Sexto Mandamento 29.11.2011 22h05
Ricardo Rocha e mais cinco PMs são soltos pela JustiçaMilitares são acusados de crimes de execução
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José Cácio Júnior
Fotos: Iris Roberto
"É o que sei fazer. Cuidei da população como se fosse minha família". Estas foram algumas das primeiras palavras do tenente-coronel da Polícia Militar (PM), Ricardo Rocha, ao ser liberado da prisão militar na noite desta terça-feira (29/11).
Investigado pela operação Sexto Mandamento, desencadeada pela Polícia Federal, sob acusação de formar grupo de extermínio com mais 18 policiais militares, Ricardo Rocha e mais cinco militares foram soltos nesta terça-feira, por falta de prova de acusação.
Além do tenente-coronel, também ganharam liberdade o soldado Lourival Torres Inêz, o sargento Gilson Cardoso dos Santos, o cabo Éderson Trindade, o sargento Wanderlei Ferrai dos Santos e o soldado Francisco Emérson Leitão, todos elencados na operação Sexto Mandamento. O sargento Geson Marques Ferreira continua preso, pois o Tribunal de Justiça (TJ) não expediu seu mandado de soltura.
Preso desde 15 de fevereiro, o tenente-coronel, que foi por alguns anos comandante da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam), se sente disposto a voltar à ativa já nesta quarta-feira (30/11), quando se apresentará ao Comando Geral da PM. "Eu vivo disso, é a profissão que tenho."
Aos gritos de "Glória a Deus", Ricardo Rocha rechaçou a tese de que seja "bandido" e que faça parte de um grupo de extermínio na PM. "Foi Deus quem quis assim. Deus me deu a oportunidade de sair de cabeça erguida. Eu não sou bandido", desabafou, elogiando a decisão do TJ de expedir seu mandato de soltura. "Tenho gratidão ao TJ por poder voltar para casa."
Responsabilidade
Ricardo Rocha afirma que não fugirá da responsabilidades de responder aos processos em que é acusado de homicídios. Ele se defende dizendo que os casos se tratam de mortes em trocas de tiros com bandidos, depois de ter sido acionado pela central da PM.
"Tenho processo contra bandidos, ladrões de bancos, criminosos, foragidos. Nunca fugi da responsabilidade. Ainda tenho 10 anos de trabalho na PM e nunca fui condenado. Saio com a ordem de me apresentar ao Comando-Geral já com o intuito de trabalhar", completa o tenente coronel.
Sexto Mandato
Ricardo Rocha acredita que a operação Sexto Mandamento desmoralizou a Polícia Militar pois não apresentou provas nem evidências de que os policiais estavam envolvidos em crimes de execução. "A operação desmotivou a tropa. O discurso mudou. Antes a PM era conhecida por sua maneira truculenta. Agora a condição requer policiamento firme. Não somos bandidos. Existem policiais que respondem processos por confrontos entre bandidos. Não fazemos parte de grupos de extermínio. Mas onde estão as vítimas? Onde estão os cemitérios clandestinos?", disse Rocha.
Candidato a deputado estadual em 2010, sem ser eleito, Ricardo Rocha afirmou que não pretende, por hora, se envolver com a vida pública ou traçar planos para novamente ser candidato. "Quero retomar primeiro minha vida e minha carreira. Não estou pensando em política agora", disse.
O tenente-coronel, no momento da sua soltura, recebeu o apoio de vários militares, que o acompanhavam. Tratavam de pontuar as falas de Rocha com aplausos e gritos de apoio. Também estavam presentes a mulher de Ricardo Rocha e os três filhos. Ao deixar a Academia de Polícia, onde estava preso, em um carro de passeio, foi escoltado por uma viatura do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT).
Candidato a deputado estadual em 2010, sem ser eleito, Ricardo Rocha afirmou que não pretende, por hora, se envolver com a vida pública ou traçar planos para novamente ser candidato. "Quero retomar primeiro minha vida e minha carreira. Não estou pensando em política agora", disse.
O tenente-coronel, no momento da sua soltura, recebeu o apoio de vários militares, que o acompanhavam. Tratavam de pontuar as falas de Rocha com aplausos e gritos de apoio. Também estavam presentes a mulher de Ricardo Rocha e os três filhos. Ao deixar a Academia de Polícia, onde estava preso, em um carro de passeio, foi escoltado por uma viatura do Grupo de Patrulhamento Tático (GPT).
A operação Sexto Mandamento foi deflagrada em 15 de fevereiro e prendeu 19 policiais militares suspeitos de simular a ocorrência de execuções como se fossem confrontos com as vítimas. De acordo com as investigações da Polícia Federal, os crimes eram praticados com viaturas da PM e durante horário de serviço dos policiais. Segundo os inquéritos, em que constam também escutas policiais, o grupo era especializado na ocultação de cadáveres.
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