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sexta-feira, 27 de junho de 2014

Operação Sexto Mandamento

N O T Í C I A S
15/02/2014 - 06:49:04 - Operação Sexto Mandamento
Três anos depois da prisão de 19 policiais militares na Operação Sexto Mandamento, desencadeada pela Polícia Federal em fevereiro de 2011, nem réus nem a Justiça nem as famílias das vítimas sabem ao certo quando vão ocorrer os julgamentos nas cinco comarcas para onde partes do inquérito-mãe foram encaminhadas.
O inquérito principal da Polícia Federal, que apurou a participação dos militares goianos em um grupo de extermínio responsável por mais de 40 mortes nos últimos dez anos, atribuiu a eles a responsabilidade por diversos crimes.
Na época a PF divulgou que os militares eram suspeitos de crimes de homicídio, ocultação de cadáver, formação de quadrilha, tortura qualificada, falso testemunho, prevaricação, fraude processual, posse ilegal de arma de fogo de calibre restrito e ameaça contra autoridades públicas, jornalistas e testemunhas.
O inquérito-mãe da Polícia Federal, que deu origem ao pedido de prisão dos 19 militares e onde estão contidas escutas telefônicas autorizadas pela Justiça e depoimento de testemunhas acabou sendo dividido entre as comarcas de Goiânia, Rio Verde, Formosa, Alvorada do Norte e Acreúna.
Segundo o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) foram oferecidas 19 denúncias, que se converteram em ações penais, das quais nove em comarcas do interior e dez em Goiânia. Todas são contra militares que integravam em alguma escala o grupo atingido pela Operação Sexto Mandamento.
“Por ser um inquérito que envolve muita gente - são 19 réus - dezenas de advogados, ainda estamos na fase de inquirição de testemunhas. Como não tem nenhum réu preso, não há prioridade na tramitação. Não temos nem previsão de quando será o julgamento”, contou o juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª Vara Criminal de Goiânia.
Procurado pelo POPULAR, o delegado regional executivo da Superintendência da Polícia Federal em Goiânia, Umberto Ramos Rodrigues, não respondeu aos questionamentos sobre o inquérito até a noite de sexta-feira. Segundo a assessoria de comunicação social da PF em Goiânia, nenhuma peça relativa a Operação Sexto Mandamento ainda tramitava na superintendência.
Militares ouvidos pelo POPULAR se dizem inconformados. “Essa operação acabou com a nossa reputação e fez com que nossas carreiras ficassem estagnadas”, explicou o tenente-coronel Ricardo Rocha Batista, um dos principais personagens dessa história.
Funções sem destaque
Dos 19 presos na operação, a maioria dos militares trabalha hoje em funções de menor destaque dentro da corporação. O coronel Carlos Cezar Macário, na época subcomandante geral da Polícia Militar, está atualmente na reserva remunerada e tem planos de disputar um cargo político na eleição deste ano.
Outro que afastou-se da função policial foi o subtenente Hamilton Costa Neves, que está à disposição da Junta Médica da PM, com problemas psicológicos. “Ele nunca se recuperou do trauma de ficar preso em um presídio federal”, contou o major Alessandri Rocha Almeida, que hoje é assessor parlamentar da PM em Brasília (DF).
Ricardo Rocha, que já comandou as Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam), é atualmente responsável pelo Setor de Motomecanização do Comando de Apoio Logístico (CAL).
Alessandri reclama da estagnação na carreira. Major há oito anos, já teria o direito de ser promovido a tenente-coronel por antiguidade. Em entrevista exclusiva sobre o assunto ao POPULAR, o coronel Sílvio Benedito Alves, comandante-geral da Polícia Militar, adiantou que o major Alessandri encabeça a lista de promoção a tenente-coronel pelo critério de antiguidade, o que deve acontecer em julho deste ano. “Por merecimento, nenhum pode ser promovido, mas por antiguidade pode”.
Os 19 presos da Operação Sexto Mandamento foram transferidos um dia depois para o Presídio Federal de Campo Grande (MS), o que, segundo eles configurou abuso de autoridade por parte dos juízes que decretaram as prisões, pelo descumprimento da legislação acerca das prerrogativas militares que determinam a prisão de militares em presídio militar no estado. O coronel Macário, o tenente-coronel Ricardo Rocha e o major Alessandri representaram contra os juízes na Corregedoria do Tribunal de Justiça.

Coronel lembra início das mortes

“Em 1985, quando a gente dava flagrante em ladrão ele ia preso. Ia da Casa de Prisão Provisória para o Cepaigo (hoje Penitenciária Odenir Guimarães), mas a partir de 2003, começou essa promiscuidade de prende e solta, bandido começou a ameaçar o policial e começaram a surgir matadores em cada batalhão da Polícia Militar.” A afirmação é do coronel Carlos Cezar Macário, ex-subcomandante-geral da PM preso na Operação Sexto Mandamento.
Segundo ele, não existia grupo de extermínio na Polícia Militar, não tinha um líder. “Quando a gente prendia e o bandido ficava preso não tinha isso”, ressalta. Macário foi preso em casa, pela PF e pelo então comandante-geral da PM, coronel Raimundo Nonato. “Fui preso sem saber por qual crime. Fiquei em um presídio federal, em uma cela de 4 por 2 metros quadrados, 22 horas por dia, por quatro meses. Quase enlouqueci”.
O coronel disse que a operação só teve a intenção de desmoralizar a Polícia Militar e que por causa dela a criminalidade cresceu em todo o estado. “Os bandidos fizeram a festa. A quem interessou essa operação?”
Fonte: Jornal O Popular


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