentos pelos massacres por motivos de saúde.
No início dos anos 80, a Guatemala atravessava uma situação de conflito interno. Os rebeldes exerciam domínio sobre amplos territórios, particularmente no planalto, onde a população majoritária era composta por índios.
Para o analista político Gustavo Berganza, o contexto histórico foi determinante. Quando o governo americano pró-direitos humanos de Jimmy Carter retirou a ajuda militar da Guatemala, Ríos buscou ajuda para enfrentar a guerrilha com israelenses e argentinos. Estes últimos, mestres da repressão no continente.
Para o historiador José Cal, foi durante os governos de Romeo Lucas García (1978-1982) e de Efraín Ríos (março de 82 a agosto de 83) que a repressão na Guatemala alcançou seu clímax, com ataques diretos aos civis.
- O avanço da guerrilha era evidente. Criou-se uma base social nestas comunidades, enquanto outras populações se opunham ao controle que o Exército exercia sobre elas. Isto permitiu o extermínio maciço de populações e a repressão generalizada a qualquer manifestação de oposição política - explicou Cal.


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