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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Cimi denuncia 'abuso' de policiais em tentativa de reintegração

20/05/2013 22h08 - Atualizado em 20/05/2013 22h08

Cimi denuncia 'abuso' de policiais em tentativa de reintegração de posse

Entidade diz que delegado confiscou equipamentos de jornalista em MS.
PF relata que Cimi estaria incitando índios a não cumprir ordem judicial.

Do G1 MS
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Cimi denuncia abuso de policiais em tentativa de reintegração de posse em MS (Foto: Reprodução/Cimi)Imagem de vídeo postado no site do conselho
(Foto: Reprodução/Cimi)
Em nota publicada nesta segunda-feira (20), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) acusou a Polícia Federal (PF) de “abuso” durante uma tentativa de reintegração de posse ocorrida no último sábado (18),  na fazenda Buriti, em Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande.

Um grupo de indígenas da etnia terena ocupou a propriedade na última quarta-feira (15). Segundo informações da Fundação Nacional do Índio (Funai), os índios reivindicam a aceleração do processo de demarcação da Terra Indígena Buriti.

Segundo a nota publicada pelo Cimi, um delegado da PF teria apreendido equipamentos de um jornalista do órgão sem dar “nenhuma justificativa que identificasse alguma legalidade na apreensão”.
A nota foi publicada no site do Cimi, com um vídeo que mostra a ação do delegado. No texto, o órgão considerou o fato como um “ato de censura injustificado, arbitrário e ilegal”.

O superintendente da PF em Mato Grosso do Sul, Edgar Paulo Marcon, confirmou que o material foi apreendido. Ele relatou que os policiais perceberam a presença de não-índios no local que, segundo informações, estariam incitando índios a não cumprir a ordem judicial. Esses, de acordo com Marcon, se apresentavam como sendo do Cimi.

Ainda  de acordo com o superintendente da PF, um inquérito foi instaurado para apurar eventual cometimento de incitação ao crime. A apuração deve ser concluída em 30 dias e relatório preliminar deve ser encaminhado para o Ministério Público Federal e a Justiça Federal.

Segundo o coordenador regional do Cimi, Flávio Vicente de Machado, os integrantes do órgão estiveram na fazenda apenas como observadores externos para acompanhar o cumprimento da ordem e evitar possíveis casos de violência. "A afirmação da Polícia Federal é de cunho racista, para desqualificar a luta dos indígenas reproduzindo o conceito de que eles estão sendo manipulados", disse ele ao G1.
Terra Indígena
A Terra Indígena Buriti foi reconhecida em 2010 pelo Ministério da Justiça como de posse permanente dos índios da etnia terena. A área, localizada entre Dois Irmãos do Buriti e Sidrolândia, foi delimitada em portaria publicada no Diário Oficial da União (DOU) e abrange 17.200 hectares. Após a declaração, o processo segue para a Casa Civil, para a homologação da presidência da República, o que ainda não foi feito.

Durante nove anos, as comunidades indígenas aguardaram a expedição da portaria declaratória. O relatório de identificação da área foi aprovado em 2001 pela presidência da Funai, mas decisões judiciais suspenderam o curso do procedimento demarcatório.

Em 2004, a Justiça Federal declarou, em primeira instância, que as terras pertenciam aos produtores rurais. A Funai e o Ministério Público Federal recorreram e, em 2006, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) modificou a primeira decisão e declarou a área como de ocupação tradicional indígena.

No entanto, os produtores rurais entraram com recurso de embargos de infringentes e conseguiram decisão favorável em junho de 2012.

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